sexta-feira, 28 de junho de 2013

The Dark Half (1993)

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A Face Oculta de George A. Romero que também escreveu o argumento com base na obra homónima de Stephen King, apresenta-nos ao jovem Thad Beaumont, uma criança dotada para a escrita a quem é descoberto um tumor no cabeça que precisa remover. É no meio da operação que a surpresa surge e que os médicos descobrem que muito para além de um suposto tumor, o que Thad tinha instalado no seu cérebro, este inchaço era sim o seu irmão gémeo que nunca chegara a desenvolver.
Anos mais tarde já casado e pai, Thad (Timothy Hutton) é um escritor de sucesso que tem uma promissora carreira enquanto autor sério, e uma outra bem lucrativa onde desenvolve os mais variados contos que têm uma extensa legião de fãs, e em que assina como "George Stark".
Quando um fã descobre que Thad é afinal "Stark" e o chantageia em troca de não divulgar a sua identidade, este resolve terminar definitivamente com o seu pseudónimo e manter apenas a sua vertente mais séria. No entanto, é a partir deste momento que Thad começa a ser suspeito de cometer um conjunto de crimes violentos dos quais todas as provas o dão como culpado.
Estará Thad realmente implicado neles ou será que mais alguém a quem está intimamente ligado quer denegrir definitivamente a sua imagem?
Um filme realizado e cujo argumento foi escrito por Romero com base num conto de Stephen King, apenas pode resultar num filme de suspense e terror intenso que nos surpreende do primeiro ao último minuto. Aqui, temos toda uma atmosfera de um filme do género que consegue fazer aproximar o espectador de uma família que tem tudo para viver feliz e com a qual nos identificamos de certa forma mas, ao mesmo tempo, sentimos a constante presença de algo obscuro que pode revelar-se a qualquer momento, e que está invariavelmente relacionado com a estranha e invulgar juventude de "Thad".
No entanto, e apesar desta atmosfera ser uma constante durante todo o filme, não é menos verdade que poucos são os momentos que são verdadeiramente assustadores e dignos de transformar este filme numa referência do género ou naquela grande obra dos dois mestres do terror, e que apenas quando o verdadeiro "George Stark" aparece é que podemos realmente afirmar que a tensão está no ar, dando vida a alguns segmentos repletos de emoção e alguma violência física capazes de impressionar.
Para o bom funcionamento destes segmentos está a competente interpretação de Timothy Hutton que tem tanto de inocente e de alma perturbada como, por outro lado, é capaz de encarnar as verdadeiras trevas e o mal quando incorpora o seu "George Stark", naquela que é possivelmente a interpretação mais forte do filme e também da sua carreira desde então, eclipsando inclusivé a prestação que entrega enquanto "Thad". Se o mal tem realmente mil rostos, "Stark" é seguramente um deles.
As restantes interpretações são contidas e meramente decorativas mas, no entanto, destaco ainda a presença de uma Amy Madigan que interpreta a angustiada mulher de "Thad" que tudo faz para o confortar percebendo que está, no entanto, perante uma situação que ela própria não consegue controlar ou sequer pode antever as suas reais consequências.
Não sendo um dos filmes mais intensos de Romero, ou tão pouco das melhores adaptações de Stephen King ao grande ecrã, este The Dark Half consegue conter uma mística interessante e um clima tenso graças a "Stark" que mantém este filme vivo e num certo limbo que nos cativa sem conseguir, no final, cumprir todos os pressupostos da intensidade e do terror que dele nos faz esperar. Ele prende-nos e promete algo macabro por descobrir mas, na prática, ronda sem nunca cumprir ou efectivar todo o potencial que tem.
Interessante como filme de "sexta à noite" mas na prática é um filme que não nos transmite nada de novo, não pela falta do tal potencial mas sim porque nunca se determina a fazê-lo cumprir sendo que assim não o iremos recordar para tempos futuros ou que se torne sequer numa referência, e tendo apenas como seu lado francamente positivo a interpretação que Hutton encarna desde o início, para o bem e para o mal, e mesmo esta só consegue ganhar o fôlego necessário com o seu lado macabro e violento em momentos muito pontuais da trama, ficando assim a valer apenas para os apreciadores e fãs do género e não no seu todo enquanto obra de terror ou suspense.
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6 / 10
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