Foram hoje anunciados na Cidade do México as longa-metragens e séries da Ibero-América pré-seleccionados para a quinta edição dos Prémios Fénix a decorrer no final do ano na capital mexicana. Entre os pré-seleccionados encontram-se várias longas-metragens representativas de todos os países de língua espanhola e portuguesa entre as quais várias de produção ou co-produção nacional.
São elas:
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Nader Messora e João Salaviza
Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt
Mariphasa, de Sandro Aguilar
Milla, de Valérie Massadian
Praça Paris, de Lucía Murat
O Termómetro de Galileu, de Teresa Villaverde
Zama, de Lucrecia Martel
Os nomeados serão conhecidos no próximo mês de Outubro e os vencedores revelados numa cerimónia a realizar no próximo dia 7 de Novembro, na Cidade do México.
A Sessão #108 do Shortcutz Viseu regressa com mais um segmento de Curtas em Competição onde serão apresentados os filmes curtos The Voyager, de João Gonzalez e Snowball, de Tiago Iúri estando ambos presentes na sessão para apresentação dos seus filmes de animação e conversa com o público.
Ainda na sessão, o segmento Curtas Convidadas apresenta dois filmes curtos do realizador Yuri Alves sendo eles Grind e On the Cusp ambos do género cinema documental de proximidade.
A sessão que voltará a decorrer na Quinta da Cruz - Centro de Arte Contemporânea no próximo dia 31 de Agosto, sexta-feira, a partir das 22 horas.
A Academia Europeia de Cinema divulgou hoje as 49 longas-metragens de produção europeia pré-seleccionadas à trigésima-primeira edição dos European Film Awards. Entre os pré-seleccionados encontram-se obras oriundas de trinta e cinco países revelando assim a "grande diversidade do cinema europeu".
As longas-metragens foram seleccionadas inicialmente a partir dos vinte países com maior presentação na Academia Europeia de Cinema - uma longa-metragem por país -, sendo os restantes vinte e nove escolhidos a partir de um Comité de Selecção composto pela direcção da Academia e por especialistas convidados sendo eles Giorgio Gosetti (Itália), Elise Jalladeau (Grécia), Christophe Leparc (França), Jacob Neiiendam (Dinamarca), Edvinas Puksta (Lituânia) e Alik Shpilyuk (Ucrânia).
São as longa-metragens seleccionadas:
3 Tage in Quiberon, de Emily Atef (Alemanha/Áustria/França)
Ága, de Milko Lazarov (Bulgária/Alemanha/França)
Ahlat Agaci, de Nuri Bilge Ceylan (Turquia/Alemanha/França/Bulgária/Macedónia/Bósnia Herzegovina/Suécia/Qatar)
Aritmiya, de Boris Khlebnikov (Rússia/Finlândia/Alemanha)
Ayka, de Sergey Dvortsevoy (Rússia/Alemanha/Polónia/Cazaquistão)
Beast, de Michael Pearce (Reino Unido)
Borg, de Janus Metz (Suécia/Dinamarca/Finlândia)
Carmen y Lola, de Arantxa Echevarría (Espanha)
Cobain, de Nanouk Leopold (Holanda/Alemanha/Bélgica)
Dene Wos Guet Geit, de Cyril Schäublin (Suíça)
Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt (Portugal/França/Brasil)
Dogman, de Matteo Garrone (Itália/França)
Donbass, de Sergei Loznitsa (Ucrânia/Alemanha/França/Roménia/Holanda)
Dovlatov, de Alexey German Jr. (Rússia/Polónia/Sérvia)
Egy Nap, de Zsofia Szilagyi (Hungria)
Foxtrot, de Samuel Maoz (Israel/Alemanha/França)
Fuga, de Agnieszka Smoczynska (Polónia/República Checa/Suécia)
Gaagua, de Savi Gabizon (Israel)
