Uma Rosa no Deserto de Miguel Munhá é uma curta-metragem portuguesa de ficção que decorre em três distintos momentos.
Um rapaz (Hugo Costa Ramos) e uma rapariga (Inês Munhá) discutem. As suas palavras tanto emanam tranquilidade como uma profundo sentimento de mútua desilusão que representam o fim de um ciclo que foi o seu amor.
Cada um voltado para o seu lado... estão deitados. É depois deste pequeno segmento "real" que entramos nos dois consequentes momentos imaginados, sonhados e meramente simbólicos e figurativos, decorrendo o primeiro deles numa batalha em que a luta é um claro sinal representativo da manutenção desse agora perdido amor, e o terceiro e último segmento que se prende com a caminhada do rapaz pelo deserto onde acaba por falecer.
O argumento, também escrito por Miguel Munhá, faz uma evidente reflexão ao amor. À sua existência e manutenção da "chama" viva", e o seu desparecimento e perda de todo um conjunto de sentimento e manifestações de afectoque se dissipam como se, a uma dada altura, já nada representassem, e toda a simbologia pós-discussão não é mais do que um mundo interior que assimila que a sua realidade irá ser, a partir de então, bem diferente e onde os sentimentos mesmo que existam de uma parte são incapazes de (sobre)viver quando manifestados apenas de um lado, neste caso através da vontade do "rapaz" em continuar como percebemos pela própria manifestação do seu subconsciente onde ele luta, sofre, perde, caminha por um imenso deserto onde procura o símbolo daquele amor para perceber que mesmo alcançando-o todo o seu esforço e dedicação foi em vão, e assim estabelecendo a óbvia relação entre o imaginário e o real.
Ainda que com um argumento com potencial e que seria a meu ver melhor explorado numa longa-metragem, é nos aspectos técnicos, no entanto, que esta curta-metragem encontra alguns dos seus pontos mais fortes nomeadamente se começarmos a pensar numa evidente aposta bem sucedida da fotografia de Pedro Sacadura que nos transporta por todo um mundo quer real quer imaginário de cores e luzes vibrantes que facilmente nos inserem nos espaços e que funcionam para os exponenciar de forma bem positiva elevando assim a direcção de arte de Inês Prats e Telma Gonçalves (nos interiores) e de André Martins e Camila Benzinho (na batalha) sendo que, neste último momento, a direcção de Miguel Munhá funciona de tal forma bem que nos "perdemos" pelas imagens com a clara noção de que estamos ao mesmo tempo dentro de um sonho.
Destaco ainda a banda-sonora de Tiago Derriça que apesar de acompanhar a curta quase a tempo inteiro, funciona bem para nos enquadrarmos nos espaços e nos respectivos segmentos, incutindo a tal sensação de nos encontrarmos, por exemplo, no "sonho", o trabalho de Nuno Abrantes nos figurinos e claro, a caracterização de Catarina Santiago.
Miguel Munhá assina assim uma interessante curta-metragem que, arrisco dizer, poderia ter dado uma interessante longa-metragem bem mais explorada e "detalhada" com alguns toques de fantasia e imaginação tendo como pano de fundo os efeitos de uma relação que morreu, possibilitando ao mesmo tempo uma maior exploração das personagens de Hugo Costa Ramos e Inês Munhá, competentes para a curta mas com muito mais por dar.
.Um rapaz (Hugo Costa Ramos) e uma rapariga (Inês Munhá) discutem. As suas palavras tanto emanam tranquilidade como uma profundo sentimento de mútua desilusão que representam o fim de um ciclo que foi o seu amor.
Cada um voltado para o seu lado... estão deitados. É depois deste pequeno segmento "real" que entramos nos dois consequentes momentos imaginados, sonhados e meramente simbólicos e figurativos, decorrendo o primeiro deles numa batalha em que a luta é um claro sinal representativo da manutenção desse agora perdido amor, e o terceiro e último segmento que se prende com a caminhada do rapaz pelo deserto onde acaba por falecer.
O argumento, também escrito por Miguel Munhá, faz uma evidente reflexão ao amor. À sua existência e manutenção da "chama" viva", e o seu desparecimento e perda de todo um conjunto de sentimento e manifestações de afectoque se dissipam como se, a uma dada altura, já nada representassem, e toda a simbologia pós-discussão não é mais do que um mundo interior que assimila que a sua realidade irá ser, a partir de então, bem diferente e onde os sentimentos mesmo que existam de uma parte são incapazes de (sobre)viver quando manifestados apenas de um lado, neste caso através da vontade do "rapaz" em continuar como percebemos pela própria manifestação do seu subconsciente onde ele luta, sofre, perde, caminha por um imenso deserto onde procura o símbolo daquele amor para perceber que mesmo alcançando-o todo o seu esforço e dedicação foi em vão, e assim estabelecendo a óbvia relação entre o imaginário e o real.
Ainda que com um argumento com potencial e que seria a meu ver melhor explorado numa longa-metragem, é nos aspectos técnicos, no entanto, que esta curta-metragem encontra alguns dos seus pontos mais fortes nomeadamente se começarmos a pensar numa evidente aposta bem sucedida da fotografia de Pedro Sacadura que nos transporta por todo um mundo quer real quer imaginário de cores e luzes vibrantes que facilmente nos inserem nos espaços e que funcionam para os exponenciar de forma bem positiva elevando assim a direcção de arte de Inês Prats e Telma Gonçalves (nos interiores) e de André Martins e Camila Benzinho (na batalha) sendo que, neste último momento, a direcção de Miguel Munhá funciona de tal forma bem que nos "perdemos" pelas imagens com a clara noção de que estamos ao mesmo tempo dentro de um sonho.
Destaco ainda a banda-sonora de Tiago Derriça que apesar de acompanhar a curta quase a tempo inteiro, funciona bem para nos enquadrarmos nos espaços e nos respectivos segmentos, incutindo a tal sensação de nos encontrarmos, por exemplo, no "sonho", o trabalho de Nuno Abrantes nos figurinos e claro, a caracterização de Catarina Santiago.
Miguel Munhá assina assim uma interessante curta-metragem que, arrisco dizer, poderia ter dado uma interessante longa-metragem bem mais explorada e "detalhada" com alguns toques de fantasia e imaginação tendo como pano de fundo os efeitos de uma relação que morreu, possibilitando ao mesmo tempo uma maior exploração das personagens de Hugo Costa Ramos e Inês Munhá, competentes para a curta mas com muito mais por dar.
7 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário