quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Florbela (2012)

.
Florbela de Vicente Alves do Ó, segunda longa-metragem do realizador, é um estrondoso e simplesmente genial filme sobre a poetisa portuguesa.
Depois do excelente Quinze Pontos na Alma (a sua primeira longa), e de um conjunto de filmes que tiveram o argumento escrito por Alves do Ó, a ansiedade por este Florbela era realmente muita. Muita mas que recompensou em igual proporção quando ontem tive o privilégio de assistir à sua antestreia no Cinema São Jorge em Lisboa. Uma antestreia digna do filme que se avizinhava.
Da própria Florbela Espanca pouco conhecia (conheço), além das histórias soltas que se ouvem ao longo dos tempos sobre a sua promíscua vida sexual, de alguma potencial insanidade e de uma vida afectiva e familiar desfeita. Esta figura que tantas histórias gera terá aqui uma sua história. Algo que nos faça aproximar de si, do seu tempo e daqueles que a rodeavam de uma ou outra forma.
Tudo começou com uma muito bem colocada apresentação do filme, dos seus actores e de todo o conjunto de profissionais que trabalharam para a "construção" deste que hoje afirmo, sem qualquer pudor, ser um dos filmes maiores do cinema português. Apresentação essa que fez com que muitos aplaudissem à medida que as palavras iam sendo proferidas e que muitos, com maior ou menor sussurro diziam "muito bem". Sentiu-se um clima muito interessante na sala quando algumas palavras sobre o cinema português foram ditas. Mas todos esperavamos o filme.
Os minutos iniciais que deslumbraram com magníficas, e para alguns provocadoras, imagens de Florbela (Dalila Carmo), apenas tinham comparação com a igualmente excelente banda-sonora que inundava toda a sala. Facilmente damos pelos nossos olhos a tentar devorar todos os "recantos" filmados para não se perder um único segmento que o ecrã nos permite ter.
Tudo, sem excepção, gira em torno de Florbela. A sua relação com um marido abusivo (José Neves), a sua entrega a um novo amor na pessoa de Mário Lage (Albano Jerónimo) ou a relação de dependência para com o seu irmão Apeles (Ivo Canelas) fazem de Florbela a presença constante no ecrã, mesmo nos escassos momentos em que "ela" não está lá.
O argumento, também ele da autoria de Vicente Alves do Ó, não só retrata principalmente a mulher como alguns daqueles que mais de perto com ela lidaram... o seu marido Mário Lage e o seu irmão Apeles. Arelação com um quase estava comprometida não só pelo espírito livre de Florbela como principalmente pela dependência afectiva que esta tinha para com o seu irmão. Um quase que não existe sem o outro, facto que até a própria mensagem final do filme nos deixa antever, mas também pelos próprios comportamentos existentes de um para com o outro que ultrapassavam o normal para qualquer relação fraterna. O argumento de Alves do Ó é francamente bom. Com pequenos comportamentos ou gestos, com as palavras adequadas em que muito se revela e se percebe, encontramos um sem fim de emoções que os brilhantes actores que compõem este filme nos conseguem facilmente transmitir.
E os actores que dão vida ao argumento são, sem qualquer margem para dúvida, grandes. É quase impossível falar dessa grande Dalila Carmo sem começar por dizer que a adoro desde o dia em que segui religiosamente a série Diário de Maria que a RTP passou já há quatorze anos. A ternura que então transmitia na sua interpretação e que foi ao longo dos anos amadurecendo e transformando numa enorme força que faz dela uma das grandes actrizes portuguesas, independentemente de qualquer que seja a sua geração, estão nesta sua Florbela transformadas numa força, numa vida e numa vitalidade que a tornam na alma de todo o filme. Digo alma pois conseguimos através de todos os seus momentos sentir uma tristeza profunda mascarada de alegria e uma dor por ser uma alma grande demais para o sítio e para o tempo em que se encontrava. A aparentemente frágil e doce figura que a Dalila tem escondem (ou não) uma força maior, muito maior, do que qualquer um de nós possa imaginar até ao momento em que vemos aquilo que esta magnífica actriz consegue fazer (se é que alguém tinha dúvidas...) quando tem em mãos uma história tão forte como esta. Longa seja a sua carreira, mas aposto que este será o seu grande filme. Aquele a que todos a iremos associar. E bem.
