quinta-feira, 22 de maio de 2014

Chaser (2013)

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Chaser de Sal Bardo é uma curta-metragem norte-americana de ficção que nos conta a história de Zach (Max Rhyser) um jovem professor que desenquadrado do estilo de vida da sua proeminente família judaica, procura uma qualquer satisfação pessoal através dos múltiplos, e desprotegidos, encontros sexuais que procura e tem pela cidade de Nova York.
Na breve duração desta curta-metragem encontramos logo de início alguns indicadores que nos remetem para o pensamento de "Zach". É durante uma sua aula que cita "the urge for destruction is also a creation one", que remete o espectador imediatamente para a sua subconsciente necessidade de através dos seus encontros furtuitos conseguir, eventualmente, a criação de um qualquer laço afectivo que esconde procurar.
O mesmo volta a ser esclarecido, e aqui quase numa necessidade justificativa do realizador em mostrar as intenções desta personagem, quando em narração nos é revelado que tantas vezes se sente uma necessidade de "ter" mas medo de agir. É então que percebemos que toda esta justificação do argumento de Bardo e de Rhyser, mais não é do que uma forma de relatar que tantas são as vezes que temos tudo ao nosso alcance mas o medo da rejeição e do afastamento nos obrigam a não tentar aquilo que é possível. Assim, e como recurso último a uma satisfação das necessidades sexuais de momento mais vale, para "Zach", ter um prazer de instantes do que alguma vez perceber que pode ter algo que o complete a um nível mais íntimo.
Interessante do ponto de vista humano e pela entrega que o actor e argumentista Max Rhyser dá para a sua personagem, Chaser acaba por entrar num campo que é francamente comum a estas curtas-metragens de cariz sexual/homossexual onde quase parece que a procura de uma relação estável e com significado se prende com o domínio de uma ilusão distante remetendo os seus intervenientes para relações fugazes e sem significado que roçam de muito perto a degradação do "eu" face às satisfações de momento.
Com um desenvolvimento mais aprofundado e não tão sexualmente exploratório, a personagem principal poderia ter um crescendo que nos explicaria um pouco mais daquilo que o levou a um instante onde a confiança que tem em si e nos que lhe são mais próximo parece ser encarada com desdém e indiferença, facto que tornaria esta curta-metragem tecnicamente competente numa história sobre a (im)possibilidade das relações humanas... o que as impulsiona e aquilo que, num ou outro momento, as limita, conseguindo ao mesmo tempo afastar-se de alguns lugares comuns e pré-concebidos que existem a respeito dos filmes do género, bem como criaria alguma interacção plausível entre as demais personagens que assim apenas se limitam a ser mecânicas tal como o sexo e as "relações" que estabelecem entre si. Desenvolvimento esse que se sente como necessário, por exemplo, na improvável dinâmica que se estabelece entre "Zach" e "Ian" (Ismael Cruz Cordova) que parece ter potencial para crescer e revelar-se como algo diferente e interessante mas que aqui funciona como o elemento terminal de toda a acção.
Chaser termina assim como uma potencialmente interessante história sobre a degradação humana, do Homem e das relações que se estabelecem que poderia ter ido mais além e mostrado que existe todo um potencial "do outro lado" que aparentemente não se quis mostrar.
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6 / 10
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