segunda-feira, 31 de maio de 2010

Death Defying Acts (2007)

Houdini - O Último Grande Mágico de Gillian Armstrong conta com as prestações de Guy Pearce, Catherine Zeta-Jones e de Saiorse Ronan, numa história que se centra no período final da vida do mágico Houdini.
Pelo trailer o filme promete muito. Pensamos tratar-se não só de um bom drama como também de uma potencial história de amor com alguma pitada de paranormal, uma vez que Houdini se desloca para Edimburgo com a finalidade de desmascarar falsos videntes até encontrar aquele que seja de facto real e que consiga comunicar com alguma entidade para além da morte.
Assim, aquilo que promete ser o início de uma história de amor quando Houdini (Pearce) conhece Mary (Zeta-Jones) e a filha desta Benij (Ronan). O filme aquece um pouco (não, nada de porno-erótico) mas não adianta em nada uma vez que entre Houdini e Mary nada acontece para além de uma paixoneta platónica, o que de certa forma faz abrandar o potencial interesse que o filme tem.
De seguida outro ponto forte que o filme tinha e ainda assim não foi em nada aproveitado, foi a possibilidade de entrar pelo campo do paranormal e do potencial interesse que o mágico teria em desmascarar os contos do vigário que lhe queriam pregar a troco de uma enorme recompensa monetária contudo este é mais um tema tocado muito ao de leve durante todo o filme, passando em muitas ocasiões até por ser algo totalmente secundário.
No fundo, se formos a analisar coerentemente, este filme não consegue estabelecer uma grande ou coesa história que dinamize o potencial que poderia ter alcançado fazendo no entanto leves abordagens a vários tópicos que acabam por morrer à nascença.
As interpretações, todas elas sem qualquer excepção, são muito pobres e com pouco conteúdo, também ele ficou pelo início, não sendo explorada nenhuma das personagens de uma forma real e convincente.
Chegamos aqui e perguntamos "afinal o que é que o filme trouxe de positivo?". Bom, a isto a resposta é também muito simples: praticamente nada. À excepção de um muito bem elaborado trabalho de fotografia da autoria de Haris Zambarloukos que confere ao filme um ambiente sombrio e misterioso tudo o resto passa, de uma forma espantosa, ao lado.
Pouca é a coerência entre as várias personagens do filme deixando com que praticamente tudo fique por explorar bem como os demais aspectos da história também acabam por não conseguir ser desenvolvidos nem sequer um pingo de dinamismo apresentam. Tudo é referido e falado, mas muito pouco (ou nada) é devidamente desenvolvido de forma coerente.
Não vence nem convence e quanto muito serve apenas de motor para divulgar ao mundo que a Zeta-Jones ainda está em forma para fazer filmes de "menina bonita".



4 / 10

domingo, 30 de maio de 2010

Serving Sara (2002)

Divórcio de Milhões de Reginald Hudlin foi mais uma tentativa de filme pipoca que (in)felizmente não resultou lá muito bem.
Com um Matthew Perry ainda no rescaldo do sucesso da série Friends e uma Elizabeth Hurley à procura do seu lugar ao sol em Hollywood, este filme teria as hipóteses de se transformar numa interessante comédia não fosse o facto do argumento não ser tão pouco dinâmico e oco em diversas ocasiões.
Sim, é um facto que tem os seus momentos em que se pode considerar uma comédia ligeira e alguns até conseguem ser engraçados e divertidos mas não o suficiente para nos convencerem de que assistimos a um filme de qualidade dentro do género.
Resumidamente é muito pobre, e os poucos momentos em que consegue ser agradável é devido ao carisma e sensualidade que Elizabeth Hurley lhe confere porque, de resto, é de facto francamente pobre e um tanto enfadonho.
Tirando isto, e passando pela história, Perry interpreta o papel de um homem que entrega intimações a diversas pessoas até se deparar com Hurley que está a fugir de uma. Quando de facto se cruzam lá decidem fazer um acordo e ela promete pagar-lhe bem se a ajudar. Aventuras aqui e ali e... está o filme contado.
Não é um bom filme nem tão pouco de ser daqueles que ainda conseguimos ver duas vezes. Aqui não. Depois de ver a primeira vez cai totalmente no esquecimento de tal forma que nunca mais sabemos que ele existe. Vê-se pura e simplesmente para passar o tempo e... já está!
Dito isto, a pontuação com que presenteio este filme, admito-o, ser toda reencaminhada para a Elizabeth Hurley porque sim, assumo que gosto dela e sim, se isto não acabar tudo em 2012, um dia ainda a iremos ver a fazer um filme de qualidade.

3 / 10

sábado, 29 de maio de 2010

Dennis Hopper

1936 - 2010
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8 1/2 Festa do Cinema Italiano: Melhor Filme

Good Morning Aman de Claudio Noce foi o vencedor do Prémio Pirelli de Melhor Filme da terceira edição do 8 1/2 Festa do Cinema Italiano que decorre anualmente em Lisboa com edições no Porto e em Coimbra.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Aquamarine (2006)

A Sereia Apaixonada de Elizabeth Allen é um filme simpático sobre a amizade e o amor adolescente mas que, no entanto, mais não é que uma adaptação mais recente de um enorme clássico e êxito das bilheteiras dos idos anos 80 chamado Splash que catapultou para a fama o tão saudoso Tom Hanks.
A história, interpretada por alguns ídolos teen norte-americanos, consiste na procura do amor verdadeiro para escapar a um imposto. Os detalhes que podem tornar esta história um pouco diferente de centenas e centenas de outras é apenas o facto de quem procura o amor ser... uma sereia. Uma sereia que abandona o mar para procurar o seu amor em terra. Ironia das ironias encontra-o num salva dias de uma praia.
Pelo caminho encontra duas adolescentes que se sentem marginalizadas pelos grupos populares (muito típico nestes teen movies) mas com as quais irá formar uma boa amizade.
Moralismos à parte, dos quais este género de filme está sempre repleto, temos então um filme engraçado, não conseguindo chegar a um patamar superior porque em primeiro lugar tem o filme anteriormente referido como um inatingível, e em segundo lugar porque os ditos teen movies já são tantos que acabam a grande maioria deles por se perder pelo caminho.
Destaco no entanto como um factor positivo do filme a prestação de Sara Paxton, a sereia Aquamarine, que detém aqui um papel simpático com leves toques de comédia que consegue assim dinamizar a grande maioria do filme abafando um pouco os restantes actores. No entanto, não consegue ter o mesmo carisma que teve Darryl Hannah há quase trinta anos.