A acompanhar esta grande actriz temos outros igualmente brilhantes actores. Ivo Canelas interpreta Apeles, o irmão não menos angustiado de Florbela e que vive por ela uma obsessão sentimental/afectiva que, de certa forma, sempre a manteve "presa". Não quero revelar nada da história pois este filme é importante demais para ser "contado" tendo obrigatoriamente de ser visto mas a revelação sentimental de Apeles sobre a mulher que sempre amou e nunca teve é assombrosa... "in a good way". É um momento francamente desarmante e que coloca este actor num patamar bastante elevado.
Albano Jerónimo, que desde há muito venho a defender como alguém em quem se deve apostar e bem pois o seu talento é propocional à altura física do actor (e para quem tinha dúvidas que veja a curta-metragem Anestesia e depois diga algo), interpreta Mário Lage, o homem que ama Florbela mas que percebe que só a pode ter se lhe der liberdade. Recatado e amargurado por não ter dela a mesma frequência de amor que sente que lhe dá, Albano Jerónimo fecha um triângulo sentimental.
Destaco ainda a interpretação de Rita Loureiro, essa actriz enorme que aqui interpreta Sophia de Arriaga, amiga de Florbela e que é quase como a consciência política do filme. Retrata e comenta a época pré-ditadura que se formos a analisar consegue ser tão semelhante aos dias que hoje correm. Aqui secundária, ao contrário do protagonismo que teve em Quinze Pontos na Alma, mas não menos importante do que qualquer um dos outros actores. O segundo momento em que se escutaram as vozes pela sala...
E se entre o argumento e as interpretações (onde se encontram também Anabela Teixeira, Carmen Santos, Marques d'Arede, António Fonseca, Joana Figueira ou uma participação especial de Lauro António), não posso deixar passar a excelência técnica deste filme. Sim, a palavra correcta é excelência. A banda-sonora da autoria de Pedro Janela e Guga Bernardo é do melhor que alguma vez ouvi em cinema. Sóbria, forte e ao mesmo tempo com uma dose bem grande de emoção que funciona, também ela, como uma própria personagem deste brilhante filme.
Assim como o guarda-roupa de época de Sílvia Grabowski, que também assina a direcção artísitca, ou a fotografia de Luís Branquinho que consegue captar o melhor da luminosidade de forma a captar em vários momentos, e por vezes num mesmo segmento, todos os estados de alma que nos permitem perceber um pouco da confusão sentimental das diversas personagens, são também eles elementos muito fortes do filme. Como já referi, tudo se resume numa palavra... excelência.
Muitos tremem com a expressão "cinema português". Eu utilizo-a apenas como a referência que se pode dar à proveniência de um certo filme. Aqui a história pouco interessa de onde pois poderia ser passada possivelmente em qualquer parte do mundo, no entanto, este é o cinema português que quero ver. Histórias grandes... com personagens, reais ou fictícias, mas grandes, intemporais, com algo que possam "dizer" e transmitir a todos nós. Este é o cinema português que tanto nos faz falta e pelo qual muitos de nós esperam cada vez mais poder ver. E que felizmente podemos agora nesta "tournée" que o Florbela fará, felizmente, por todo o país para que a sua carreira possa ser longa... muito longa.
Quanto a mim termino com apenas mais uma observação... Não são os prémios que fazem um filme, pois estes acabam por ser uma subjectividade de quem vota neles e os filmes valem quando têm uma história boa para transmitir (o que este tem), mas não me inibo em afirmar que... "e o Sophia vai para...".
A todos os que gostam de muito bom cinema têm aqui a oportunidade para a partir de 8 de Março o irem ver e perceber que está perante uma das obras maiores do cinema português. Quem não fôr é estar praticamente a cometer um crime.
.
.
"Senhor Lage: Viver é não saber que se está a viver."
.
10 / 10
.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Northfork (2003)