Girl, de Lukas Dhont (Bélgica/Holanda)
Gräns, de Ali Abbasi (Suécia/Dinamarca)
Handia, de Aitor Arregi e Jon Garaño (Espanha)
Der Hauptmann, de Robert Schwentke (Alemanha/Polónia/Portugal/França)
The House That Jack Built, de Lars Von Trier (Dinamarca/Suécia/França/Alemanha)
Hva Vil Folk Si, de Iram Haq (Noruega/Alemanha/Suécia)
Jusqu'à la Garde, de Xavier Legrand (França)
Kona Fer í Stríd, de Benedikt Erlingsson (Islândia/França/Ucrânia)
Lazzaro Felice, de Alice Rohrwacher (Itália/França/Alemanha/Suíça)
Leto, de Kirill Serebrennikov (Rússia/França)
Licht, de Barbara Albert (Áustria/Alemanha)
Michael Inside, de Frank Berry (Irlanda)
Milada, de David Mrnka (República Checa)
Muskarci ne Placu, de Alen Drljevic (Bósnia Herzegovina/Alemanha/Eslovénia/Croácia)
Nar Bagi, de Ilgar Najaf (Azerbaijão)
Oiktos, de Babis Makridis (Grécia/Polónia)
Ondes de Choc: Journal de Ma Tête, de Ursula Meier (Suíça)
Paddington 2, de Paul King (Reino Unido)
Pororoca, de Constantin Popescu (Roménia/França)
Petra, de Jaime Rosales (Espanha/França/Dinamarca)
Sashishi Deda, de Ana Urushadze (Geórgia/Estónia)
Den Skyldige, de Gustav Möller (Dinamarca)
Styx, de Wolfgang Fischer (Alemanha/Áustria)
Touch Me Not, de Adina Pintilie (Roménia/Alemanha/República Checa/Bulgária/França)
Transit, de Christian Petzold (Alemanha/França)
Twarz, de Malgorzata Szumowska (Polónia)
Undir Trénu, de Hafsteinn Gunnar Sigurosson (Islândia/Dinamarca/Polónia/Alemanha)
Utoya 22. Juli, de Erik Poppe (Noruega)
La Villa, de Robert Guédiguian (França)
Voyna Anny, de Aleksey Fedorchenko (Rússia)
Zimna Wojna, de Pawel Pawlikowski (Polónia/Reino Unido/França)
Os mais de 350o membros da Academia Europeia de Cinema irão agora decidir os nomeados nas principais categorias - Filme, Realizador, Actor, Actriz e Argumento - que serão anunciados no próximo dia 10 de Novembro no decorrer do Festival de Cinema Europeu de Sevilha e um júri de oito membros irá decidir os vencedores directos nas categorias de Fotografia, Montagem, Design de Produção, Guarda-Roupa, Maquilhagem e Cabelos, Música, Som e pela primeira vez em Efeitos Especiais Visuais.
A trigésima-primeira edição dos European Film Awards irá decorrer em Sevilha no próximo dia 15 de Dezembro.
De regresso à Quinta da Cruz - Centro de Arte Contemporânea, a Sessão #107 do Shortcutz Viseu faz uma nova Sessão Competitiva na qual serão exibidos os filmes curtos Laranja Amarelo, de Pedro Augusto Almeida e Fugiu. Deitou-se. Caí., de Bruno Carnide estando, ambos os realizadores, presentes na sessão para a apresentação das suas obras.
Já no segmento Filmes Convidados, o Shortcutz Viseu apresenta o filme curto El Monopolio de la Estupidez, de Hernán Velit (Perú) numa sessão que irá decorrer na próxima sexta-feira dia 24 pelas 22 horas.
A Sessão #106 do Shortcutz Viseu chega à cidade na próxima segunda-feira dia 20 e irá ter lugar na Feira de São Mateus numa noite que fica marcada pela presença de Nuno Rocha, o realizador convidado da sessão e na qual serão exibidos os seus filmes curtos 3x3, Momentos e Vicky & Sam.
Na sessão que é de entrada livre e se inicia a partir das 21e30, serão ainda exibidos os filmes curtos Luminaris, de Juan Pablo Zaramella e Porque Hay Cosas que Nunca se Olvidan, de Lucas Figueroa, ambas da Argentina.
