quarta-feira, 8 de maio de 2013

The Expatriate (2012)

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O Expatriado de Philipp Stölzl é a mais recente longa-metragem de Aaron Eckhart que interpreta Ben Logan, um antigo agente da CIA agora a trabalhar para uma agência de segurança em Bruxelas e que após descobrir um pequeno erro de patentes dos produtos que analisa, se vê envolvido numa conspiração internacional da qual todos pretendem que saia morto e que, juntamente com a sua filha, passa a ter de fugir e lutar pelas suas próprias vidas.
É nesta fuga que parece ser interminável e que coloca no seu rasto um conjunto de assassinos profissionais que Logan descobre o envolvimento de Anna Brandt (Olga Kurylenko), a mulher por quem em tempos teve uma paixão e que considerou uma idealista, mas que agora em nome de interesses movidos pelo dinheiro, optou por juntar-se ao lado menos nobre da lei.
Conseguirá Logan escapar a esta teia de intriga internacional ou irá, tal como todos os seus colegas de trabalho, ser eliminado desta equação de onde parece ser o elemento mais fraco?
Depois de uma calma e refletida análise podemos facilmente concluir que o argumento de Arash Amel não tem nenhum elemento fundamentalmente original... Taken com o Liam Neeson... hello... as semelhanças estão bem presentes se bem que numa nova variável onde aqui a filha não é raptada mas está mortalmente ameaçada... Um Americano a viver na Europa que descobrimos ser um ex-agente da CIA, logo uma arma humana mortal, vê agora a sua identidade desaparecer ao mesmo tempo que um complot internacional ganha forma e a vida de todos aqueles que conhece e da sua própria família está em risco. Ora, aquilo que esperamos logo de imediato é um filme frenético e com acção a todo o gás que só termina mesmo no final, quase sempre com tanto de positivo como de emotivo... E na prática, não nos enganamos, tornando-se este o seu elemento mais presente durante todo o filme e aquele que o faz ser um bom exemplar de entretenimento que nos prende ao ecrã durante a sua duração.
Não temos aqui um filme cujas interpretações se excedem no dramatismo, também no fundo seria quase impossível, e nem tão pouco Aaron Eckhart consegue elevar-se ao ponto de outros desempenhos nomeadamente daquele que nos deu em Erin Brockovich, limitando-se a ser um típico actor num filme de acção onde mata, luta e (sobre)vive numa pressão extrema tendo como único objectivo recuperar a sua vida e garantir a sobrevivência da sua filha.
A surpresa, a existir uma, centra-se na presença de uma enigmática Olga Kurylenko que tem aos poucos vindo a ocupar uma interessante, e central, lugar na indústria conseguindo ter vários filmes a estrear quase em simultâneo e colocando-se como a favorita do momento em interpretações mais ou menos secundárias mas seguras e consistentes para o género que representam. Aqui a sua "Anna Brandt", uma agente da CIA que em tempos foi uma idealista, evidenciando assim a relação e atracção tensa, mas não confirmada, que se sente com "Logan", consegue manter tudo aquilo que esperamos de uma espia. Alguma presença etérea e distante mas que, ao mesmo tempo, denota uma réstia de Humanidade que tudo faz por esconder e que até ao último instante não percebemos que lhe vai dar "ouvidos" ou se a oculta para todo o sempre. Kurylenko tem, por vezes com uma presença quase discreta (impossível), a capacidade de nos fazer querer ver mais dela, da sua personagem e, sobretudo, de um certo passado que percebemos ter mas que não é explorado pois, afinal, não é dela que o filme nos "fala".
Sim, é de acção e competente mas para além disto não tem nenhuma linha condutora que nos faça considerá-lo o melhor do género, é competente mas já visto e em melhores condições, mas não passa disso mesmo... um filme de acção.
Destacam-se obviamente as sequências de acção e de perseguição que não sendo extremamente elaboradas ou sequer gigantescas, conseguem transportar-nos para um universo onde nos sentimos presos a pensar sobre o que vai acontecer a seguir e que por muito tempo que este filme tivesse não deixaria de ser cativante mesmo que o seu argumento esteja repleto de clichés do género onde de certa forma já sabemos o que irá acontecer mas que não faz a menor diferença. E destaca-se também a fotografia de Kolja Brandt que recria toda a fria atmosfera de uma Bélgica aparentemente menos pacífica do que aquilo que parece.
Entretém e é um filme de fim-de-semana competente e bem conseguido que nos faz passar um bom bocado. Para além disso... não se espere mais.
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7 / 10
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