O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado de Nuno Matos é uma curta-metragem
portuguesa de ficção que esteve presente em competição na última edição
do Shortcutz Xpress Viseu e que irá passar também na próxima edição do
MOTELx.
O segundo grupo constituído pelo casal Tomás Alves e Joana Hilário revela-nos a paixão crescente (e pelo que depois percebemos recente) entre ambos que são quase incapazes de se separar. O amor e o desejo estão constantemente presentes. E finalmente o terceiro e último grupo, mais marginal e que vivem de esquemas e de expedientes formado por Regalla, Bengué e Mateus, acaba por ser aquele que vivendo de certa forma nas margens da sociedade, se constitui menos prejudicado com o trágico e surpreendente final que esta curta-metragem apresenta, e o motor para a tragédia daqueles que aparentavam ter mais potencialidade para o sucesso nas suas respectivas vidas.
Nuno Matos faz assim com esta curta-metragem uma abordagem não só aos trágicos acontecimentos que se sucedem na vida de um indivíduo como principalmente a influência das frustrações na vida de cada um e como elas influenciam directamente as relações com todos aqueles com quem se cruzam de uma ou outra forma.
De um lado um homem perturbado. Por outro três amigos adolescentes que poucas (ou nenhumas) responsabilidades acarretam ou querem vir a ter, e finalmente um casal jovem que passam juntos uma noite de Carnaval que vai definitivamente alterar drasticamente a vida de todos com consequências que os irão marcar para sempre, numa reflexão sobre como o vandalismo e a insegurança permanente que sentimos nas ruas ou nos caminhos que tomamos fazendo de nós meras peças num tabuleiro de xadrez que somos incapazes de controlar, num conjunto de interpretações que percebemos estarem, desde o início, condenadas a um qualquer acontecimento que os irá marcar pela aleatoriedade e pela ruína não própria mas aquela que uns provocam sobre os outros.
No decorrer desta semana esta curta-metragem irá ser exibida fora de competição no MOTELx mas é, com toda a certeza, um dos pesos pesados de todo o festival de cinema de terror de Lisboa. Porque o terror, o verdadeiro terror, está para além de qualquer entidade sobrenatural que nos possa (?) ensombrar... Esse encontra-se pelos mesmos caminhos que qualquer um de nós e pode, a qualquer momento, decidir fazer parte da nossa vida e tocar-nos com os seus dramas pessoais. Esse é o terror que assusta verdadeiramente e sem qualquer perdão como nos demonstra esta fortíssima curta-metragem.
Acompanhamos três
momentos em particular. O primeiro apresenta-nos a um grupo de três
amigos (Igor Regalla, Welket Bengué e Bruno Mateus) que se preparam para
mais uma noite juntos onde os esquemas e o alcoól são as
palavras-chave. O segundo segmento apresenta-nos um homem solitário
(Alexandre Barata) cuja vida parece jogar contra ele em todas as
ocasiões. Finalmente acompanhamos ainda um casal (Tomás Alves e Joana
Hilário) que depois de uma animada saída nocturna encontram um
inesperado e trágico destino.
O
argumento, também ele escrito por Nuno Matos, consegue fazer uma junção
destes três grupos de forma a que cada história esteja interligada com
as demais e mostrar uma coerência e fluência na sua narrativa de forma a
culminar num final que tem tanto de surpreendente como de medonho pelo
seu trágico clímax. Os três segmentos mostram ainda grupos de pessoas
que vivem fases distintas das suas vidas; para Alexandre Barata, é
evidenciado o seu perfil mais solitário, um homem entregue aos seus
próprios problemas e que acaba por ser o alvo de ridicularização de
todos aqueles com quem se cruza, contribuindo assim não só para a sua
cada vez maior frustração como também para um constante desejo de se
vingar seja de quem fôr.O segundo grupo constituído pelo casal Tomás Alves e Joana Hilário revela-nos a paixão crescente (e pelo que depois percebemos recente) entre ambos que são quase incapazes de se separar. O amor e o desejo estão constantemente presentes. E finalmente o terceiro e último grupo, mais marginal e que vivem de esquemas e de expedientes formado por Regalla, Bengué e Mateus, acaba por ser aquele que vivendo de certa forma nas margens da sociedade, se constitui menos prejudicado com o trágico e surpreendente final que esta curta-metragem apresenta, e o motor para a tragédia daqueles que aparentavam ter mais potencialidade para o sucesso nas suas respectivas vidas.
Nuno Matos faz assim com esta curta-metragem uma abordagem não só aos trágicos acontecimentos que se sucedem na vida de um indivíduo como principalmente a influência das frustrações na vida de cada um e como elas influenciam directamente as relações com todos aqueles com quem se cruzam de uma ou outra forma.
De um lado um homem perturbado. Por outro três amigos adolescentes que poucas (ou nenhumas) responsabilidades acarretam ou querem vir a ter, e finalmente um casal jovem que passam juntos uma noite de Carnaval que vai definitivamente alterar drasticamente a vida de todos com consequências que os irão marcar para sempre, numa reflexão sobre como o vandalismo e a insegurança permanente que sentimos nas ruas ou nos caminhos que tomamos fazendo de nós meras peças num tabuleiro de xadrez que somos incapazes de controlar, num conjunto de interpretações que percebemos estarem, desde o início, condenadas a um qualquer acontecimento que os irá marcar pela aleatoriedade e pela ruína não própria mas aquela que uns provocam sobre os outros.
No decorrer desta semana esta curta-metragem irá ser exibida fora de competição no MOTELx mas é, com toda a certeza, um dos pesos pesados de todo o festival de cinema de terror de Lisboa. Porque o terror, o verdadeiro terror, está para além de qualquer entidade sobrenatural que nos possa (?) ensombrar... Esse encontra-se pelos mesmos caminhos que qualquer um de nós e pode, a qualquer momento, decidir fazer parte da nossa vida e tocar-nos com os seus dramas pessoais. Esse é o terror que assusta verdadeiramente e sem qualquer perdão como nos demonstra esta fortíssima curta-metragem.
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9 / 10
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Olá Paulo, é uma crítica altamente elogiosa, e a meu ver gratificante, acerca do trabalho de todos os envolvidos no filme. Um bem-haja, oxalá tenhamos sala cheia.
ResponderEliminarCumprimentos.
WELKET BUNGUÉ
https://www.facebook.com/welketbungueofficial
Olá Welket, obrigado também eu pelas palavras e mais uma vez tenho de dar os parabéns a todos pelo magnífico trabalho.
ResponderEliminarQue a sala esteja MESMO CHEIA pois o Sol merece ser visto :)
Abraço.