Wyrmwood de Kiah Roache-Turner é uma longa-metragem de terror australiana recentemente estreada comercialmente no país e um verdadeiro exemplar do género slasher zombie.
Barry (Jay Gallagher) vê toda a sua vida alterada quando a sua mulher e filha se tornam vítimas de um apocalipse zombie que transforma grande parte da população em perigosos - e velozes - mortos-vivos.
Na companhia de Benny (Leon Burchill), Barry inicia viagem para se reunir a Brooke (Bianca Bradley), a sua irmã que ainda julga viva. No entanto, Brooke encontra-se refém de um grupo de violentos militares que parecem tirar proveito desta estranha e inexplicada epidemia tendo, também ela, os seus próprios e inesperados planos.
Kiah Roache-Turner e Tristan Roache-Turner assinam o argumento desta longa-metragem de terror que teve a sua génese em Roadrunner, de Kiah e que agora desmistifica alguns elementos da mesma que serviram como ambiente de estudo para aquilo que aqui nos é apresentado. Há semelhança do que já havia comentado em Junho de 2013 sobre a referida curta-metragem, Wyrmwood - então em fase de pré-produção - explica muitos dos detalhes que eram ali levemente referidos como, por exemplo, a vida enclausurada e todo um ambiente pós-apocalíptico que, à altura, apesar de merecerem o devido apontamento pela qualidade do apresentado eram, na sua essência, breves referência ao cinema já feito por George Miller nos finais da passada década de 70.
No entanto não são apenas semelhanças mas também de alguns elementos originais aos quais esta longa-metragem dá alguma "vida" (ironia), sendo uma delas a invulgar característica destes zombies que são movidos a combustível - sim, é verdade - dando-lhes a única capacidade de conseguirem pôr a trabalhar qualquer máquina desde geradores a automóveis, e assima té facilitando a vida ao mais insuspeito "sobrevivente". E, se o vírus é inexplicado - pelo menos nesta primeira entrega daquilo que adivinho possa ainda vir a ser uma saga -, não é menos verdade que o seu segundo elemento original é a capacidade de poder ser estabelecida uma relação entre os vivos e os mortos que faz dos primeiros potenciais "amos" dos outros coordenando todos os seus movimentos e atitudes, e para o perceberem há que ver este filme...
Se há cerca de dois anos falava de Roadrunner como um "ensaio sobre a violência", não será menos justo dizer que agora Wyrmwood é a mesma posta em prática não só graças à vontade de sobrevivência que os nossos protagonistas têm em todos os instantes graças aos novos acontecimentos que os rodeiam, mas também devido àquela que é mais gráfica - e em boa medida asquerosa - a que são sujeitos para poderem ver a luz de um novo dia perpetrada não necessariamente pelos mortos-vivos mas por aqueles que, como eles, sobrevivem e tentam expoliar os mais fracos das suas liberdades. Desde violência gore ao oportuno slasher, Wyrmwood atravessa todos os pequenos factores típicos de um verdadeiro e genuíno filme do género sem conseguir esquecer - felizmente - o humor negro e sarcástico que faz (in)voluntariamente parte do estilo de filme em questão dando igualmente uma invulgar vida e "espírito" às personagens que o compõem.
Não tendo aqui uma obra-prima do género "apocalipse zombie" - não pela falta de qualidade deste título mas sim pelo facto de qualquer espectador apreciador do género já ter assistido a dezenas de outros de igual qualidade - justiça seja feita aos pequenos detalhes e rasgos de originalidade que o tornam numa obra apelativa e que nos faz desejar um pouco mais - que é como quem diz novos títulos para dar continuidade à saga - e cuja simplicidade das suas interpretações cativam também pela genuinidade com que se apresentam: trabalhadas e fiéis aos princípios do género em questão e que transformam o mais comum dos mortais num inesperado salvador (ou justiceiro) da nova ordem mundial onde tudo - e todos - se tornam selvagens. E isto sem esquecer que no final se formam as mais inesperadas alianças que determinam elas sim uma completa reviravolta no género apocalipse zombie contribuindo ao mesmo tempo para que seja explorado e exponenciado a componente cómica que se pode retirar do género em questão.
Justiça feita ao filme, ao género, aos actores e devida caracterização que à medida que o filme se expõe se torna de maior qualidade, a verdade é que qualquer um de nós fica a desejar pela sua sequela onde as personagens sobreviventes - claro que não vou revelar quais são - amadurecem por obrigação e se tornam maiores carrascos dos verdadeiros selvagens e onde, claro está, esperamos que algumas explicações sejam oferecidas sobre os porquês de um vírus desconhecido (se esquecermos a mitologia de "Benny").
