Zombies Party - Uma Noite... de Morte de Edgar Wright não é um qualquer filme de zombies. Não o é porque a sua intenção não é necessariamente fazer mais um filme deste estilo mas sim ao fazê-lo parodiar com o próprio estilo.
Dito isto o que esperar? De início o filme sobre o parolo habitual que não sabe o que fazer à vida. Depois, a tradicional "sonda espacial que entrou na atmosfera terrestre". De seguida as crónicas de violência entre a população de uma X localidade e finalmente um pequeno e restrito grupo de habitantes que tenta resistir à epidemia de mortos-vivos.
Sangue.... MUITO sangue.... MUITO grunhido... Muitos corpos desmembrados... Alguns sustos mas que pelo meio lá vão oferecendo, ao contrário do que é habitual no género, algumas risadas pelo conjunto de idiotices com que nos presenteiam.
Clichés temos muitos. Não se espere daqui nenhuma inovação ou mudança. Afinal de contas este estilo cinematográfico acaba por fazer sempre um relato daquilo que somos, e temos disso exemplo os passageiros de autocarro que, não sendo ainda zombies per si, conseguem ter pior aspecto antes do que depois. Mas, é o filme que acaba por dizer que as pessoas rumam todos os dias aos mesmos locais, com os mesmos hábitos, a verem as mesmas pessoas, nos mesmos locais. Todos sem qualquer tipo de objectivo ou ideia. Sem ambições. Sem nada. Apenas a rumar em direcção a um mesmo caminho como se já estivessem programados como uma máquina.
Cliché atrás de cliché. Momentos já vistos em todo o tipo de filmes do género (agradecemos a George Romero pelas inúmeras versões que já nos deu), mas a grande inovação que aqui pude verificar e que confesso não só agrada como desanuvia um tanto o ambiente stressante que por vezes estes filmes provocam (sim, mente aquele que diz que não se assusta nas situações mais parvas), é o facto de os próprios personagens conseguirem criar o ambiente parodiante em relação aos zombies através das mais inúmeras parvoíces que lá vão criando.
No final sabemos bem o que acontece... Do grupo restrito de zombies apenas sobram.... dois... ou três... é ver para saber...
O filme é engraçado e bem disposto... Algo nojento por vezes mas, é normal se considerarmos que vamos ter ali pessoas cortadas em postas com tudo o que é sangue e demais líquidos a saírem de todos os orifícios do corpo, no entanto os recorrentes momentos em que o filme roça a comédia conseguem criar uma atmosfera divertida que nos faz aguentar todo o filme sem se estar em stress permanente.
Escrito e interpretado por Simon Pegg e secundado na interpretação por actores como Bill Nighy ou Nick Frost é, dentro do género, um filme com um elenco animado e bem trabalhado que se complementam entre si. Impossível não destacar o trabalho de Nick Frost no conjunto dos actores pois é ele que, de uma forma geral, consegue arrancar os segmentos mais cómicos.
No final depois de tanta catástrofe e tanto morto, poderemos afinal ter a certeza que a humanidade continua... só nos resta saber como... e até nisso o filme nos dá uma bela ideia daquilo que afinal nos espera. Ou pelo menos a alguns de nós...
6 / 10
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