6 / 10

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Globos de Ouro SIC/Caras 2010: os vídeos

Daniela Ruah, NCIS: Los Angeles (Revelação)


Catarina Wallenstein (Actriz Cinema)

Salazar, A Vida Privada

Singularidades de uma Rapariga Loira

Um Amor de Perdição


Rui Morrison (Actor Cinema)

Os Sorrisos do Destino


Um Amor de Perdição (Filme)

Mário Barroso

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sex and the City (2008)

O Sexo e a Cidade de Michael Patrick King ressuscita após o final da série com o mesmo nome as aventuras das quatro amigas Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon e Kim Cattrall na cidade de Nova York que insiste em erradiar o seu brilho ao longo de todo o filme.
Este filme, que mais não é que um episódio alargado da série, retoma os dramas e as vivências diárias das quatro amigas e passam pela tentativa frustrada de casamento de Carrie (Jessica Parker), a sua recaída e no final, o seu casamento consumado.
A história não é uma novidade. Especialmente não o será para aqueles que acompanharam durante vários anos as sucessivas temporadas que passavam nas nossas televisões. Assim sendo, um enorme sentimento de amizade, cumplicidade, amor, sexo e algumas quantas risadas à custa de situações mais ou menos embaraçosas são durante estas quase duas horas de filme os elementos chave que as personagens que amámos e habituámos a ver nos dão.
A química continua a existir entre todas elas, e é isso que faz este filme funcionar e não se tornar numa pobre adaptação da série. Não será um filme estonteante talvez devido ao facto de todos nós já sabermos o que se poderá suceder e assim quase anteciparmos todo o filme. No entanto não deixa de, ao mesmo tempo, ser reconfortante e muito agradável revermos as empatias criadas entre elas.
O filme, tal como a série, é muito light com as doses necessárias de comédia para se passar um bom bocado a visioná-lo, mas não deixa de ter os seus momentos em que de facto pensamos na vida. Lamechas? Nada disso... Real... Real em muitas situações até, e é possivelmente isso que fez tanta gente apaixonar-se pelos dilemas que estas personagens nos transmitiam semanalmente, e fez também com que tantos aguardassem com uma enorme ansiedade para saber o que dali viria (e ainda vem com a continuação deste filme).
Boas interpretações, uma Nova York sempre presente, uma Oscarizada (Jennifer Hudson) e um guarda-roupa sempre estonteante que é tão importante quanto a presença das próprias actrizes fazem deste filme um bom exemplo daquilo que se espera quando transportam uma série da televisão para o cinema.

7 / 10

terça-feira, 25 de maio de 2010

American Pie Presents Beta House (2007)

American Pie Apresenta: Fraternidade Beta de Andrew Waller mantém apenas a personagem de Eugene Levy desde o filme original bem como a fidelidade se estende à premissa que se encontra igual a todos os filmes desta saga, ou seja, adolescentes com o cio.
Este filme não nos acrescenta nada de novo. Aliás como todos os desta saga da qual nunca fui grande fã apesar de achar piada a algumas das parvoíces que por aqui andam. Do estilo ainda tenho na memória a trilogia Porky's que, essa sim, é para mim a grande vencedora deste estilo de filme.
De resto temos mais do mesmo em qualquer um desta saga que já deve de ir nos 300 filmes (mais coisa menos coisa)... Muito alcoól, muita tanga (mesmo tanga) ou até muita falta de roupa interior... sexo... e mais alcoól.... e mais sexo... e mais alcoól... e mais sexo... e mais alcoól (já deu para terem a ideia?) e uma ideia de que nem todos os tarados são burros... e nem todos os cromos são santinhos. Fundamentalmente, não formar ideias antes de conhecer as pessoas com quem lidamos... Muito moralista.
Bem disposto... Animado... Algo divertido mas... não fica na memória de ninguém.

4 / 10

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Histoire de Pen (2002)

Plano de Combate de Michel Jetté é um filme que quando assisti ao seu trailer me despertou algum interesse visto ser uma história de prisão, marginalidade e de drama que aparentava ser estimulante.
Quando vi o respectivo dvd à venda por um daqueles preços mais que acessíveis, lá o adquiri e decidi constatar se era realmente tão bom como ameaçava ver.
A realidade é que.... não é. Começou por ser um trágico dissabor perceber que este filme franco-canadiano estava dobrado em inglês pela voz de alguém que mais aparentava ser actor porno tal era o mau da coisa.
A história consiste num tipo (Emmanuel Auger) que após cometer alguns crimes menores com a mulher de quem gosta (Karyne Lemieux) é apanhado e vai para uma instituição de alta segurança onde é obrigado a conviver com criminosos da pesada, onde é seduzido por um transexual e onde faz amizades com os alucinados do "bairro" ao mesmo tempo que para se proteger faz combates de boxe ganhando amizades de ocasião e os inimigos entre a mafia local.
Após as inúmeras atribulações que se esperam num filme que centra a sua acção no interior de uma prisão, poderíamos ter aqui um filme com alguma categoria e interesse mas que, na realidade, funciona totalmente ao contrário. Desde a dobragem para inglês à la porno, às interpretações que passam de interessantes a comico-ridículas, tudo neste filme roça descaradamente o porno-rasca sem nunca ser porno e ser assumidamente rasca.
O único aspecto que consegue ser algo positivo, mas não chega para salvar nada do dito, é uma banda-sonora da autoria de Gilles Grégoire que atinge algum interesse.
É na sua generalidade um filme pobre que mais aborrece do que estimula e para o qual apontamos mais defeitos do que algum ponto de interesse tornando-se perfeitamente dispensável.
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2 / 10

Cannes 2010: vencedores


Palma de Ouro: Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul
Grande Prémio: Des Hommes er des Dieux, de Xavier Beauvois
Realizador: Mathieu Amalric, Tournée
Argumento: Lee Chang-dong, Poetry
Actriz: Juliette Binoche, Copie Conforme
Actor: Javier Bardem, Biutiful e Elio Germano, La Nostra Vita
Prémio do Júri: Un Homme qui Crie, Mahamat-Saleh Haroun
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Curtas-Metragens
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Palma de Ouro: Chienne D'Histoire, de Serge Avédikian
Prémio do Júri: Micky Bader, de Frida Kempf
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Globos de Ouro SIC/Caras 2010: Carreira



Artur Agostinho
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Globos de Ouro SIC/Caras 2010: Revelação


Daniela Ruah, NCIS: Los Angeles
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domingo, 23 de maio de 2010

Globos de Ouro SIC/Caras 2010: Actor


Rui Morrison, Os Sorrisos do Destino
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Globos de Ouro SIC/Caras 2010: Actriz


Catarina Wallenstein
Salazar, A Vida Privada
Singularidades de uma Rapariga Loira
Um Amor de Perdição
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Globos de Ouro SIC/Caras 2010: Filme



Mário Barroso (realizador)
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Globos de Ouro 2010: O Prémio Carreira vai para ?

