Potwór de Piotr Ryczko é uma curta-metragem polaca de ficção e a única na categoria Fantástico da quinta edição do Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción que não era falada em castelhano.
Peter (Aleksander Madej) é uma jovem criança solitária e ostracizada e sem as normais interacções com os demais seres humanos, como também é vítima de bullying por parte das outras crianças com quem vive. A sua única solução é fugir enquanto vive na esperança de reencontrar a mãe que nunca teve.
É quando chega a uma enorme e aparentemente deserta mansão onde encontra um homem (Mariusz Wojciechowski), que a vida de Peter irá finalmente assistir a uma inesperada transformação, e onde serão revelados segredos que têm permanecido escondidos.
Ryczko assume não só a direcção desta curta-metragem como também a elaboração do seu argumento em parceria com Trond Arntzen, nesta história sobre a marginalização, o esquecimento e como a falta de afectos e interacção entre as pessoas pode resultar não só na "animalização" dos mesmos como conduzir, a longo prazo, à alienação e à perda.
Com uma atmosfera muito particular na qual o espectador é inserido num universo diferente quase fantasmagórico e centrado numa época já distante, Potwór (monstro na sua tradução), é assim uma história que se centra em vivências alternativas, todas elas marcadas por um passado violento e traumático que, voluntariamente ou não se encontram marginalizados, em espaços escondidos e onde ninguém os conseguirá ver. Vidas escondidas e transformadas pela dor, pela perda e pela ostracização tão decadentes como o próprio espaço em que habitam e fisicamente transformados pela dor de uma dedicação que nunca resultou em frutos.
Se um perdeu a mãe (ou por ela foi abandonado), não é menos verdade que o outro perde a mulher para uma doença que não consegue curar e que, em última análise, também ele vai ficar sozinho e perdido num mundo que já não conhece e que se transformou (tal como ele) para algo distante e quase insuportável.
Ainda que o argumento nos faça reflectir e questionar em certa medida a sociedade, seja ela de que época fôr, na prática os aspectos mais fortes de Potwór encontram-se nos elementos técnicos que lhe dão vida, nomeadamente a caracterização dos seus actores, num brilhante registo de Karolina Mamelka que transforma os dois actores protagonistas em meros vultos e fantasmas no espaço real em que habitam (na prática eles não convivem com mais ninguém e parecem deslizar pelos locais em que se encontram), a execução do guarda-roupa da autoria de Agnieska Utwinowicz, Malgorzata Bednarek e Marta Novicka que deixam o espectador em suspenso sobre a real época em que se encontra e uma direcção de fotografia de Nicolas Villegas que graças a um jogo de luzes e sombras também eles fantasmagóricos deixa em suspenso a dimensão dos locais e permite ao espectador transportar o seu imaginário para uma incerteza entre o real e o ficcionado e que deixa, ao mesmo tempo, um certo desconforto e incerteza sobre o termos ou não presenciado um sonho.
Interessante pela sua dinâmica e atmosfera e um interessante representante da categoria Fantástico, Potwór não é uma das curtas-metragens mais acessíveis de se visionar. Não só pela sua temática que se deixa levar pela sua extremamente longa duração (afinal falamos de uma curta-metragem de quase trinta minutos) como também pela dispersão que daí resulta levando o espectador a querer um desfecho para as problemáticas das suas personagens que se deixam arrastar até um momento em que nenhuma redenção já lhes é permitida.
É quando chega a uma enorme e aparentemente deserta mansão onde encontra um homem (Mariusz Wojciechowski), que a vida de Peter irá finalmente assistir a uma inesperada transformação, e onde serão revelados segredos que têm permanecido escondidos.
Ryczko assume não só a direcção desta curta-metragem como também a elaboração do seu argumento em parceria com Trond Arntzen, nesta história sobre a marginalização, o esquecimento e como a falta de afectos e interacção entre as pessoas pode resultar não só na "animalização" dos mesmos como conduzir, a longo prazo, à alienação e à perda.
Com uma atmosfera muito particular na qual o espectador é inserido num universo diferente quase fantasmagórico e centrado numa época já distante, Potwór (monstro na sua tradução), é assim uma história que se centra em vivências alternativas, todas elas marcadas por um passado violento e traumático que, voluntariamente ou não se encontram marginalizados, em espaços escondidos e onde ninguém os conseguirá ver. Vidas escondidas e transformadas pela dor, pela perda e pela ostracização tão decadentes como o próprio espaço em que habitam e fisicamente transformados pela dor de uma dedicação que nunca resultou em frutos.
Se um perdeu a mãe (ou por ela foi abandonado), não é menos verdade que o outro perde a mulher para uma doença que não consegue curar e que, em última análise, também ele vai ficar sozinho e perdido num mundo que já não conhece e que se transformou (tal como ele) para algo distante e quase insuportável.
Ainda que o argumento nos faça reflectir e questionar em certa medida a sociedade, seja ela de que época fôr, na prática os aspectos mais fortes de Potwór encontram-se nos elementos técnicos que lhe dão vida, nomeadamente a caracterização dos seus actores, num brilhante registo de Karolina Mamelka que transforma os dois actores protagonistas em meros vultos e fantasmas no espaço real em que habitam (na prática eles não convivem com mais ninguém e parecem deslizar pelos locais em que se encontram), a execução do guarda-roupa da autoria de Agnieska Utwinowicz, Malgorzata Bednarek e Marta Novicka que deixam o espectador em suspenso sobre a real época em que se encontra e uma direcção de fotografia de Nicolas Villegas que graças a um jogo de luzes e sombras também eles fantasmagóricos deixa em suspenso a dimensão dos locais e permite ao espectador transportar o seu imaginário para uma incerteza entre o real e o ficcionado e que deixa, ao mesmo tempo, um certo desconforto e incerteza sobre o termos ou não presenciado um sonho.
Interessante pela sua dinâmica e atmosfera e um interessante representante da categoria Fantástico, Potwór não é uma das curtas-metragens mais acessíveis de se visionar. Não só pela sua temática que se deixa levar pela sua extremamente longa duração (afinal falamos de uma curta-metragem de quase trinta minutos) como também pela dispersão que daí resulta levando o espectador a querer um desfecho para as problemáticas das suas personagens que se deixam arrastar até um momento em que nenhuma redenção já lhes é permitida.
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