A Academia Europeia de Cinema anunciou ontem os quinze documentários pré-seleccionados para uma nomeação aos European Film Award a decorrer em Dezembro próximo.
Os documentários pré-seleccionados resultam de uma indicação de dez festivais de cinema associados sendo eles o Cinéma du Réel (França), CPH:DOX (Dinamarca), DocLisboa (Portugal), DOK Leipzig (Alemanha), IDFA (Holanda), Ji.hlava (República Checa), Festival de Cinema de Cracóvia (Polónia), Sheffield Doc/^Fest (Reino Unido), Festival de Cinema Documental de Tessalónica (Grécia) e Visions du Réel (Suíça) em conjunto com cinco indicações de um Comité de Selecção da Academia composto por Ira von Gienanth (Alemanha), Marek Hovorka (República Checa), Elena Subirà i Roca (Espanha), Nik Powell (Reino Unido) e Sari Volanen (Finlândia).
São os documentários pré-seleccionados:
A Woman Captured, de Bernadett Tuza-Ritter (Hungria/Alemanha)
Bergman - Ett Ar Ett Liv, de Jane Magnusson (Suécia/Noruega)
The Distant Barking of Dogs, de Simon Lereng Wilmont (Dinamarca/Finlândia/Suécia)
Druga Strana Svega, de Mila Turajlic (Sérvia/França)
End of Life, de Pawel Wojtasik e John Bruce (Grécia/EUA)
Meciar, de Tereza Nvotová (Eslováquia/República Checa)
Meteorlar, de Gürcan Keltek (Holanda/Turquia)
Of Fathers and Sons, de Talal Derki (Alemanha/Síria/Líbano/Qatar)
Al Otro Lado del Muro, de Pau Ortiz (Espanha/México)
Ouale lui Tarzan, de Alexandru Solomon (Roménia/França)
The Poetess, de Stefanie Brockhaus e Andreas Wolff (Alemanha/Emirados Árabes Unidos)
Samouni Road, de Stefano Savona (Itália/França)
The Silence of Others, de Almudena Carracedo e Robert Bahar (Espanha(EUA)
Srbenka, de Nebojsa Slijepcevic (Croácia)
Tara Moarta, de Radu Jude (Roménia)
Os nomeados serão revelados no próximo dia 15 de Novembro no decorrer do Festival de Cinema Europeu de Sevilha e os vencedores serão conhecidos na cerimónia a realizar a 10 de Dezembro seguinte na mesma cidade espanhola.
Foram ontem revelados os vencedores dos Prémios Condor de Plata entregues anualmente pela Asociación de Cronistas Cinematográficos de la Argentina numa cerimónia realizada no Centro Cultural Néstor Kirchner, em Buenos Aires. Zama, de Lucrecia Martel - uma co-produção de vários países entre os quais Portugal - foi o grande vencedor da noite arrecadando oito troféus nomeadamente os de Melhor Filme e Melhor Realização.
Foram os vencedores: .
Filme:Zama, de Lucrecia Martel Primeira Obra: La Novia del Desierto, de Ceilia Atan e Valeria Pivato Documentário: Cuatreros, de Albertina Carri Audiovisual para Plataformas Digitais: Un Gallo para Esculapio, de Bruno Stagnaro Filme Ibero-Americano:Aquarius, de Kleber Mendonça Filho (Brasil) Filme Estrangeiro:Toivon Tuolla Puolen, de Aki Kaurismaki (Finlândia) e Manchester by the Sea, de Kenneth Lonergan (EUA) Curta-Metragem:De la Muerte de un Costero, de Carlos Alberto Diaz Realização: Lucrecia Martel, Zama Actor: Jorge Marrale, Maracaibo e Leonardo Sbaraglia, El Otro Hermano Actriz: Sofía Gala Castiglione, Alanís Actor Secundário: Claudio Rissi, La Novia del Desierto Actriz Secundária: Marilú Marini, Los que Aman Odian e Érica Rivas, La Cordillera Revelação Masculina: Lautaro Bettoni, Temporada de Caza Revelação Feminina: Loren Acuña, Madraza Argumento Original: Diego Lerman e María Meira, Una Especie de Familia e Julia Solomonoff e Christina Lazaridi, Nadie nos Mira Argumento Adaptado:Lucrecia Martel, Zama Montagem: Pablo Barbieri, El Otro Hermano Fotografia: Rui Poças, Zama Música Original: Leo Sujatovich, La Novia del Desierto Som: Guido Berenblum, Zama Direcção Artística: Renata Pinheiro, Zama e Mercedes Alfonsín, Los que Aman Odian Guarda-Roupa: Julio Suárez, Zama Caracterização: Marisa Amenta e Alberto Moccia, Zama .