Considerando que é um actor com carreira estabelecida no Cinema, Teatro e Televisão, tanto na produção como realização e interpretação e que está agora a celebrar o seu 50º ano de trabalho é uma segura aposta para o Globo de Ouro Carreira deste ano.
Aguardemos então pela cerimónia desta noite para confirmar se será ele o galardoado ou não.
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Globos de Ouro 2010: previsões para a cerimónia de hoje

Como vem sendo habitual para com as cerimónias de entrega de prémios, também com os Globos de Ouro portugueses vou deixar aqui uma breve referência para a cerimónia que irá ter lugar mais logo no Coliseu de Lisboa, uma vez mais apresentada por Bárbara Guimarães.
Assim, e apenas para as categorias de Cinema e para a de Revelação visto haverem alguns actores que são nomeados, aqui ficam as minhas previsões e preferências para a cerimónia desta noite. E são elas:
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Morrer Como Um Homem (Filme)

Margarida Carvalho, Veneno Cura (Actriz)

João Lagarto, 4 Copas (Actor)

Daniela Ruah, NCIS: Los Angeles (Revelação)
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sábado, 22 de maio de 2010

Harold & Kumar Escape from Guantanamo Bay (2008)

Grande Moca Meu - A Fuga de Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg é mais um filme sobre as aventuras do duo da ganza Harold (John Cho) e Kumar (Kal Penn) que desta vez são suspeitos de terroristas da Al-Qaeda e da Coreia do Norte a bordo de um avião com destino a Amsterdão.
Após a sua detenção e envio para a prisão de Guantanamo de onde conseguem em curta espaço de tempo fugir, rumam de volta aos Estados Unidos através de uma longa e aventurosa viagem pelo país por onde encontram o Klu Klux Klan, um Neil Patrick Harris altamente ganzado, um George W. Bush igualmente ganzado (note-se que aqui a palavra-chave ao longo de todo o filme é ganza ou uma das suas inúmeras variantes) e claro, tudo isto enquanto tentam escapar a um agente da Segurança Interna que insiste em ser mais estúpido que uma porta.
Não sendo um filme de comédia de topo consegue ser, no entanto, um filme francamente bem disposto que parodia com alguns dos estereótipos da sociedade norte-americana actual e que à custa disso consegue criar longos e bons momentos de comédia dita popular.
"Tudo está bem quando acaba bem" é uma frase feita meio parola mas que se aplica na perfeição a este filme que, depois dos inúmeros mal entendidos e aventuras mais ou menos grosseiras, consegue acabar com as personagens principais com as mulheres dos seus sonhos e todos eles, voltamos à palavra-chave, ganzados.
Para aqueles que apreciam uma comédia rasca sem cair na foleirice, este Grande Moca Meu - A Fuga é uma boa aposta para passar uma tarde bem animada.

6 / 10

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Xtra Credit (2009)

Beco sem Saída de Marty Weiss é daqueles filmes que dá dó ver mas que, no entanto, por ser tão mau mas mesmo TÃO MAU, não conseguimos desviar o olhar para ver onde é que ele vai parar. Rapidamente concluímos que a lado nenhum mas... tem de ser visto até ao final.
Com francamente pobres interpretações de Micah Alberti e Marina Black, os ditos actores principais que mais não fazem do que tentar mostrar o corpo e agir como uma imitação rasca da Sharon Stone no Instinto Fatal, a única cara mais conhecida que pelo meio encontramos é a de Mitch Pileggi que nos lembramos dos saudosos Ficheiros Secretos.
Aqui a história resume-se a uma professora com a mania que é boazona e que engata, literalmente, o aluno com um passado conturbado e que através de falinhas mansas e meia dúzia de quecas lá o seduz a ir roubar o cofre (inexistente) em sua casa como forma de o culpar do assassinato do marido que planeou com o segurança. No final descobrimos que afinal ela não está feita nem com o aluno nem com o segurança mas sim com a polícia que é quem tomou conta do caso do seu aluno e com quem mantém uma relação homossexual.
Muito confuso? NADA. Depois de ver é mais simples e sem graça do que aquilo que possamos eventualmente imaginar.
E está feito. Chegamos ao final e o desfecho é aquele que se pode imaginar com a pequena nuance de que ficamos a pensar "quem terá chamado a polícia no final de tudo isto?". Mas... como é tudo tão pobre acabamos por nem querer saber da respectiva resposta.
Avaliação final... Um desastre total do início até ao final dos créditos finais.
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1 / 10

quinta-feira, 20 de maio de 2010

The Deadliest Lesson (2008)

Cercados pelo Medo de Harry Winer é mais um daqueles filmes que basicamente não adiantam de nada e além de algum escasso entretenimento nada mais oferecem ao espectador.
Além de um nome um pouco mais conhecido, o de Penelope Ann Miller, e que ainda assim cai drasticamente no esquecimento a cada dia que passa, este filme não prima pela qualidade de actores que, no entanto, até dão um razoável contributo para o filme.
Uma professora (Miller) quebra o silêncio após ter assistido a um tiroteio entre gangs da droga e, à custa disso, começa a ser vítima das perseguições de elementos de um gang que, como é óbvio, não querem ir parar à prisão caso ela abra a boca para a polícia.
À excepção de um ou outro momento que poderão eventualmente ser um pouco mais tensos, este telefilme não passa daquilo que já assistimos em tantos outros tornando-se inclusive francamente aborrecido a partir de determinada altura.
Temos as perseguições, as ameaças, as vítimas presas dentro da escola onde eventualmente se irá passar o grande confronto entre professora e seus companheiros contra os mafiosos lá do bairro e mais que isto não existe. À custa disto damos por nós a pensar a certa altura se não seria até interessante que existisse um pouco mais de sangue para apimentar a coisa.
Não é um filme mau mas de brilhante nada tem deixando tudo, desde as interpretações ao argumento, muito morno e repetitivo sendo que, ainda assim, é uma boa forma de passar algum tempo.
À falta daquilo a que se pode chamar de trailer... aqui fica um breve momento do filme para que possa suscitar algum interesse a quem por aqui passar.

