sábado, 4 de maio de 2013

Snitch (2013)

.
Snitch - Infiltrado de Ric Roman Waugh, que também assina o argumento em parceria com Justin Haythe, conta-nos uma história verídica ambientada no submundo da droga e sobre a forma como este pode alterar radicalmente a vida de qualquer um.
John Matthews (Dwayne Johnson) é o dono de uma companhia de construção que descobre que o seu filho Jason (Rafi Gavron), com quem não mantém uma relação próxima, está detido por tráfico de droga. Alvo de uma detenção injusta e não tendo nada para oferecer às autoridades como sua defesa, Jason vê-se impotente perante uma situação que irá transformar radicalmente a sua vida até que John convence as autoridades na pessoa de Joanne Keeghan (Susan Sarandon), a deixar-se infiltrar num gang organizado e conseguir assim encontrar nomes que dêem relevância a todo o seu caso bem como uma oportunidade a esta última de ascender na sua carreira política.
É então que com a ajuda de Daniel (Jon Bernthal), um seu funcionário e ex-presidiário, que John estabelece o seu primeiro contacto naquela que irá ser a sua nova e oculta ocupação com o fim de ajudar o seu filho a sair rapidamente da prisão em que se encontra, vítima não só do sistema que não olha a rostos nem a casos particulares assim como de um conjunto de outros prisioneiros que o vê como "carne fresca" pronta para abater.
Não sendo um filme de primeira linha ou com um argumento suficientemente mediático ou original, este filme consegue ainda assim reunir aquele conjunto de elementos que o torna apelativo e uma fonte interessante de entretenimento. O seu ritmo intenso que oscila entre o drama e a acção, as intrigas políticas que se encontram que se descobrem por escondidas mas que emergem à superfície quando alguém necessita de apoio do "sistema", as famílias desfavorecidas vindas de lares desfeitos que são, no fundo, elas próprias vítimas de uma sociedade que não perdoa e que assim se vêem envolvidas num conjunto de tramas legais, políticas e sociais que irão definitivamente marcar as suas vidas. Se a estes aspectos secundários (ou talvez não) que marcam o filme juntarmos um elenco de primeira linha que irá atrair o público, temos então a junção perfeita de elementos para que este filme saia vencedor independentemente de não ser, no seu todo, um grande filme.
Começando pelo conjunto de actores, encontramos logo na interpretação principal um Dwayne Johnson que, afastado dos filmes ditos "murro e pontapé", tem aqui uma interpretação mais séria como um pai que tudo pretende fazer para retirar o seu filho da prisão e recuperar a ligação afectiva que há muito não tem com ele. Cru e forte mas emotivo quanto baste, apesar de não ser uma grande interpretação do actor, ou tão pouco aquela pela qual ele irá ficar recordado, não deixa de constituir uma interessante nova abordagem dada à sua carreira, e um bom exemplo de que existe mais para além do corpo cheio de músculos que só serve para um filme de acção. Ainda com um longo caminho por explorar no que diz respeito à emotividade expressa no seu rosto Johnson tem no entanto a capacidade de mostrar uma rigidez que não é capaz de ignorar a emoção que está por detrás daquela "passividade" do seu olhar.
Em desempenhos secundários vamos encontrar alguns rostos também bem conhecidos do público nomeadamente Susan Sarandon que tem aqui um atípico desempenho de "vilão" (afinal não o são geralmente todos os políticos?), enquanto a procuradora que pretende lançar a sua carreira política às custas de uma prisão que sabe ser incorrecta mas que lhe é pessoalmente indiferente que seja a realidade de outra família, e vamos também encontrar Jon Bernthal, um rosto conhecido da série Walking Dead que tem constituído a sua própria legião de fãs, e ainda um Benjamin Bratt como o barão da droga que vê em "John" a sua potencial mina de ouro, naquele que se constitui um elenco secundário que se desenvolve graças à necessidade que cada um tem em "progredir" graças à desgraça daquele que a eles recorre.
Não é um filme que se pense ser "original". Esta história já a vimos em inúmeros outros filmes onde mudando-se-lhes os actores e uma ou outr linha condutora do seu argumento e acaba por reflectir muitas das mesmas questões. No entanto, enquanto um bom filme de entretenimento e que ao mesmo tempo retrata um poucos dos "podres" dos bastidores, este filme não sendo aquele que vamos mais tarde recordar, consegue no entanto ser uma aposta bem conseguida e que nos consegue prender ao ecrã e dar o prazer de termos uma Susan Sarandon num improvável desempenho que nos cativa.
.
.
7 / 10
.

Sem comentários:

Enviar um comentário