Meg: Tubarão Gigante de Jon Turteltaub (EUA/China) é um dos blockbusters de Verão cuidadosamente "desenhados" para se transformarem num dos esperados êxitos de bilheteira.
Depois de ver toda a sua carreira destruída quando afirmou que durante um salvamento de pessoas avistou um tubarão pré-histórico gigante, Jonas Taylor (Jason Statham) é novamente chamado para um salvamento numa plataforma subaquática onde se encontra a sua ex-mulher e alguns dos seus amigos. Quando as notícias de que o seu tubarão gigante pode, afinal, ser real, a questão que se coloca a Jonas é sobre até onde está disposto a ir para efectuar a sua última missão e comprovar que a sua teoria é, afinal, verdadeira.
Desde que foi lançado o primeiro teaser de The Meg que qualquer um de nós pensou imediatamente em Jaws (1975), de Steven Spielberg. Os elementos estavam todos lá... uma personagem central em quem ninguém acredita quando este diz que há um tubarão à solta e com uma vontade inquestionada de caçar, um certo isolamento dessa mesma figura que é, por todos, desprezada e finalmente o tubarão em questão que, independentemente das suas proporções físicas, é o terror lá do sítio. Mudam apenas os cenários... da pacata cidade costeira no Atlântico para a plataforma de investigação no Pacífico, a realidade é que esta nova incursão no género tinha tudo para a óbvia recuperação histórica do clássico de Spielberg mas... nem de perto.
Ainda que The Meg seja um claro e óbvio entretenimento de Verão para os mais despreocupados que apenas querem passar um bom momento de cinema-pipoca, a realidade é que a longa-metragem de Turteltaub é apenas e só isso... entretenimento. Enquanto a já referida obra de Spielberg conseguiu, à altura, não só lançar o medo nos banhistas que passaram a encarar a paixão estival pela praia e pelo oceano como um potencial perigo eminente como também criar com breves acordes musicais de John Williams, todo um registo de intensidade e pânico até então não testemunhado no cinema, The Meg é um daqueles filmes que todos acabamos por apreciar pelos momentos de descontracção criados mas que também compreende o espectador que não irá passar daí... sendo que o seu contributo para a arte cinematográfica no seu todo seja, claramente, nulo.
Dito isto... o que é realmente The Meg?! Primeiro, e ainda que não seja esse o seu intuito imediato, a consciencialização para o espectador que tanto o oceano como o meio ambiente transportam consigo todo um conjunto de mistérios ainda por descobrir e resolver... afinal, quão profundos são os oceanos e quanto dos mesmos está ainda por desvendar? Que criaturas marinhas estão ainda por conhecer nessas mesmas profundezas e, em directa relação, que benefícios ou prejuízos ambientais trazem as mesmas? De seguida, e aqui sim a imediata questão que salta imediatamente para a mente do espectador prende-se única e exclusivamente com a produção desta obra que, tão convenientemente, tem de ser uma co-produção sino-americana dando assim asas para que a bilheteira da mesma avance a ritmo galopantes uma vez estreada no "gigante adormecido"... O capital de investimento chinês... Uma plataforma subaquática na costa de Hong Kong... uma actriz co-protagonista chinesa e estão lançados os alicerces para que The Meg, tendo ou não um conteúdo passível de explorar como o oceano, se transforme naquele êxito comercial que o ano tanto espera.