3 / 10

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Festróia: Golfinho de Ouro Carreira anunciado

E o homenageado com o Golfinho de Ouro Carreira é Rogério Samora que se torna o quinto actor a ser galardoado com este troféu depois de nomes como Ruy de Carvalho (2003), Raul Solnado (2004), Joaquim de Almeida (2006) e Nicolau Breyner (2008) terem sido igualmente distinguidos.

Rogério Samora é um dos nomes sonantes do meio artístico português tendo já participado em inúmeras peças de teatro e é também presença habitual em produções televisivas e claro no cinema onde conta com trabalhos pela mão de Fernando Santos, João Botelho, Manoel de Oliveira entre outros.

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terça-feira, 18 de maio de 2010

Copying Beethoven (2006)

Corrigindo Beethoven de Agnieszka Holland reflete sobre os dias em que o compositor compôs a sua grande 9ª Sinfonia bem como a sua também já conhecida relação destrutiva não só para consigo próprio bem como para com todos aqueles que giravam em seu redor.
A interpretar o famoso compositor alemão temos o actor Ed Harris em mais um bem executado desempenho, não chegando no entanto a ser tão inspirado como outros que já desempenhou em filmes como As Horas ou The Truman Show.
Harris consegue transparecer não só a instabilidade física como emocional do compositor sendo que no entanto não consegue com os seus momentos dominar o grande ecrã com uma interpretação de nos encostar à parede. É bom... a personagem consegue ficar real mas... se pensarmos num Gary Oldman em Paixão Imortal como comparação, Ed Harris fica-lhe muito distante na qualidade do papel.
Também falta algo na química, quase inexistente, entre Harris e Diane Kruger, a personagem feminina principal que dá corpo à mulher que o ajudou na execução da tão famosa 9ª Sinfonia.
Ambas as interpretações estão bem executadas mas, entre elas, falta algo que dê o devido brilhantismo à composição conjunta.
Dito isto há também que salientar os pontos fortes do filme. E são eles em primeiríssimo lugar o brilhante e emocionante momento da apresentação da própria 9ª Sinfonia. É uma música inspirada, apresentada num brilhante cenário e que cativa qualquer um. Ainda assim não consegue superar o mesmo momento do referido Paixão Imortal que é aí sim um momento extraordinariamente bem conseguido a todos os níveis.
Um bom trabalho é o do guarda-roupa da autoria de Jany Temime que apesar de não brilhante é, para um filme de época, bem conseguido e uma das peças fundamentais para este tipo de filme.
Este Copiando Beethoven não é um dos melhores filmes de época, e menos será um dos melhores sobre Beethoven pois como já referi fica algo distante de um Paixão Imortal, no entanto consegue dentro do estilo próprio um filme interessante que foca os últimos tempos de vida de Beethoven e a sua relação tempestiva com todos os que giravam à sua volta não deixando no entanto, espaço a explorar e perceber o porquê dessas relações conflituosas.
No entanto, vale a pena ver mais que não seja pela sua beleza estética tanto a nível de cenários, guarda-roupa e fotografia.



7 / 10

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Donatello 2010


Filme: L'Uomo che Verrà, de Simone Bachini (prod.) e Giorgio Diritti (prod. e real.)
Realizador: Marco Bellocchio, Vincere
Actor: Valerio Mastandrea, La Prima Cosa Bella
Actriz: Micaela Ramazzotti, La Prima Cosa Bella
Actor Secundário: Ennio Fantastichini, Mine Vaganti
Actriz Secundária: Ilaria Occhini, Mine Vaganti
Realizador Revelação: Valerio Mieli, Dieci Inverni
Argumento: Francesco Bruni, Francesco Piccolo, Paolo Virzi, La Prima Cosa Bella
Produtor: Simone Bachini e Giordio Diritti, L'Uomo che Verrà
Fotografia: Daniele Ciprì, Vincere
Banda-Sonora: Ennio Morricone, Baarìa
Canção: "Baciami Ancora" por Jovanotti, Saturnino Celani e Riccardo Onori, Baciami Ancora
Direcção Artística: Marco Dentici, Vincere
Guarda-Roupa: Sergio Ballo, Vincere
Caracterização: Franco Corridoni, Vincere
Design: Alberta Giuliani, Vincere
Montagem: Francesca Calvelli, Vincere
Som: Carlo Missidenti, L'Uomo che Verrà
Efeitos Especiais: Paola Trisoglio e Stefano Marinoni, Vincere
Filme da União Europeia: Le Concert de Radu Mihaileanu
Filme Estrangeiro: Inglourious Basterds, de Quentin Tarantino
Documentário: La Bocca del Lupo, de Pietro Marcello
Curta-Metragem: Passing Time, de Laura Bispuri
David Carreira: Tonino Guerra, Lina Wertmüller, Bud Spencer e Terence Hill
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domingo, 16 de maio de 2010

Mr. Bean's Holiday (2007)

Mr. Bean em Férias de Steve Bendelack é daqueles filmes que, tal como toda a obra do Rowan Atkinson, ou se ama ou se detesta.
Eu não direi que amo o filme no entanto, criei por toda a obra deste actor uma especial empatia. Se pensarmos nos pequenos sketches que passavam aqui há uns anos na RTP em que assistiamos às inúmeras aventuras do Mr. Bean, tinhamos claro além das confusões enormes que ele conseguia arranjar, um factor comum a praticamente todas elas.
Esse seu factor, não só das pequenas curtas como também da própria personagem era a sua extrema solidão. Era à custa dela que esta personagem alheia a tudo e todos construía o seu própria mundo onde, para ele, a vida era perfeita apesar dos seus pequenos problemas. É exactamente este factor que aqui voltamos a ter.
Depois de separar um pai de um filho numa viagem a Cannes, Bean vive um sem número de experiências que passam desde a simpatia e amabilidade de estranhos até à união, amizade e amor. Esta é de uma forma muito resumida o que se passa no filme. E claro, não nos podemos esquecer das aventuras e confusões sem fim que ele inadvertidamente provoca e que estão na base de todas as experiências vividas por ele.
É disto exemplo o momento mais comovente e digamos "dramático" do filme, ao assistirmos ao vídeo das suas filmagens que passa em "pleno festival de Cannes". Um momento puramente brilhante se a ele prestarmos devida atenção bem como ao texto de fundo que se ouve. Para o filme que é, que se trata basicamente de uma comédia, temos ali uma mensagem profundamente reconfortante.
Temos então Rowan Atkinson... ou melhor, Mr. Bean no seu melhor.
Bom entretenimento que vale a pena ver, e do qual gostamos sempre apesar de já ter passado dezenas de vezes na televisão.



