terça-feira, 4 de maio de 2010

Fierce People (2005)

Gente Estranha de Griffin Dunne é um interessante drama que reflete sobre os factores e as pessoas que nos definem e as mudanças que exercem sobre nós que conta com a participação de actores como Diane Lane, Donald Sutherland, Elizabeth Perkins, Kristen Stewart e Anton Yelchin naquela que é certamente a prestação princial do filme.

Finn (Yelchin) após ser detido pela polícia quando comprava droga para a sua mãe (Lane) têm a oportunidade de ir para uma propriedade de um amigo desta (Sutherland) que serve também como retiro para a reabilitação de pessoas com problemas, e onde se encontram também elementos das classes mais endinheiradas da zona.

No entanto não só serve como retiro como também vive de certa forma à margem de todo o resto da sociedade onde existem leis próprias. Aqueles que estão dispostos a segui-las são aceites... Quanto aos outros... Têm de sofrer as consequências. Quais... fica para quem fôr ver o filme!

Apesar de uma prestação secundária no filme, Diane Lane mostra e confirma uma vez mais que é após os 40 anos que lhe surgem os papéis mais fortes da sua carreira no seguimento de outros tais como Infiel e Sob o Sol da Toscana onde mostra firmemente o seu talento e boa capacidade de interpretação dramática.
Quanto a Sutherland não há muito a dizer. Está como sempre igual a si mesmo. Forte, determinante e com um bom desempenho digno daquilo a que nos habituou.
É por isto que o papel de maior destaque, e justamente justificado, fica a cargo do jovem Anton Yelchin que se revela como um jovem talento através de uma interpretação inicialmente algo contida mas que rapidamente escala para os pontos altos à medida que o filme avança para aqueles que são os seus pontos mais representativos.
O ponto alto do filme, além das interpretações que funcionam todas muito bem interligadas entre si, é mesmo o seu argumento da autoria do próprio autor do livro Dirk Wittenborn, que reflete sobre a impossibilidade e os travões colocados por alguns para a socialização entre as pessoas e especialmente sobre como a harmonia de perfeita nada tem. Aqui é relatado como tudo aquilo que é visualmente agradável demais esconde no seu íntimo algo de bizarro e estranho.
Reflete também sobre como por muito que uns tentem nem sempre lhes é "permitido" mudar, pois a diferença que minimiza uns é para outros algo que se deve preservar para que exista sempre um apartheid que coloque um "nós" e um "eles" entre as pessoas.
Muito bem conseguido filme e com interpretações coesas e bem dirigidas por Griffin Dunne que captiva o espectador através das reviravoltas inesperadas que tem ao longo do filme, muito em particular na sua segunda metade.






"Finn Earl: We are the sum of all the people we ever met."


7 / 10

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