Intenso com se quer, ruidoso e gore o suficiente para nos deixar agarrados à cadeira, Wyrmwood é assumidamente cativante, e se pensarmos nos meios mais ou menos amadores com que foi executado e pela explícita homenagem que faz ao próprio violento road-movie Mad Max... temos aqui um filme que seguramente irá figurar entre as referências dos últimos anos do carismático cinema australiano.
Kiah Roache-Turner e Tristan Roache-Turner assinam o argumento desta longa-metragem de terror que teve a sua génese em Roadrunner, de Kiah e que agora desmistifica alguns elementos da mesma que serviram como ambiente de estudo para aquilo que aqui nos é apresentado. Há semelhança do que já havia comentado em Junho de 2013 sobre a referida curta-metragem, Wyrmwood - então em fase de pré-produção - explica muitos dos detalhes que eram ali levemente referidos como, por exemplo, a vida enclausurada e todo um ambiente pós-apocalíptico que, à altura, apesar de merecerem o devido apontamento pela qualidade do apresentado eram, na sua essência, breves referência ao cinema já feito por George Miller nos finais da passada década de 70.
No entanto não são apenas semelhanças mas também de alguns elementos originais aos quais esta longa-metragem dá alguma "vida" (ironia), sendo uma delas a invulgar característica destes zombies que são movidos a combustível - sim, é verdade - dando-lhes a única capacidade de conseguirem pôr a trabalhar qualquer máquina desde geradores a automóveis, e assima té facilitando a vida ao mais insuspeito "sobrevivente". E, se o vírus é inexplicado - pelo menos nesta primeira entrega daquilo que adivinho possa ainda vir a ser uma saga -, não é menos verdade que o seu segundo elemento original é a capacidade de poder ser estabelecida uma relação entre os vivos e os mortos que faz dos primeiros potenciais "amos" dos outros coordenando todos os seus movimentos e atitudes, e para o perceberem há que ver este filme...
Se há cerca de dois anos falava de Roadrunner como um "ensaio sobre a violência", não será menos justo dizer que agora Wyrmwood é a mesma posta em prática não só graças à vontade de sobrevivência que os nossos protagonistas têm em todos os instantes graças aos novos acontecimentos que os rodeiam, mas também devido àquela que é mais gráfica - e em boa medida asquerosa - a que são sujeitos para poderem ver a luz de um novo dia perpetrada não necessariamente pelos mortos-vivos mas por aqueles que, como eles, sobrevivem e tentam expoliar os mais fracos das suas liberdades. Desde violência gore ao oportuno slasher, Wyrmwood atravessa todos os pequenos factores típicos de um verdadeiro e genuíno filme do género sem conseguir esquecer - felizmente - o humor negro e sarcástico que faz (in)voluntariamente parte do estilo de filme em questão dando igualmente uma invulgar vida e "espírito" às personagens que o compõem.
Não tendo aqui uma obra-prima do género "apocalipse zombie" - não pela falta de qualidade deste título mas sim pelo facto de qualquer espectador apreciador do género já ter assistido a dezenas de outros de igual qualidade - justiça seja feita aos pequenos detalhes e rasgos de originalidade que o tornam numa obra apelativa e que nos faz desejar um pouco mais - que é como quem diz novos títulos para dar continuidade à saga - e cuja simplicidade das suas interpretações cativam também pela genuinidade com que se apresentam: trabalhadas e fiéis aos princípios do género em questão e que transformam o mais comum dos mortais num inesperado salvador (ou justiceiro) da nova ordem mundial onde tudo - e todos - se tornam selvagens. E isto sem esquecer que no final se formam as mais inesperadas alianças que determinam elas sim uma completa reviravolta no género apocalipse zombie contribuindo ao mesmo tempo para que seja explorado e exponenciado a componente cómica que se pode retirar do género em questão.
Justiça feita ao filme, ao género, aos actores e devida caracterização que à medida que o filme se expõe se torna de maior qualidade, a verdade é que qualquer um de nós fica a desejar pela sua sequela onde as personagens sobreviventes - claro que não vou revelar quais são - amadurecem por obrigação e se tornam maiores carrascos dos verdadeiros selvagens e onde, claro está, esperamos que algumas explicações sejam oferecidas sobre os porquês de um vírus desconhecido (se esquecermos a mitologia de "Benny").
Intenso com se quer, ruidoso e gore o suficiente para nos deixar agarrados à cadeira, Wyrmwood é assumidamente cativante, e se pensarmos nos meios mais ou menos amadores com que foi executado e pela explícita homenagem que faz ao próprio violento road-movie Mad Max... temos aqui um filme que seguramente irá figurar entre as referências dos últimos anos do carismático cinema australiano.
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