6 / 10

sábado, 15 de maio de 2010

Shaun of the Dead (2004)

Zombies Party - Uma Noite... de Morte de Edgar Wright não é um qualquer filme de zombies. Não o é porque a sua intenção não é necessariamente fazer mais um filme deste estilo mas sim ao fazê-lo parodiar com o próprio estilo.
Dito isto o que esperar? De início o filme sobre o parolo habitual que não sabe o que fazer à vida. Depois, a tradicional "sonda espacial que entrou na atmosfera terrestre". De seguida as crónicas de violência entre a população de uma X localidade e finalmente um pequeno e restrito grupo de habitantes que tenta resistir à epidemia de mortos-vivos.
Sangue.... MUITO sangue.... MUITO grunhido... Muitos corpos desmembrados... Alguns sustos mas que pelo meio lá vão oferecendo, ao contrário do que é habitual no género, algumas risadas pelo conjunto de idiotices com que nos presenteiam.
Clichés temos muitos. Não se espere daqui nenhuma inovação ou mudança. Afinal de contas este estilo cinematográfico acaba por fazer sempre um relato daquilo que somos, e temos disso exemplo os passageiros de autocarro que, não sendo ainda zombies per si, conseguem ter pior aspecto antes do que depois. Mas, é o filme que acaba por dizer que as pessoas rumam todos os dias aos mesmos locais, com os mesmos hábitos, a verem as mesmas pessoas, nos mesmos locais. Todos sem qualquer tipo de objectivo ou ideia. Sem ambições. Sem nada. Apenas a rumar em direcção a um mesmo caminho como se já estivessem programados como uma máquina.
Cliché atrás de cliché. Momentos já vistos em todo o tipo de filmes do género (agradecemos a George Romero pelas inúmeras versões que já nos deu), mas a grande inovação que aqui pude verificar e que confesso não só agrada como desanuvia um tanto o ambiente stressante que por vezes estes filmes provocam (sim, mente aquele que diz que não se assusta nas situações mais parvas), é o facto de os próprios personagens conseguirem criar o ambiente parodiante em relação aos zombies através das mais inúmeras parvoíces que lá vão criando.
No final sabemos bem o que acontece... Do grupo restrito de zombies apenas sobram.... dois... ou três... é ver para saber...
O filme é engraçado e bem disposto... Algo nojento por vezes mas, é normal se considerarmos que vamos ter ali pessoas cortadas em postas com tudo o que é sangue e demais líquidos a saírem de todos os orifícios do corpo, no entanto os recorrentes momentos em que o filme roça a comédia conseguem criar uma atmosfera divertida que nos faz aguentar todo o filme sem se estar em stress permanente.
Escrito e interpretado por Simon Pegg e secundado na interpretação por actores como Bill Nighy ou Nick Frost é, dentro do género, um filme com um elenco animado e bem trabalhado que se complementam entre si. Impossível não destacar o trabalho de Nick Frost no conjunto dos actores pois é ele que, de uma forma geral, consegue arrancar os segmentos mais cómicos.
No final depois de tanta catástrofe e tanto morto, poderemos afinal ter a certeza que a humanidade continua... só nos resta saber como... e até nisso o filme nos dá uma bela ideia daquilo que afinal nos espera. Ou pelo menos a alguns de nós...

6 / 10

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ryan's Daughter (1970)

A Filha de Ryan de David Lean é um filme centrado na época da Primeira Guerra Mundial na Irlanda ainda ocupada pela Grã-Bretanha onde os sentimentos independentistas estavam cada vez mais fortes.

Como actores principais temos aqui Robert Mitchum, Sarah Miles, John Mills Trevor Howard e Christopher Jones. Destas interpretações, duas foram nomeadas a Oscar, a de Sarah Miles e a de John Mills tendo este último ganho o Oscar na categoria de Melhor Actor Secundário.

Rosy (Sarah Miles) é uma mulher grande demais para a pequena aldeia perdida no interior da Irlanda em que vive. A única pessoa que aos seus olhos lhe pode oferecer algo mais, é o professor (Mitchum) pois é o homem mais culto que conhece. A idade poderia à partida ser algo que os separasse mas ela não vê nisso um problema. Casam-se.

Mais tarde, chega à aldeia um novo oficial inglês (Jones) porque Rosy se apaixona de imediato. Um homem mais novo, atraente e que sente também por ela uma enorme atracção.
Se o facto de Rosy já ser uma mulher independente e grande demais para o seu espaço natural, o facto de começar a existir uma forte paixão entre ela e o oficial inglês não a viriam em nada a ajudar. Passou a ser fácil encontrar um motivo para a repudiar.
Partindo destas premissas não será difícil perceber o que virá da restante história. Não quero no entanto dizer que o filme é dispensável, porque não o é. E por vários motivos.
Um dos quais passa por ser uma obra do mestre David Lean que nos entregou filmes como A Ponte Sobre o Rio Kwai ou Lawrence da Arábia entre tantos outros títulos. Só por isso já deve merecer a curiosidade dos espectadores.
Em segundo lugar porque tem um magnífico trabalho de fotografia vencedor de Oscar de Freddie Young que transmite não só a imensidão do mar como também do isolamento da aldeia em que o filme decorre, em tons frios de azuis e cinza que criam na perfeição uma atmosfera tão agreste como o próprio meio humano.
Finalmente pelas próprias interpretações em si este é um filme que vale a pena ser visto. À excepção de Robert Mitchum os outros actores poderão ser, à partida, mais desconhecidos, no entanto o seu trabalho aqui está de facto muito bom. Interpretações contidas mas seguras, dignas representantes do ambiente onde se inserem e está em John Mills uma interpretação forte e reservada como Michael, o único que sempre amou ou admirou Rosy sem nunca obter, até ao final, um sinal do seu respeito.
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Aqui temos um filme que trata acima de tudo o resto dos comportamentos humanos. Dos inadaptados que nascem no local errado circundados pelas pessoas erradas que mais depressa preferem aniquilar a diferença e aquele que sobressair pela positiva. Depressa tentam eliminar aquele que lhes mostra o que poderiam ter sido e ao qual nunca chegarão.
Temos também um relato sobre a dedicação e sobre a admiração que um indivíduo pode nutrir pelo outro sem nunca esperar nada em troca. A admiração simplesmente porque o outro nos faz recordar, imaginar ou desejar algo de belo e que, por um ou outro motivo, nunca se conseguirá obter.
É um filme sobre a ausência de afectos. Um filme que relata a rudeza e frieza com que as pessoas nascem e têm de lidar diariamente. A rudeza que o espaço onde se encontram as obriga a ter não só para com os outros, mas especialmente para consigo próprias, e é por esse mesmo factor que, quando nasce alguém diferente e maior que o próprio espaço, deve ser automaticamente silenciado e afastado. É um filme que, apesar de ser sobre a ausência dos afectos, também os mostra bem presentes no momento em que alguém os faz despertar e os alimenta pelo bem de ambos.
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Muito calmo e tranquilo faz-me no entanto recordar um poderoso filme do início deste novo século que se chama Malèna.
Este A Filha de Ryan não será talvez um dos maiores filmes de David Lean, mas é com toda a certeza um filme emblemático sobre a vontade de todos nós de sermos e permanecermos diferentes num mundo que insiste em manter uma ordem igual para todos.