Ainda que capaz de funcionar como esse tal aperitivo de Verão, The Meg não funciona como um grande catalizador de desempenhos memoráveis... já vimos Jason Statham fazer melhor (apesar de se estar a colar demasiadamente ao género) e também Cliff Curtis fez melhor em The Whale Rider (2002) ou no recente Fear the Walking Dead mantendo-se nesta caça do tubarão como um breve apontamento de comédia que torna alguns dos momentos tensos em segmentos ligeiros e perfeitamente dispensáveis para a dinâmica do mesmo - lembro-mo-nos da dupla Roy Scheider com Richard Dreyfuss ou Robert Shaw para compreender que o balanço entre drama e comédia estava muito mais harmonizado e credível em Jaws - deixando apenas o departamento de efeitos especiais mais feliz ao concretizar o sonho de todo o "adulto criança" em ver as 20.000 léguas submarinas ganharem forma real... nos dias que hoje correm.
The Meg funciona, portanto, como o tal entretenimento despreocupado de Verão... como (mais) um piscar de olho ao investimento chinês e ao sucessivo ganho de bilheteira que o mesmo possibilita bem como um eventual cheque mais chorudo aos actores que nele participam deixando qualquer outro objectivo no seu percurso cinematográfico em pausa. Se todos nós gostamos de ver... é óbvio que sim... mas Turteltaub apenas entrega mais uma daquelas longa-metragens que, na realidade, nenhum de nós irá recordar no próximo Verão e que não virá acrescentar nada ao género, sendo incapaz de reivindicar um lugar de destaque nem no cinema de terror nem tão pouco no de acção limitando-se a ser aquele filme de suspense do qual o público se ri - ainda que não de forma negativa - mas sim porque não consegue criar a tensão dramática que a obra de Spielberg conseguiu há mais de quarenta anos.
O Shortcutz Viseu chega com a Sessão #105 totalmente dedicada ao Curtas Vila do Conde sendo, na mesma, exibido um conjunto de filmes curtos premiados no festival.
Assim, na próxima sexta-feira dia 10 de Agosto serão exibidos os filmes Raymond ou l'Évasion Verticale, de Sarah Van den Boom (França), vencedor do Prémio de Animação na Competição Internacional, Entre Sombras, de Alice Guimarães e Mónica Santos (Portugal/França), que venceu o Prémio do Público Nacional, Fry Day, de Laura Moss (EUA) galardoado com o Prémio de Ficção na Competição Internacional e finalmente Ce Magnifique Gâteau!, de Emma de Swaef e Marc James Roels (Bélgica/França/Holanda) vencedor do Prémio do Público na Competição Internacional.
E como vem sendo habitual, para uma noite de bom cinema em formato curto, será a Quinta da Cruz - Centro de Arte Contemporânea no próximo dia 10 de Agosto a partir das 22 horas.
. The End de Raj Pathak e Crash Taylor (Reino Unido) recupera, no formato de filme curto, o imaginário de um mundo devastado por uma praga zombie no qual, Tina (Shelley Draper) e Sofie (Ava Nicholson) - mãe e filha - se refugiam numa velha casa abandonada para escapar de uma morte anunciada. Mas, é quando Tina julga que a sua filha está a salvo, que o perigo espreita... dentro e fora da casa.
Pia Cook e Tina Smith compõem um argumento que, no essencial, é fiel ao género proposto. Exibem uma história com um dilema existencial cujo foco principal é a sobrevivência das referidas personagens e daquilo que sobra da sua família mas, ao mesmo tempo, não esquecendo toda a sub-história que se prende através desse mundo desertificado de vida humana mas povoado por aquilo que pensamos ser uma extensa horde de perigosos zombies.
