sábado, 5 de outubro de 2013

The Alphabet Killer (2008)

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O Assassino do Alfabeto de Rob Schmidt é uma longa-metragem norte-americana baseada numa história verídica sobre a potencial identidade do enigmático assassino do alfabeto que atormentou a área rurbana de Nova York em meados dos anos 70.
Megan Paige (Eliza Dushku), é uma detective que investiga a violação e assassinato de uma jovem menina naquilo que ela considera ser um serial killer motivado pela jovem idade e inocência das suas vítimas. No entanto, a deterioração do estado de saúde de Megan despoletam não só um estado avançado de esquizofrenia como também uma tentativa frustrada de suicídio que a levam a uma posterior desacreditação junto dos seus colegas.
Depois de uma aparente recuperação, Megan volta à polícia com uma despromoção e com toda a sua credibilidade colocada em causa. Quando o assassino do alfabeto volta a deixar uma vítima, Megan quer participar na investigação mas os sinais da sua doença regressam. Conseguirá ela agora descobrir quem é o misterioso assassino?
Esta longa-metragem de Rob Schmidt baseada num argumento de Tom Malloy divide-se em dois dramas particularmente intensos. O primeiro prende-se com a já descrita situação policial onde um grupo de investigadores liderados por uma desesperada "Megan" tentam descobrir que é o misterioso assassino que colhe a vida de jovens meninas depois de abusa sexualmente delas tentando pôr fim, desta forma, ao medo provocado em pequenas comunidades que definham pela incerteza sobre quem será tão temido exterminador. Por outro lado temos a jovem detective "Megan", sedenta não só de descobrir esta temida personagem como também de poder firmar o seu nome junto dos grandes investigadores com quem trabalha e que desenvolve rapidamente uma doença até então oculta. É este conflito entre estas duas dinâmicas que faz "amolecer" aquela que deveria ser a principal perspectiva de The Alphabet Killer como um intenso e psicótico thriller de uma caça entre gato e rato.
A primeira destas dinâmicas - a da investigação criminal - e aquela que tem mais pernas para andar, rapidamente se transforma num elemento paralelo de toda a trama que se centra quase exclusivamente na doença galopante de "Megan" que aos poucos definha e cede a sua mente à mesma. Pouco alcançamos da investigação para lá das trivialidades e banalidades que se instalam e dominam a narrativa, entregando facilmente ao espectador todos os elementos sobre quem está - de facto - por detrás dos hediondos acontecimentos e que para lá do "fiz porque quis" - quem nem esse é confirmado - pouco mais apresenta para ser explorado. Mais, The Alphabet Killer acaba por perder-se num relato quase jocoso sobre uma doença mental que aflige a jovem "Megan" e que aqui é retratado como um "I see dead people" melhor explorado no clássico de culto de N. Night Shyamalan.
The Alphabet Killer, que tinha todo o potencial para ir com pouco mais longe e até catapultar uma carreira bastante paralela (e algo perdida) como é a de Eliza Dushku - sobre quem continuo a defender, existe muito mais para revelar como o provou na sua estreia em That Night (1992), de Craig Bolotin - transformando-a num nome a fixar de uma nova geração e que aqui se limita a algumas banalidades do cinema do género nem conferindo à sua personagem a dimensão que poderia ter. A acompanhar Dushku encontram-se ainda Cary Elwes num desempenho secundário como o ex-namorado de "Megan" e posteriormente seu superior numa interpretação banal e quase dispensável e um Timothy Hutton que desde Ordinary People (1980), de Robert Redford nunca mais conseguiu encontrar o lugar ao sol que este desempenho e o Oscar que lhe sucedeu conseguiram (na altura) garantir mesmo que as suas interpretações e personagens sejam por vezes centrais para a história.
The Alphabet Killer é portanto um filme dispensável e pouco credível ainda que por detrás de um filme banal como é o caso, esteja uma trágica e macabra história que ainda hoje se encontra por desvendar factualmente.
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4 / 10
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