"Father Collins: What are you expecting child? Wings, is it?"


8 / 10

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hedwig and the Angry Inch (2001)

Hedwig - A Origem do Amor de John Cameron Mitchell que além de o realizar também escreveu a história e interpreta o papel principal do filme, tendo sido inclusive nomeado ao Globo de Ouro para Melhor Actor na categoria de Comédia/Musical.
Um transexual fugido de Berlim Oriental para os Estados Unidos, percorre agora o país a cantar a história da sua vida de abusos e de mágoas após o seu ex-namorado ter roubado as suas canções e de se ter tornado um bem sucedido rocker ao contrário de si.
Pelo meio ficamos a conhecer uma vida feita à margem sem qualquer atenção por parte daqueles de quem a pretendia e com alguns momentos de comédia à mistura.
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À excepção de John Cameron Mitchell as demais interpretações são perfeitamente secundárias ou quase inexistentes. Poucos são os papéis com alguma relevância além da sua, e no geral até conseguem permanecer perdidas no meio de tanta cantoria e de tanto espectáculo visual que por ali se passa.
Não tanto pela própria interpretação de Cameron Mitchell que é durante praticamente todo o filme uma prestação cómica quase surreal só se conseguindo tornar realmente dramática nos momentos finais do filme, mas pelos excessivos momentos musicais do filme, algum do seu conteúdo, mensagem ou história acaba por se perder. E quando não se perde cai no absurdo ou no ridículo.
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É um filme com potencial para ser algo interessante, e a nomeação que Cameron Mitchell teve ao Globo de Ouro é justificada e merecida sendo que, no entanto, poderia ter havido muito mais potencial na prestação não só do actor como mesmo do filme, caso fosse mais centrado numa história dramática e não tanto musical.
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Pontos realmente fortes do filme estão a caracterização bem elaborada que é da autoria de Mike Potter. No final quando assistimos à transformação de Hedwig após retirar tanto a peruca como a pintura do rosto parece que estamos a assistir à presença de duas pessoas distintas e não uma só.
Também o trabalho de fotografia de Frank G. DeMarco é um ponto forte, pois temos a sensação durante a maior parte do filme que estamos a assistir a um sonho muito psicadélico onde tudo tem luz, cor e movimento.
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Hedwig é um filme interessante e competente mas, após o vermos e refletirmos sobre ele, chegamos à conclusão que tal como outros filmes musicais, deveriam sê-lo menos e concentrarem-se mais na componente dramática do filme. Assim seriam filmes que teriam alcançado um "fim" e não se teriam dedicado tanto a musicalizar momentos que deveriam ter uma carga mais pesada e emotiva. Não sendo um filme mau não consegue também atingir o estatuto de brilhante.



4 / 10

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Festival de Cannes: seleccção oficial


Another Year, de Mike Leigh
Biutiful, Alejandro González Iñárritu
Copie Conforme, de Abbas Kiarostami
Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois
Fair Game, de Doug Liman
Hors la Loi, de Rachid Bouchareb
The Housemaid, de IM Sangsoo
Long Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul
My Joy, de Sergei Loznitsa
La Nostra Vita, de Daniele Luchetti
Outrage, de Takeshi Kitano
Poetry, de Lee Chang-dong
La Princesse de Montpensier, Bertrand Tavernier
Tournée, de Mathieu Amalric
Un Homme qui Crie, de Mahamat-Saleh Haroun
Utomlyonnye Solntsem 2, de Nikita Mikhalkov
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terça-feira, 11 de maio de 2010

El Hombre de Arena (2007)

O Homem de Areia de José Manuel González e que conta com as participação de Hugo Silva, María Valverde, Samuel Le Bihan, Irene Visedo e Alberto Jiménez, é um filme que decorre durante a década de 60 numa instalação psiquiátrica esquecida na Espanha franquista.

Ali eram deixados e esquecidos todos aqueles que pudessem ser uma vergonha para a moral e bons costumes que o regime implantava de forma a que nunca mais fossem lembrados por ninguém. As suas condições eram mínimas e os deus direitos nenhuns. No entanto a sua humanidade não estava desaparecida.
É ali que chega Mateo (Hugo Silva) marginalizado desde jovem por ter enfrentado um general franquista que, à sua chegada, se apaixona por Lola (María Valverde) também lá presa por ter morto a sua mãe que se havia mantido em silêncio durante anos e anos de abusos que sofreu às mãos de familiares.
O amor e a cumplicidade entre ambos haveria de nascer através de pequenos gestos de simpatia e amizade e haveria de perdurar para sempre.
Através de uma história de clausura e de afastamento da sociedade temos também momentos (mais do que aqueles que poderemos à partida pensar) em que a esperança e a mudança são mais fortes do que qualquer outro elemento. Temos isso através dos breves momentos reflexivos em que as personagens de Mateo e Lola se sentam num telhado inacabado a ver um oceano que se encontra bem distante.
É também engraçado de reparar como a decadência do edifício do hospital se enquadra perfeitamente aos anos finais do regime franquista, que é como quem diz decadente e a ruir, e como as esperanças dos que lá estavam se enquadram também em termos históricos nos anos seguintes à queda deste regime antiquado e estrangulador.
Finalmente, acima da própria história do regime está sim a história de esperança e de amor, de amizade e de cumplicidades brilhantemente interpretada não só pelos actores principais como pelo vasto conjunto de secundários que vão aparecendo ao longo do filme.
No entanto, é impossível não destacar a presença dos dois actores principais em que se sente uma franca empatia entre ambos e funcionam muito bem como o par não totalmente declarado do filme. O filme é realmente deles. De um Hugo Silva no seu primeiro grande papel no cinema, e de uma María Valverde contida mas dominante através do seu olhar vazio e revoltado.
Falar deste filme e não falar da sua banda-sonora seria algo impossível pois é com toda a certeza um dos elementos mais característicos do filme. Cristina Pato e Raquel Pato compõem-na criando um ambiente muito característico ao som vibrante e emocionante da gaita-de-foles.