.
Northfork de Michael Polish seduziu-me pelo seu trailer que me fazia pensar ir assistir a um filme profundamente trágico sobre o fim de uma era... de uma cidade.
Este filme decorre em 1955 quando uma pequena cidade do interior está largada ao abandono depois de boa parte da sua comunidade ter sido deslocada para outro lugar. Northfork vai desaparecer... vai ser inundada após a construção de uma barragem. Poucos são aqueles que ainda resistem neste local e que, tal como ele, também vão assistir ao seu próprio fim ali.
No que resta desta comunidade assistimos aos últimos dias de uma criança devolvida ao orfanato pelos seus pais adoptivos devido aos seus graves problemas de saúde, e percebemos que eles representam também o final de toda a história tanto da cidade como da comunidade em si e como, por sua vez, o fim desta representa a morte daquela própria criança.
Do elenco, que se pode considerar de luxo, onde se destacam as interpretações de Nick Nolte, James Woods, Daryl Hannah e do próprio Michael Polish que além de realizar e ser argumentista em conjunto com o seu irmão, tem também ele uma interpretação neste filme como um dos homens encarregados de "ajudar" à evacuação da cidade, esperava mais. As interpretações parecem perder-se algo pelo caminho dando quase sempre lugar a um certo misticismo que se perde com a própria história. Prometem muito mas na prática acabam por cumprir muito pouco remetendo quase na totalidade as suas prestações a algo mais espiritual do que real. À excepção da interpretação de Nick Nolte, o padre da cidade que zela pelo bem-estar da jovem criança e das de James Woods e Michel Polish, a dupla pai-filho que com a evacuação das pessoas esperam um pedaço de terra para construir de início as suas vidas, que é como quem diz as presenças "terrestres" com ideias e objectivos concretos, todas as demais remetem-se para um lugar mais "além" e com pouca concretização prática, divagando entre o sonho e a imaginação daquela criança que aos poucos parece definhar.
A sensação final depois da exibição do filme é que ele poderia ter sido muito mais se se concentrasse no final da cidade e da criança com factos reais. Esta história nunca chega a atingir o drama inicial que apresenta, diluindo-se quase na totalidade com uma história mais que fragmentada sobre o desejo de pertença a um lugar e a um grupo. As próprias histórias pessoais nunca chegam a ser exploradas dado o elevado número de personagens que o filme apresenta e como tal temos quase um relato a "várias cores" sobre o local sem que nunca seja sequer concluída.
No entanto o filme tem sim aspectos que são acentuadamente positivos. Tanto a banda-sonora da autoria de Stuart Matthewman com sons profundamente trágicos e melancólicos como também a fotografia de M. David Mullen com cores esbatidas e sombrias retratam fielmente o fim daquela pequena cidade e comunidade.
Tecnicamente bem executado e com potencial de argumento para ser um filme bastante interessante não é, no entanto, um filme que tenha conseguido alcançar todo o seu potencial acabando por divagar algures pelo meio perdido...
.
.
4 / 10
.

Prémio Autores 2012: Autor Internacional

 .
.
Imanol Uribe
.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Prémios Autores Cinema: vencedores

.
Filme: Sangue do Meu Sangue, de João Canijo
Actor: Nuno Melo, O Barão
Actriz: Rita Blanco, Sangue do Meu Sangue
Argumento: João Canijo, Sangue do Meu Sangue
.

Prémio Autores 2012: Filme

 .
.
João Canijo
.
Sangue do Meu Sangue
.

