Carrotrope de Paulo d'Alva encerrou o segundo e último dia da competição nacional do Córtex que termina hoje no Centro Cultural Olga de Cadaval em Sintra, e em que foram exibidas algumas das curtas-metragens que poderemos considerar os pesos pesados do último ano.
Carrotrope, a única animação presente em todo o festival, é um filme praticamente mudo onde as únicas palavras proferidas constituem aquilo que Louis Lumière disse no início desta que se tornou a Sétima Arte, sobre ser uma invenção sem futuro.
Num conjunto de segmentos que nos leva aos primórdios desta arte que perdura até aos nossos dias, esta animação mostra-nos uma nova invenção, que oscila entre uma mistura de um carrossel e um thaumatrope, para nos mostrar um homem a olhar para pequenas imagens numa clara referência às suas memórias.
Apesar de alguma falta de ligação entre as mesmas (mas, não são assim as nossas memórias), encetamos uma viagem a um qualquer passado registado em pequenos fragmentos que, no seu conjunto, mais não são do que uma homenagem ao próprio cinema.
Ainda que uma animação pouco fácil para o nosso imaginário e que foge muito facilmente à imagem tradicional que temos na mesma, esta consegue constituir-se como uma obra inovadora e alternativa mostrando que apesar de estarmos perante uma história animada esta pode, ainda assim, contar uma história e um registo sério... tão sério quanto o próprio cinema que mexe com a nossa imaginação, a nossa memória e sobretudo com os nossos sonhos.
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7 / 10
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