8 / 10

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Lena Horne

1917 - 2010
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sábado, 8 de maio de 2010

If I Had Known I Was a Genius (2007)

Se Eu Soubesse que era um Génio de Dominique Wirtschafter é daqueles filmes que me despertou um enorme interesse devido às duas actrizes que dele fazem parte, ou seja, Whoopi Goldberg e Sharon Stone que já não se "sentem" no cinema há bastante tempo. Assim, esta era a oportunidade perfeita para de novo as rever num filme.
Ao ver o trailer desconfiei pois não me pareceu grande coisa, foi o meu primeiro sinal de desconfiança, mas como noutras ocasiões já me havia enganado, nada melhor do que aguentar e ver o filme.
A história é, resumidamente, um tipo que é muito inteligente mas que, por ser de origem africana é automaticamente rotulado de não o ser assim tanto e que passa também a vida a sofrer abusos por parte da mãe e da irmã.
Tudo isto numa tentativa clara, mas frustrada, de se fazer comédia que nem uma gargalhada ou sequer um sorriso se consegue dar.
As interpretações são do mais pobre possível. De uma ponta à outra nada, absolutamente nada, destas interpretações consegue ser digno de um registo positivo.
Markus Redmond, o actor principal, consegue ser irritante a todo o santo momento que aparece no ecrã. Quase desejamos que lhe caia algo em cima que termina de vez com a tortura a que nos sujeita.
Depois... os dois motivos maiores que me fizeram ver este filme, as referidas actrizes, são de uma desilusão pegada. Temos uma Whoopi Goldberg sem o mínimo de brilho, limitando-se quase na sua totalidade a estar ali e fazer umas caretas como estando a preocupar-se com o que está ali a fazer (duvido que estivesse), e uma Sharon Stone que parece que está ligada à corrente e a cheirar alguma coisa que a deixa naquele estado estando longe, muito longe, da sensualidade e capacidade de representação que realmente tem (e agora venham os comentários depreciativos a esta última observação).
Assim sendo, temos aqui um filme pobre e fraco em tudo desde as interpretações ao argumento e realização que apenas preza por um único factor positivo... os créditos finais quando finalmente percebemos que "esta tortura já passou".
É um filme tão interessante que ao procurar pelo trailer no youtube... nem se encontra... Em todo o caso procurando bem tem alguns momentos do filme que estão lá registados.
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1 / 10

sexta-feira, 7 de maio de 2010

The Last Legion (2007)

A Última Legião de Doug Lefler é um filme histórico de aventura que reune um pouco do misticismo da lenda da espanda do Rei Artur mas na Roma Imperial com interpretações medianas por parte de Colin Firth, Ben Kingsley, Peter Mullan, Thomas Sangster e Aishwarya Rai.
Tudo gira em torno da Roma Imperial e da sua decadência. A presença de um último imperador ainda criança, e a tomada da cidade por parte dos Godos faz eclodir uma revolta pelo poder e o escape por parte de quem consiste numa ameaça.
Aqui, um grupo de resistentes assume a defesa do jovem imperador de forma a que Roma se mantenha eterna sede de poder. Num vasto Império ocupado, o único local ainda a resistir, supostamente, é a Bretanha para onde os fugitivos se deslocam. Uma vez lá chegados têm também de lidar com a resistência dos clãs locais.
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O filme que em termos de argumento se perde um bocado em favor das convincentes sequências de luta e de acção, perde um pouco na sua duração, isto é, deveria ser um filme que deveria durar um tanto mais de 120 minutos o que faria com que se retirasse bem mais da sua história e das interpretações que ficam não más mas francamente medianas e pouco exploradas.
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Além das sequências de acção este filme consegue também ter alguns pontos positivos no que diz respeito ao guarda-roupa de época da autoria de Paolo Scalabrino, algo que sai praticamente sempre vencedor num filme de época, e também no trabalho de fotografia de Marco Pontecorvo que capta na perfeição o clima e ambiente não só do Mediterrâneo como talbém do Norte Europeu em sua oposição.
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De entretenimento competente mas pela sua curta duração com pouco sal e pimenta, não deixa no entanto de ser uma forma interessante e ligeira de se passar algum tempo.

6 / 10

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Swamp Devil (2008)

A Criatura do Pântano de David Winning é daqueles filmes que antes de o começarmos a ver já sabemos quase na totalidade onde é que vai parar e mais importante do que isso, como é que ele se vai desenrolar. No fundo, no fundo já sabemos TUDO sobre este filme mesmo até antes dele ter sido feito. Porquê ? Porque já "o" vimos milhares de vezes em tantos outros que são do mesmo género. Mas assim assim não nos resistimos e a curiosidade é mais forte do que qualquer outra coisa.
A presença de uma "criatura", que não tem outro nome se virmos os efeitos especiais que estão em torno do seu aparecimento e o seu francamente pobre trabalho de caracterização, que faz uma selecção daqueles que não quer ver na terriola e como tal vai eliminando-os aos poucos.
Mas isto não é de longe o mais trágico. Isso chega quase no final do filme quando pasme-se, os sobreviventes fugidos à perseguição daquilo que mais parece uma árvore com pernas e que grunhe qual porco do mato, começam eles sim a perseguir a criatura assassina até à fronteira estadual. Aí, a dita como já não os pode perseguir mais fica ali parada até que alguém lhe aparece por trás e a atropela de forma a mudar de Estado e desintegrar-se acabando assim de vez a maldição.
Pois é... é isto mesmo!!! Se, como disse, a caracterização e os efeitos especiais não fosse só por si já péssimos, a história e concepção do argumento encarregar-se-iam de destruir aquilo que já era um filme mau.
Mas como tudo nem sempre é mau (até é mas enfim), este filme de tão piroso ser torna-se um bom escape para uma interessante hora e meia de entretenimento. Não, não o faz um filme interessante, longe disso, mas é daqueles que não tendo melhor nos consegue fazer passar algum bom tempo.
Os fãs de "terror" irão perceber certamente aquilo que eu quero dizer e irão também com certeza, ter vontade de ver este filme.




2 / 10

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cargo (2006)

Cargo de Clive Gordon conta com a participação de um elenco de luxo do panorama cinematográfico Europeu onde constam nomes como Peter Mullan, Daniel Brühl, Luis Tosar e Gary Lewis.