Prémio Autores 2012: Actor

.
.
Nuno Melo
.
O Barão
.

Prémio Autores 2012: Actriz

. 
.
Rita Blanco
.
Sangue do Meu Sangue
.

Prémio Autores 2012: Argumento

.
.
João Canijo
.
Sangue do Meu Sangue
.

Noiva Precisa-se (2012)

Noiva Precisa-se de José Afonso Pimentel é mais um telefilme da TVI e este sim é caso para dizer... "e que filme". Com as interpretações de José Carlos Pereira e Paula Neves (que se reencontram depois de Anjo Selvagem que os fez tornar no par romântico no já ido início deste século) e ainda Paulo Rocha, Bruno Simões e Ricardo Castro, este telefilme conseguiu mostrar que a produção de cinema para televisão consegue ser bem feita quando se mostram claros sinais de vontade.
Rui (Pereira) está prestes a casar com Nathalie (Carla Salgueiro) e convida os seus amigos de longa data Hugo (Rocha), Catarina (Neves), Alberto (Simões) e Jorge (Castro), para com ele partilharem o dia mais feliz da sua vida. Tudo muito bonito até ao dia em que Nathalie cancela o casamento e Rui fica com os quatro amigos em casa para o ajudarem a resolver a situação.
Estes, não contentes com a ausência da festa, resolvem encontram uma substituta para Rui e assim conseguirem aproveitar uns merecidos dias de férias na sua casa. Como é óbvio, o clima para a confusão está mais do que preparado.
Se a realização de José Afonso Pimentel já está excelente, não só em comparação com os anteriores telefilmes mas também porque este está de facto muito bem feito, o argumento de Henrique Cardoso Dias, Roberto Pereira e Frederico Pombares é do mais divertido que tem passado nos últimos tempos pela televisão. Com os discursos certos para cada momento, as suas personagens crescem a olhos vistos. Cada uma delas devidamente estereótipada, como é necessário para um filme do género, e cada uma delas com o seu devido espaço no filme. Nenhum se atropela e o protegonismo que deveria pertencer a José Carlos Pereira está devidamente repartido para com os quatro secundários que acabam por não o ser tanto assim.
Paulo Rocha assume uma vez mais o papel que já o vem a caracterizar em muitos dos seus trabalhos... o garanhão de serviço que faz tudo para ter a sua noite preenchida com alguém. Bruno Simões é uma vez mais o neurótico de serviço com sérios problemas de contacto físico, à excepção da sua "Nanda" num registo muito próprio e divertido da actriz Ana Lopes, e Ricardo Castro com a sua interpretação de um homem fechado e com sérios problemas sentimentais e de auto-afirmação.
O par protagonista José Carlos Pereira e Paula Neves completa-se. De facto existe uma química interessante entre estes dois actores e eles funcionam muito bem. Os tempos, as falas e os gestos de ambos quase que se complementam e, na falta de um, o outro afirma-se.
Os próprios secundários (aqueles que são mesmo secundários), também não poderiam ter sido melhor escolhidos, Joana Figueira como a senhora do centro de emprego, António Montez e Amélia Videira como os pais de "Rui", ou Carla Salgueiro como a noiva interesseira, todos, sem excepção, estão no seu devido lugar.
Quando comecei a ver este telefilme pensei aquilo que normalmente penso... "ok, mais uma produção da TVI que acabará por falhar de uma ou outra forma". Não poderia estar mais errado. Este (tele)filme superou todas as minhas expectativas. Não por serem baixas (que até eram), mas por conseguir ser realmente um bom filme. Uma comédia que é realmente divertida não só pela sua simplicidade mas também pela descontracção que todos aparentam ter. É essencialmente um filme divertido com actores que descomprometidamente assumem uma naturalidade que muito faz falta neste tipo de produções. Sem lições de moral ou expectativas além do entretenimento, este Noiva Precisa-se assume-se como uma divertida e bem disposta comédia que só perde pelas horas a que passou e pelos complexos que muitos de nós têm para com estas produções da TVI.
Parabéns ao referido canal de televisão e que destes... venham muitos mais.
.
9 / 10
.