Com esta perspectiva em mente, e após a esperança poder encontrar o seu fim naquela casa abandonada, aquilo que o espectador observa é um conjunto de óbvias referências ao êxito britânico 28 Weeks Later (2007), de Juan Carlos Fresnadillo nos momentos mais elementares como, por exemplo, a descida da dupla protagonista por uma colina, o refúgio numa casa abandonada que é rapidamente invadida pelos mortos-vivos ou o dilema de uma mãe infectada versus a sobrevivência da sua própria filha. Neste âmbito, e considerando que The End não apresenta propriamente uma dinâmica original ou inovadora para o género - que apesar de já extenso o seu arquivo consegue, por vezes, encontrar interessantes obras -, aquilo que aqui temos é a clara homenagem ao mesmo feita pela dupla Pathak e Taylor que, ao mesmo tempo, poderá servir enquanto rampa de lançamento para algo maior (se, por exemplo, encontrássemos referências expressas a um passado não explorado) futuramente criado e que melhor represente o género de forma original e inovadora. The End no entanto e no final - ironia à parte - independentemente da boa vontade de todos, nunca consegue transformar-se numa obra suficientemente apelativa para cativar o espectador.
The Colony de Jack Larkin (EUA) é mais uma curta-metragem a recuperar o género "mundo invadido por zombies" mas concentrado numa vertente de comédia de absurdo que, afastado da inteligência e do bom gosto, cai no eterno erro de ser apenas mais um "filme de amigos".
Uma área residencial próxima de uma floresta... um grupo de jovens sobreviventes. A falta de atenção e de rigor numa época de crise podem lançar a comunidade numa rota de colisão com a sua própria sobrevivência.
Com argumento de Jacob Ayres, The Colony cedo se assume como um filme amador e de amigos com o único propósito de divertimento que se deixa levar pela mútua paixão do género de cinema de terror que este grupo tem não adiantando, no entanto, nada não só para o género como principalmente para a esperada dinâmica que o mesmo pressupõe. Sempre num registo de humor encoberto onde o acaso e a ironia premeditam todo um conjunto de situações anómalas típicas de uma sociedade desfeita e de uma comunidade que pretende sobreviver às adversidades de um tempo de "fim", The Colony não adianta nada para lá do objecto de estudo que realizador e demais técnicos tentam retirar desta história.
Enquanto objecto experimental pode o espectador encontrar em The Colony um elemento prático de conhecimentos teóricos pré-estabelecidos e expectáveis não só género como de uma obra de cinema em potência. No entanto, analisada enquanto obra cinematográfica, The Colony é uma curta-metragem banal, tendencialmente desinteressante e pouco inspirada não conseguindo em momento algum ser dinâmica ou causar o sobressalto esperado que o género pede.
Oceansize de Adrien Chartie, Romain Jouandeau, Gilles Maziers e Fabien Thareau (França) é uma curta-metragem de animação 3D cuja acção decorre numa plataforma petrolífera onde um mergulhador em missão para verificar os alicerces da mesma provoca não só um acidente como desperta um inesperado visitante que tudo irá transformar. Os realizadores e também argumentistas criam com Oceansize uma interessante atmosfera que une o melhor do cinema do género ao conseguir neste brevíssimo filme criar uma história de animação onde se encontra a acção, o suspense e em boa medida o terror sem esquecer a clara referência a um certo cinema ambientalista onde os valores de proteção do planeta Terra são cada vez mais visíveis e nos quais se pretende uma consciencialização enquanto se entretém e anima o espectador. A história, ainda que pretenda recriar o despertar de um monstro que pode, em boa medida, assumir várias formas e cujos objectivos não são sempre claros como se poderia pretender - e ainda bem que não pois um certo mistério é sempre desejado para este género de história -, acaba por assumir duas distintas vertentes. A primeira de todas elas prende-se com o facto de existir no subconsciente de todos nós um certo imaginário de que existe "algo" para lá daquilo que os olhos conseguem