Aquilo que nos é apresentado pelo trailer é algo que nos parece ser à partida um daqueles filmes claustrofóbicos de terror onde vai haver uma carnificina qualquer dentro de um navio. Quando começamos a ver o filme até que nos parece que é mesmo isso que vamos encontrar.

Chris (Brühl) encontra-se num país africano onde é procurado pela polícia e do qual pretende sair. Após a polícia lhe ter ficado com os documentos, a única forma que ele encontra é esconder-se num navio comandado por Brookes (Mullan) que tem como destino Marselha.
Até aqui, apesar da situação já ser suficientemente complicada pois Chris arrisca a sua segurança ao ser um passageiro ilegal, mas nada faria pensar no que daí iria surgir.
Após ser descoberto por um dos tripulantes e deparar-se com uma situação que parece ir escalar num filme de terror grotesco (a sequência dos desenhos a isso nos permite pensar), a história ganha uns contornos que são, infelizmente, bem reais nos dias de hoje.
Aqui o terror torna-se mais humano, bem mais, do que propriamente sobrenatural. Aqui o terror deve-se às trágicas condições em que o ser humano pode chegar e à degradação em que pode levar o "outro" a chegar.
Aqui o terror passa pelas viagens clandestinas a que milhares e milhares de imigrantes se sujeitam como a única forma que vêem possível para alcançar um mundo e uma vida melhor longe das péssimas condições de vida que têm nos seus países de origem.
Aqui o terror passa por nos mostrar como estas mesmas viagens clandestinas podem em muitas situações ser as últimas que estas pessoas fazem onde se sujeitam não só a perder a sua vida mas como muitas vezes também as tentam fazer perder a dignidade.
Bons desempenhos por parte de Brühl, Mullan e Tosar que escondem através dos olhares ora frios e distantes como também cheios de emoção uma tensão interior enorme que se faz transparecer aos poucos através dos seus actos. Quão depressa pode um homem perder a sua humanidade e o que será preciso para a tentar recuperar? É fundamentalmente este pensamento que as suas interpretações fazem transparecer.
De destacar ainda um excelente trabalho de fotografia por parte de Sean Bobbitt que cria um ambiente escuro e denso, tornando o barco onde decorre a acção na sua quase totalidade um ambiente claustrofóbico e aprisionante.
Um excelente filme com um final trágico onde se perdem, não só pela morte como também pela falta de perdão, aqueles que se tentam regenerar.




7 / 10

terça-feira, 4 de maio de 2010

Fierce People (2005)

Gente Estranha de Griffin Dunne é um interessante drama que reflete sobre os factores e as pessoas que nos definem e as mudanças que exercem sobre nós que conta com a participação de actores como Diane Lane, Donald Sutherland, Elizabeth Perkins, Kristen Stewart e Anton Yelchin naquela que é certamente a prestação princial do filme.

Finn (Yelchin) após ser detido pela polícia quando comprava droga para a sua mãe (Lane) têm a oportunidade de ir para uma propriedade de um amigo desta (Sutherland) que serve também como retiro para a reabilitação de pessoas com problemas, e onde se encontram também elementos das classes mais endinheiradas da zona.

No entanto não só serve como retiro como também vive de certa forma à margem de todo o resto da sociedade onde existem leis próprias. Aqueles que estão dispostos a segui-las são aceites... Quanto aos outros... Têm de sofrer as consequências. Quais... fica para quem fôr ver o filme!

Apesar de uma prestação secundária no filme, Diane Lane mostra e confirma uma vez mais que é após os 40 anos que lhe surgem os papéis mais fortes da sua carreira no seguimento de outros tais como Infiel e Sob o Sol da Toscana onde mostra firmemente o seu talento e boa capacidade de interpretação dramática.
Quanto a Sutherland não há muito a dizer. Está como sempre igual a si mesmo. Forte, determinante e com um bom desempenho digno daquilo a que nos habituou.
É por isto que o papel de maior destaque, e justamente justificado, fica a cargo do jovem Anton Yelchin que se revela como um jovem talento através de uma interpretação inicialmente algo contida mas que rapidamente escala para os pontos altos à medida que o filme avança para aqueles que são os seus pontos mais representativos.
O ponto alto do filme, além das interpretações que funcionam todas muito bem interligadas entre si, é mesmo o seu argumento da autoria do próprio autor do livro Dirk Wittenborn, que reflete sobre a impossibilidade e os travões colocados por alguns para a socialização entre as pessoas e especialmente sobre como a harmonia de perfeita nada tem. Aqui é relatado como tudo aquilo que é visualmente agradável demais esconde no seu íntimo algo de bizarro e estranho.
Reflete também sobre como por muito que uns tentem nem sempre lhes é "permitido" mudar, pois a diferença que minimiza uns é para outros algo que se deve preservar para que exista sempre um apartheid que coloque um "nós" e um "eles" entre as pessoas.
Muito bem conseguido filme e com interpretações coesas e bem dirigidas por Griffin Dunne que captiva o espectador através das reviravoltas inesperadas que tem ao longo do filme, muito em particular na sua segunda metade.






"Finn Earl: We are the sum of all the people we ever met."


7 / 10

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Perfect Creature (2006)

Criatura Perfeita de Glenn Standring é um filme de produção neo-zelandesa com a participação de Dougray Scott, Saffron Burrows e Stuart Wilson numa história que cruza uma vivência supostamente harmonios entre humanos e vampiros. Os primeiros cedem sangue aos vampiros que por sua vez os ajudam em medicamentos e curas para as diversas doenças que os afectam.

Como se isto não bastasse, um dos vampiros "goes wild" e decide não salvar mas envenenar os humanos e infectá-los com um virus que os deixa com sintomas semelhantes aos da raiva muito à semelhança do 28 Dias Depois.

Uma aliança entre uma polícia humana e um dos cabecilhas dos vampiros é posta em marcha para travar o vampiro enlouquecido por uma cidade decadente e em nada agradável onde a violência e a miséria co-habitam de uma forma entre si harmoniosa.

Muita acção numa Inglaterra com um ambiente decadente que é retratada através de um soberbo trabalho de fotografia da autoria de Leon Narbey que entre tons castanhos e cinza e uma luminosidade por vezes claustrofóbica recria na perfeição um ambiente a atingir a ruptura.

Não é necessariamente um filme com uma história transcendente ou com interpretações dignas de prémios de representação mas, ainda assim, é um filme que vence pelo ambiente geral que cria normalmente sombrio e decadente, e também sai vencedor pelos vários momentos e sequências de acção. Dentro do género que representa sai um bom filme que tanto tem de entretenimento como de tenso.




7 / 10