domingo, 2 de junho de 2013

Star Trek Into Darkness (2013)

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Além da Escuridão: Star Trek de J.J. Abrams é um dos mais antecipados filmes da época de Verão não só por pertencer a uma das mais longas e frutíferas sagas de cinema de ficção científica como também por ser um promissor filme de acção e onde os efeitos especiais dominam uma boa parte do seu enredo.
Depois de mais uma viagem de expedição a um dos muitos mundos que a Enterprise explora, Kirk (Chris Pine) e a sua restante tripulação são chamados de regresso a casa onde são informados que precisam de capturar Khan (Benedict Cumberbatch), detentor de uma inexplicável força e agilidade e que eliminou muitos do comando da organização.
Ao entrar num mundo com o qual estão em guerra para capturar Khan, e depois de uma inesperada rendição para o bem de toda a Humanidade, Kirk tem uma outra missão quase impossível de realizar ao perceber que para além dos esperados inimigos, tem também de lidar com as vontades de silenciar o passado por parte de Marcus (Peter Weller) o comandante supremo, ao mesmo tempo que tenta perceber se Khan pretende realmente apenas vingar o seu passado ou se para além disso tem a sua própria agenda oculta.
Ao encontrar-se sem um passado concreto, Kirk tem agora de se reconciliar com o seu novo grupo de amigos que são, afinal, a única família que lhe resta, ao mesmo tempo que tenta salvar todo um planeta e galáxias dos próximos ataques do mais inesperado vilão.
As primeiras impressões que me ficaram ao ver este novo capítulo da saga Star Trek são simples... Estamos perante um assumido sucesso de bilheteira da época de Verão bem como um forte candidato à próxima temporada de prémios nas diversas categorias técnicas que fazem dele um grande filme, desde os efeitos especiais visuais e sonoros passando por edição, direcção artística ou uma intensa banda-sonora de Michael Giacchino ou a fotografia de Daniel Mindel.
Temos de encarar este filme tal como ele é e, na sua essência, é um digno representante de uma saga que já ocupa o seu lugar de destaque no cinema, e um lugar que já ocupa há largas décadas e que nos deu a conhecer inúmeros mundos, personagens, civilizações e um conjunto de emoções mais ou menos fortes que não deixam nenhum fã do género indiferente. No entanto, ele não passa de um blockbuster, feito com o principal intuito de arrecadar uns bons milhões para as respectivas produtoras e, tal como a maioria dos títulos intermédios de qualquer saga, ou é um grande representante ou apenas um razoável sucessor introdutório aos próximos títulos que irão aparecer nos próximos largos anos. Este Star Trek insere-se facilmente nesta segunda categoria sendo que, no entanto, tem óbvios sinais da primeira, ou por outras palavras, se é certo que percebemos que este filme tem a marca de excelência nas referidas categorias técnicas, não é menos verdade que é um veículo introdutório para as potenciais aventuras que a Enterprise nos irá dar ao longo dos anos com uma ainda jovem tripulação. Os próximos capítulos não mais serão do que as aventuras deste grupo durante a sua juventude que, aos poucos, os tornaram para além de um grupo de amigos, em peças fundamentais da família que assim foram construindo.
Sendo impossível ficar indiferente a um filme deste género, a menos que não se o aprecie no seu todo independentemente de ser este ou qualquer outro, pois a nível de espectáculo de entretenimento ele consegue facilmente estar presente entre as obras de referência do estilo, não é menos verdade que se esquecermos as tais categorias técnicas que fazem dele grande, pouco sumo conseguimos retirar daquilo que sobra. Por um lado é verdade que temos aqui um respeitável desenvolvimento da personagem de "Kirk", e o momento em que este se torna de facto no "Capitão Kirk", com os respectivos elos de ligação que cria com a sua tripulação, mas não é menos verdade que se o afastarmos da restante narrativa, teríamos outro personagem que tivesse força suficiente para suportar o filme? A resposta é um claro não. E mesmo Chris Pine que não entregando a próxima grande personagem dramática da sua carreira consegue criar um credível "Capitão Kirk" com as suas inúmeras incertezas sobre a liderança daquela tripulação, é no entanto também justo dizer que este está a milhas de distância daquilo que se poderá chamar de uma personagem potencialmente rica sendo que, na prática, é ele que suporta todo o filme.
Objectivamente temos de olhar para este novo capítulo da saga Star Trek como um interessante veículo de bom entretenimento que nos consegue divertir e entusiasmar durante as suas quase duas horas de duração mas, ao mesmo tempo perceber que ele é apenas mais um capítulo intermédio de todos os outros que estão ainda por vir. Narrativamente não é nenhuma novidade, mas cumpre nos aspectos técnicos e nalgum apontamento de amadurecimento das personagens que o compõem. Digno para representante do género e sa saga em questão mas não é um daqueles filmes que nos fique na memória ficando inclusivé, um pouco abaixo do seu antecessor.
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7 / 10
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