observar. Aqui esse inatingível ganha forma com o lado mais profundo dos oceanos onde tudo é ainda tão incerto e desconhecido que, na realidade, tudo (ou nada!) poderá existir numa dimensão que nos é desconhecida. Ao encontrarmos um escape para dar corpo a esse imaginário ocupado pela incerteza e pelo desconhecido, o "monstro" ganha vida assumindo a forma que cada um de nós pretende e, nesta curta-metragem, o mesmo ganha corpo através daquilo que em boa medida pode ser encarado como um dos grandes corruptores (e poluidores) do planeta... o petróleo. É, ao mesmo tempo, nesta medida que surge uma segundo dinâmica nesta história quando esse "monstro" decide enfrentar, dominar e destruir todo o aparelho "produtivo" que lhe deu corpo e vida. O "monstro" é assim visto como um defensor já não adormecido da Terra e, como tal, tudo faz para destruir o seu cancro... o Homem. Primeiro eliminando o seu espaço e finalmente tentando mesmo destruir a sua própria existência garantido, dessa forma, que o planeta continue a existir de uma forma o mais harmoniosa possível. O terror encontra-se lá mesmo não se assumindo como uma história sobrenatural que confere ao espectador uma dinâmica de Homem versus Paranormal. O terror manifesta-se sobretudo - senão quase exclusivamente - como uma consequência da acção danosa e destrutiva do Homem que se assume como dono e senhor de um espaço que é partilhado e não apenas seu. Assim o tempo de assistir inactivo e silenciosamente termina fazendo crescer esse tal "monstro" adormecido que agora decide controlar pela força aquilo que sempre fora seu e que tão vilmente havia sido usurpado e destruído pela sobrevivência desse mesmo espaço comum. Com um olhar atento e de certa forma comprometido com essa dinâmica de consciencialização ambiental que aos poucos se manifesta no cinema de formato curto, a quadra de realizadores e argumentistas consegue criar com sucesso uma história com tanta potencialidade como a própria dimensão do oceano manifestando, ao mesmo tempo, a capacidade de criar uma história de acção e suspense (também um pouco sobrenatural há que admiti-lo) capaz de captar a atenção não só do espectador mais disposto ao género como também a um público mais alargado capaz de explorar um pouco mais das diversas vertentes que a história propõe.
Mulberry Night de Daniel Nordlund e Simon Bergström (Suécia) é uma curta-metragem de suspense centrado numa noite da vida de John (Olle Rönnberg) que, sózinho em casa, vê o seu sossego subitamente interrompido quando uma presença parece ameaçar a sua tranquilidade.
Com uma interessante direcção de fotografia que, na globalidade desta curta-metragem funciona como o seu melhor atributo ao adensar um ambiente que se adivinha tenso e onde as sombras se constituem como uma certa alma viva, Mulberry Night forma-se a um lento passo que tudo parece querer revelar no seu último instante.
Da solitária viagem de regresso a casa sem esquecer a monotonia de um espaço isolado de qualquer sinal de civilização, é o tenso e até mesmo denso final de Mulberry Night que, mesmo sem grande surpresa ou inovação, consegue provocar o tão aguardado clímax e provocar reacção no espectador mais distraído ao apresentar a actriz Janna Jansson cuja personagem "Mary Atkinson" faz literalmente explodir o grande ecrã.
No final, o espectador compreende que não está perante uma obra cujo desfecho seja inovador ou inesperado pois rapidamente se recorda de diversas obras do género cuja conclusão seja próxima desta aqui alcançada com Mulberry Night mas, no entanto, é a segura convicção da sua elaboração que a torna uma obra segura e distinta mesmo que a originalidade não invada estas paragens.
Zombe Man: The Journey to Hell de George "Crane" Cruz (EUA) uma já não tão recente curta-metragem que expõe a sempre presente paranóia norte-americana face ao perigo (?) de uma potencial pandemia provocada por um dos seus opositores (aqui a Coreia do Norte) que provocou a "zombieficação" da sua população. Pelo caminho... um herói... Zombe Man que destrói todos os mortos-vivos que percorrem aquilo que resta do planeta Terra.