Oscars 2012: vencedores

.
Filme: The Artist, Thomas Langmann
Actor: Jean Dujardin, The Artist
Actriz: Meryl Streep, The Iron Lady
Actor Secundário: Christopher Plummer, Beginners
Actriz Secundária: Octavia Spencer, The Help
Realizador: Michel Hazanavicius, The Artist
Argumento Original: Woody Allen, Midnight in Paris
Argumento Adaptado: Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash, The Descendants
Fotografia: Robert Richardson, Hugo
Banda-Sonora: Ludovic Bource, The Artist
Canção: "Man or Muppet", Bret McKenzie, The Muppets
Montagem: Angus Wall e Kirk Baxter, The Girl with the Dragon Tattoo
Guarda-Roupa: Mark Bridges, The Artist
Direcção Artística: Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo, Hugo
Caracterização: Mark Coulier e J. Roy Helland, The Iron Lady
Som: Tom Fleischman e John Midgley, Hugo
Efeitos Especiais Sonoros: Philip Stockton e Eugene Gearty, Hugo
Efeitos Especiais Visuais: Robert Legato, Joss Williams, Ben Grossmann e Alex Henning, Hugo
Filme de Animação: Rango, Gore Verbiski
Filme Estrangeiro: Jodaeiye Nader az Simin, Asghar Farhadi (Irão)
Documentário Longa-Metragem: Undefeated, Daniel Lindsay, T.J. Martin e Rich Middlemas
Documentário Curta-Metragem: Saving Face, Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chinoy
Curta-Metragem de Animação: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, William Joyce e Brandon Oldenburg
Curta-Metragem de Ficção: The Shore, Terry George e Oorlagh George
.

Oscars 2012: Filme

.
Thomas Langmann
.
The Artist
.

Oscars 2012: Actriz

.
Meryl Streep
.
The Iron Lady
.

Oscars 2012: Actor

.
Jean Dujardin
.
The Artist
.

Oscars 2012: Realizador

.
Michel Hazanavicius
.
The Artist
.

Oscars 2012: Curta-Metragem de Animação

The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
.
William Joyce
Brandon Oldenburg
.

Oscars 2012: Documentário Curta-Metragem

Saving Face
.
Daniel Junge
Sharmeen Obaid-Chinoy
.

Oscars 2012: Curta-Metragem de Ficção

The Shore
.
Terry George
Oorlagh George
.

Oscars 2012: Argumento Original

.
Woody Allen
.
Midnight in Paris
.

Oscars 2012: Argumento Adaptado

.
Alexander Payne
Nat Faxon
Jim Rash
.
The Descendants
.

Oscars 2012: Canção

.
.
"Man or Muppet"
.
 Bret McKenzie
.
The Muppets
.

Oscars 2012: Banda Sonora

.
Ludovic Bource
.
The Artist
.

Oscars 2012: Actor Secundário

.
Christopher Plummer
.
Beginners
.

Oscars 2012: Efeitos Especiais Visuais

.
Robert Legato
Joss Williams
Ben Grossmann
Alex Henning
.
Hugo
.

Oscars 2012: Filme de Animação

.
Gore Verbinski
.
Rango
.

Oscars 2012: Documentário Longa-Metragem

.
 Daniel Lindsay
T.J. Martin
Rich Middlemas
.
Undefeated
.

Oscars 2012: Som

.
 Tom Fleischman
John Midgley
.
Hugo
.

Oscars 2012: Efeitos Especiais Sonoros

.
Philip Stockton
Eugene Gearty
.
Hugo
.

Oscars 2012: Montagem

.
Angus Wall
Kirk Baxter
.
The Girl with the Dragon Tattoo
.

