Guerra de Philip G. Atwell foi a primeira e única - à data - longa-metragem do realizador dos videoclips de Eminem juntando enquanto protagonistas dois ícones do cinema de acção como o são Jet Li e Jason Statham.
Três anos depois da morte do agente do FBI Tom Lone (Terry Chen), o seu parceiro Crawford (Statham) embarca numa viagem pelo submundo do crime que opõe tríades chinesas e a Yakuza japonesa, para descobrir quem encomendou o assassinato. Num sem fim de desencontros e perseguições que parecem não o levar a lado algum, Crawford tem finalmente a surpresa da sua vida.
Lee Anthony Smith e Gregory J. Bradley escreveram o argumento desta longa-metragem de acção numa premissa onde a vingança e justiça se cruzam e confundem deixando ao mesmo tempo a grande questão sobre separação entre ambas. Num mundo onde os justiceiros são tão ou mais penalizados do que os carcereiros, levanta-se apenas uma questão... até que ponto se devem respeitar regras e limites da justiça podendo, por sua vez, deixar os criminosos sempre impunes das acções que tomam?
Não sendo uma obra de arte ou um daqueles filmes referência no género, War consegue manter o espectador interessado e curioso sobre os contornos que esta história vai delineando e pelo - até certa medida - improvável desenvolvimento das suas personagens que o mantêm incerto não só sobre as suas reais intenções como principalmente sobre o lado da barricada em que aparentam manter-se. Numa luta em que o mundo do crime se enfrenta e pretende manter o poder, o espectador questiona-se sobre as motivações daqueles que lá se encontram mas aparentam contrariar a corrente de criminalidade que se propaga.
Não sendo novatos no género, afinal tanto Li como Statham "cresceram" e desenvolveram praticamente toda a sua carreira graças a interpretações em filmes do género, não deixa de ser curioso assistir a uma lenta construção de personagem que Jet Li tenta com o seu "Rogue", dividido entre uma aparente lealdade ao mundo do crime e do assassinato por contrato e uma estranha moralidade que o divide entre aquilo que tem e o que deve fazer e, por outro lado, ao "Crawford" de Statham que se apresenta desde o primeiro instante como um emissário da justiça e da lei mas que, lentamente, revela todo um carácter desconhecido e improvável que o espectador não espera deixando todas as demais personagens (e interpretações) naquele vazio atípico que os transforma meramente em figurações especiais com pouco conteúdo mas necessárias para que o espectador não julgue que o filme é, afinal, apenas feito a duas mãos (quando na prática... até o é...).
As surpresas deste War são praticamente inexistentes - se é que alguma - primando quase exclusivamente pelas boas sequências de acção e pontuais momentos de surpresa que, no entanto, não o distanciam de tantos outros filmes do género onde é basicamente tudo esperado... tal como é. Com o seu argumento linear (afinal, não teremos aqui surpresas que nos levem a abrir a boca de pasmo), War é mais um dos tais veículos de promoção dos seus dois actores protagonistas que relativiza e torna secundário tudo o demais que gira em seu redor. Distante de ser francamente original ou mesmo distante de conseguir ter todas as suas pontas soltas devidamente justificadas, War é, ainda assim, um daqueles filmes competentes na sua vertente de entretenimento que satisfaz durante todos os minutos da sua duração não se alongando para lá dos mesmos. Se cumpre a sua missão enquanto filme de acção? Sim. Se nos recordaremos dele durante muito tempo? Obviamente que não.
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5 / 10
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