sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Kidnap (2017)

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Rapto de Luis Prieto é uma longa-metragem norte-americana e a mais recente obra de Halle Berry aqui como Karla, uma mulher que vê o seu filho raptado por dois estranhos sendo que, de seguida, os persegue na tentativa de recuperar Frankie (Sage Correa), o seu filho.
O argumento de Knate Lee não foge à premissa de tantas outras obras do género. O espectador encontra aqui uma mãe solteira, com um trabalho precário e que passa os seus dias na tentativa de dar uma vida digna ao seu filho e impedir que o pai obtenha a custódia total do mesmo. No fundo, encontramos aqui a vítima perfeita quer da sociedade quer de todo o tipo de marginais que queiram ganhar a vida à custa de golpes macabros e redes de tráfico de menores para destinos incertos e futuros improváveis, deixando para trás todo um rasto de destruição emocional caso os seus propósitos saiam vencedores. No entanto, e contrariando talvez o tradicional comportamento da vítima, aqui "Karla" decide, de forma impulsiva, tomar o controle sobre o seu destino bem como o do seu filho.
Num estilo de road movie repleto de acção e perseguições por vezes alucinantes, "Karla" é uma mulher condicionada no seu próprio espaço. Refém da vontade de dois raptores cuja vontade é sempre incerta e limitada pela falta de comunicabilidade dentro do veículo após ter perdido o seu telemóvel através do qual poderia ter pedido auxílio, esta mulher decide abandonar a perspectiva de vítima transformando-se - involuntariamente - numa caçadora em alta velocidade e não perder de vista o carro onde segue o seu filho conseguindo aqui aquele que é, eventualmente, o elemento potencialmente diferenciador desta história em relação às demais do género.
Através de toda uma história a um relativo frenético passo - à excepção do segmento inicial onde se fica a conhecer aquela que é a vida de "Karla" presa a um trabalho que garante a sua sobrevivências mas que, ao mesmo tempo, a remete a uma vida de abusos profissionais - Kidnap é assim aquele filme de acção cuja história é já conhecida de antemão pelo espectador. Isento de surpresas ou de momentos reveladores - para as personagens ou para os espectadores - Kidnap centra a sua dinâmica na vontade de uma mãe em não desistir de resgatar o seu filho e não se auto-condenar a uma vida de espera na qual as autoridades tomam as rédeas de uma investigação que (tal como (nos) é alertado) remete a busca pela vítima a um conjunto de fotografias na parede que nunca irão resultar em grandes conclusões. Numa situação em que a vítima se pode perder ou na qual pode ser capturada por aquela com quem tem a sua maior ligação, Kidnap é assim o relato de uma mãe que não desiste independentemente de todas as adversidades com que depara.
Halle Berry enquanto actriz - e aqui também produtora - é o nome e figura central de toda esta história. Todos os demais actores são meros acessórios para a promoção de uma única personagem interpretada por si mas que, rodeada de frases cliché e lugares comuns por todo o argumento, não consegue manter a dinâmica de uma personagem que se quer dramática ou de um filme de acção suficientemente relativo e que promova a sua personagem e o seu trabalho mantendo-se, na sua quase totalidade, um daqueles filmes que pretende misturar o blockbuster com o drama de acção mas que, na realidade, entretém nos seus noventa minutos de duração mas deixa, no final, uma sensação de que poderia ter ido mais longe para lá da acção moderadora de "é isto que se passa pelo mundo relatado pelos mais variados noticiários"... Que os raptos acontecem já nós sabemos... que eles devastam famílias e que, em muitos casos, nunca são resolvidos... também o sabemos. Assim, Berry não encontra aqui "aquele" filme que volte a projectá-la para lá da saga X-Men para o campo das interpretações dramáticas (como seria claramente o objectivo com esta obra), contribuindo apenas para a sua manutenção sob mira do espectador que quer a sua presença no grande ecrã mas, no entanto, com projectos artisticamente mais complexos e melhor elaborados do que o thriller tradicional onde, no fundo, qualquer actor poderia participar sem grandes problemas a nível de construção de personagem - que, também a sua "Karla" não desenvolve emocionalmente o suficiente para lá do expectável.
Com um ou outro segmentos melhor desenvolvidos e uns secundários - os raptores claro está - que poderiam ter uma maior profundidade (independentemente das suas motivações claramente direccionadas para o enriquecimento ilícito), Kidnap é um regular filme de acção, medianamente estruturado para cumprir os seus propósitos mas que, na realidade, pouco mais além vai do que um simpático thriller.
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5 / 10
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