Oscars 2012: Actriz Secundária

.
Octavia Spencer
.
The Help
.

Oscars 2012: Filme Estrangeiro

.
Asghar Farhadi
.
Jodaeiye Nader az Simin (Irão)
.

Oscars 2012: Caracterização

.
Mark Coulier
J. Roy Helland
.
The Iron Lady
.

Oscars 2012: Guarda-Roupa

.
Mark Bridges
.
The Artist
.

Oscars 2012: Direcção Artística

.
Dante Ferretti
Francesca Lo Schiavo
.
Hugo
.

Oscars 2012: Fotografia

.
Robert Richardson
.
Hugo
.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Erland Josephson

.
1923 - 2012
.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Independent Spirit Awards 2012: vencedores

.
Filme: The Artist
Primeiro Filme: Margin Call
Actor: Jean Dujardin, The Artist
Actriz: Michelle Williams, My Week with Marilyn
Actor Secundário: Christopher Plummer, Beginners
Actriz Secundária: Shailene Woodley, The Descendants
Realizador: Michel Hazanavicius, The Artist
Argumento: Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash, The Descendants
Primeiro Argumento: Will Reiser, 50/50
Fotografia: Guillaume Schiffman, The Artist
Filme Estrangeiro: A Separation (Irão)
Documentário: The Interrupters
John Cassavetes Award: Pariah
Robert Altman Award: Margin Call
.

The Gathering (2003)

.
Encontros Fatídicos de Brian Gilbert é um interessante thriller com a interpretação de Christina Ricci centrado numa localidade do interior de Inglaterra.
Cassie (Ricci) é uma jovem que vagueia aparentemente sem rumo pelo interior rural de Inglaterra. Depois de um atropelamento acidental e da sua perda de memória, Cassie fica em casa de uma simpática família e estabelece uma estranha relação com o filho do casal que parece viver os seus próprios pesadelos que ninguém consegue decifrar... além dela própria.
Numa corrida contra o tempo e contra a própria sobrevivência da vila em que se encontra, Cassie tenta salvar a vida do jovem de um final trágico e conseguir finalmente perceber quem ela é e qual a sua missão.
Sem revelar nada do argumento deste filme, afirmo que a sua base é francamente original. A possibilidade que as suas personagens centrais têm de criar uma história tão desafiante como a própria História, é imensa. E ninguém poderia ter sido melhor escolhido para a interpretação principal do que Christina Ricci. A sua aparência inocente, frágil e angelical cedo se dissipam numa interpretação que quer forçosamente roçar o forte e determinado. Se em muitos momentos o consegue noutros, no entanto, fica longe de o fazer e é aqui que se encontram os momentos mais "tremidos" deste filme.
Ricci que ao mesmo tempo que tenta desvendar um estranho acontecimento a ocorrer naquela vila e salvar a vida do jovem de quem ficou temporariamente responsável, criando assim os momentos mais (in)tensos do filme e aqueles que desejamos ver cada vez mais desenvolvidos, tenta também perceber quem ela própria é antes de ter sido vítima de uma estranha amnésia. Durante quase todo o filme não percebemos quem ela é, se bem que vamos tendo alguns indícios que só percebemos mais perto do final. No entanto, a credibilidade com que apresenta a sua personagem faz-nos, ao mesmo tempo que sentimos um ambiente estranho a desenvolver-se, simpatizar com a sua aparente fragilidade. Ricci é sem qualquer dúvida a força de um filme que poderia ele próprio ter ido muito mais longe.
O ambiente semi-conservador, a História dentro da história e a pequena e pacata vila que, como todas neste género, esconde um terrível segredo que todos preferem esquecer e não comentar estão bem conseguidos e recriados. Sim, existem os clichés habituais dos filmes de suspense onde aparece sempre um enigmático cão que a não fazer mais nada do que ladrar lança a suspeita sobre algo de eminente e perigoso, o eterno campo de trigo/milho sempre presente nestes filmes e claro, já para não falar nos estranhos "locals" que parecem retirados de uma qualquer catacumba e prontos a atacar a inocente de serviço. Mas, se ignorarmos isso, o restante ambiente criado leva-nos a deixar levar pelo filme e a perceber que, apesar destes lugares comuns dos filmes de suspense, temos um interessante filme com uma história original e fora do vulgar.
Apesar de alguma previsibilidade final que seria dispensável considero que o filme no seu essencial está bem conseguido e que apela ao interesse dos espectadores que apreciam o estilo. No entanto, também considero que poderia ter levado outros contornos mais "negros" para desenvolver alguma dessa mesma previsibilidade de forma a torná-lo mais consistente. Interessante e bem pensado, vale a pena ser visto por trazer alguma inovação quanto ao conteúdo das personagens principais e por, dentro do género, conseguir também reter algum misticismo religioso fora do "ambiente" sobrenatural.
.
.
6 / 10
.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

