El Dia Zeta de Federico Calabuig é uma curta-metragem espanhola de comédia que num curto espaço de duração consegue não só cativar a nossa atenção pela capacidade contagiante da sua comédia como seduzir-nos de forma a desejarmos que este filme fosse uma longa-metragem.
Carlos (David Matarín) e Ricardo (Migue Soriano), são dois amigos que vivem num ócio total. Um dia Carlos chega a casa completamente exaltado e a única coisa que consegue verbalizar é que "eles chegaram". Incrédulo Ricardo duvida e põe em causa a afirmação do amigo tendo de confirmar através da sua janela que de facto eles chegaram... Carlos e Ricardo estão perante a tão esperada invasão zombie para a qual se prepararam arduamente durante anos.
A única saída que têm é fugir e sobreviver... e isso só irão conseguir se matarem os invasores com as armas que cuidadosamente prepararam...
Federico Calabuig também escreveu o argumento desta curta-metragem que é um sucesso garantido por variados factores. Por um lado começa por se inserir e nos apresentar uma temática que conquista de imediato o cinéfilo mais distraído... o holocausto zombie chegado à "nossa" rua. Fãs ou não do género páram de imediato para assistir a este estilo de filme e com ele esperar um variado conjunto de sustos e de aventuras que só terminam no final.
E é exactamente aqui que reside mais um dos pontos fortes desta curta-metragem ao nos depararmos com um filme de zombies... sem zombies. Ou seja, na teoria somos abordados com uma história onde dois amigos se deparam com os respectivos mortos-vivos e que assim têm de encontrar um refúgio onde lhes possam sobreviver. Fugir, evitar os seus ataques e dentadas e dessa forma sobreviver àquilo que parece inevitável para a Humanidade. No entanto, a única etapa que nos é dada a conhecer é o choque inicial e a sua respectiva preparação para a tão esperada fuga. Preparação esta que não só corresponde àquilo que previamente concebemos mas que aqui é recontada em tons de comédia e assim, em pouco mais de três minutos, percebemos que queremos que este filme não termine por ali e isto sem nunca vermos um único zombie.
E passamos assim a um terceiro importante aspecto que eleva a qualidade deste filme, ou seja, queremos assistir às aventuras desta dupla bem dinâmica que sem fugir ao tradicional filme do género conseguem apresentar uma nova abordagem ao tema com a sua reacção mais cómica do que dramática ou de suspense. David Matarín e Migue Soriano não só exalam uma química bem dinâmica com as suas interpretações, como se mostram mais do que aptos para dar uma vida maior a esta curta-metragem e fazer-nos vibrar com as suas esperadas aventuras para além daquelas quatro paredes naquilo que esperamos se possa vir a tornar numa igualmente dinâmica e bem disposta longa-metragem de sobrevivência ao referido holocausto zombie.
Dito isto, e sendo evidente para qualquer espectador que esta curta-metragem tem qualidades suficientes para poder ir bem mais longe, só me resta fazer uma última afirmação (ou pedido)... Federico Calabuig por favor... queremos mais!
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7 / 10
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