César 2012: vencedores

.
Filme: The Artist, Thomas Langmann (prod.) e Michel Hazanavicius (real.)
Actor: Omar Sy, Intouchables
Actriz: Bérénice Bejo, The Artist
Actor Secundário: Michel Blanc, L'Exercice de L'État
Actriz Secundária: Carmen Maura, Les Femmes du 6ème Étage
Actor Revelação: Grégory Gadebois, Angèle et Tony
Actriz Revelação: Naidra Ayasi, Polisse e Clotilde Hesme, Angèle et Tony
Realizador: Michel Hazanavicius, The Artist
Argumento Original: Pierre Schoeller, L'Exercice de l'État
Argumento Adaptado: Roman Polanski e Yasmina Reza, Carnage
Fotografia: Guillaume Schiffman, The Artist
Música Original: Ludovic Bource, The Artist
Guarda-Roupa: Anaïs Romand, L'Apollonide, Souvenirs de la Maison Close
Montagem: Laure Gardette e Yann Dedet, Polisse
Direcção Artística: Laurence Bennett, The Artist
Som: Jean-Pierre Laforce, Julie Brenta e Olivier Hespel, L'Exercice de l'État
Primeira Obra: Le Cochon de Gaza, Franck Chorot (prod.) e Sylvain Estibal (real.)
Documentário: Tous au Larzac, Denis Carot, Marie Masmonteil e Sandrine Brauer (prods.) e Christian Rouand (real.)
Filme Animação: Le Chat du Rabbin, Joann Sfar (real.) e Antoine Delesvaux (real. e prod.)
Filme Estrangeiro: A Separation (Irão), Asghar Farhadi
Curta-Metragem: L'Accordeur, Matthias Weber e Thibault Gast (prods.) e Olivier Treiner (real.)
César de Honra: Kate Winslet
.

César 2012: Filme

.
Thomas Langmann
.
(produtor)
.
Michel Hazanavicius
.
(realizador)
.
The Artist
.

César 2012: Actor

.
Omar Sy
.
Intouchables
.

César 2012: Actriz Secundária

.
Carmen Maura
.
Les Femmes du 6ème Étage
.

César 2012: Realizador

.
Michel Hazanavicius
.
The Artist
.

César 2012: Actriz

.
Bérénice Bejo
.
The Artist
.

César 2012: Filme Estrangeiro

.
Asghar Farhadi
.
A Separation (Irão)
.

César 2012: Montagem

.
Laure Gardette
Yann Dedet
.
Polisse
.

César 2012: Som

.
Jean-Pierre Laforce
Julie Brenta
Olivier Hespel
.
L'Exercice de L'État
.

César 2012: Argumento Adaptado

.
Roman Polanski
Yasmina Reza
.
Carnage
.

César 2012: Fotografia

.
Guillaume Schiffman
.
The Artist
.

César 2012: Argumento Original

.
Pierre Schoeller
.
L'Exercice de L'État
.