Comecemos pelos pontos positivos desta curta-metragem que são efectivamente muito poucos e o motivo único pelo qual atribuí uma pontuação tão alta à mesma... um dois. Ao entrar na dinâmica de Zombe Man: The Journey to Hell, reconheço-lhe a criação de um ambiente interessante através da sua direcção de fotografia - também pela mão do realizador - e da música utilizada para a dinamização da mesma que transforma toda a atmosfera em algo que para o espectador parece ter saído de um qualquer filme B - ou Z - da ida década de '70 mas... a potencial positividade que se possa encontrar... termina por aqui. Zombe Man: The Journey to Hell é desde o primeiro instante um filme que se percebe inicialmente tendencioso na medida em que encontra o inimigo num espaço político que o espectador compreende "conveniente" para a sua aceitação (nada melhor do que agora o inimigo ser a Coreia do Norte seja lá sob que perspectiva fôr), como a construção do próprio anti-herói neste "Zombe Man" se entende como uma réplica zombie de "Bane" em The Dark Knight Rises. No entanto, é no título que chega a maior surpresa ao transformar seja por erro, omissão ou um qualquer sentido de humor menos apropriado, o nome da personagem "principal" de "Zombie"... para "Zombe", como se este quisesse ser um filme sobre os mal-amados mortos-vivos mas... na realidade, nunca chegou a ser onde, tal como o protagonista, os próprios são um mero vislumbre numa história onde se assumiam (ou deveriam) como uma sua parte relevante.
Ainda que com um ritmo interessante e um exagero (esperado para o estilo) na dinâmica da vítima indefesa perseguida pelos zombies que estão sempre perto e no seu rasto, Zombe Man: The Journey to Hell é uma daquelas curtas-metragens que precisava de um pulso mais firme e um propósito mais concentrado, conferindo às suas personagens uma dinâmica tão forte e intensa como aquela tida na construção da atmosfera envolvente para que, no final, se assumisse como uma história relevante para que o espectador se recordasse dela enquanto referência no género... Para isso ajudaria que pequenos detalhes fossem também trabalhados, nomeadamente no que diz respeito ao guarda-roupa onde toda a vestimenta do protagonista - já de si preocupante pela óbvia referência que faz a outra personagem de outro filme - não fosse diminuída quando o espectador encontra um par de ténis a acompanhar que mais parece ter saído à cinco minutos da loja... Neste género de filmes é o detalhe que conta... e quando algo parece estar a correr bem... chega todo um conjunto de elementos que deita por terra tudo o que fora anteriormente construído.
No final, se existe viagem ao inferno é aquela tida pelo espectador sedento de uma história sobre "o fim" e encontra algo repleto de não duvidadas boas intenções mas muita falta de concretização que não fala... mas berra muito alto.
Boyfriend de Kyle Krieger (EUA) é uma curta-metragem que revela o encontro ocasional entre Indar (Indar Smith) e Jake (Jake Wilson) o qual dá origem a uma amizade que cedo se pode revelar num amor inesperado. Mas será retribuído?! Esta curta-metragem que Kyle Krieger dirige e para a qual escreveu o argumento enquanto o seu primeiro trabalho cinematográfico por detrás das câmaras, rapidamente se revela como um filme curto com todo um conjunto de fragilidades que não se esperariam ver num filme que se quer levar a sério. Desde cedo encontramos todo um conjunto de falhas na captação de som exterior das quais o espectador apenas se distrai com as mise en scène perfeitamente amadoras dos actores que praticamente durante todo o filme estão mais preocupados na pose e em mostrar uma suposta perfeição física típica de um qualquer anúncio comercial de um produto de moda do que de facto revelar a história que está por detrás da imagem. O argumento, expectável em boa medida, recupera o tradicional encontro ocasional de duas pessoas que se acham bonitas e querem conviver para se conhecer melhor mas falha em todas as frentes quando os actores parecem querer desfilar - aos próprios e os lugares comuns do primeiro encontro - esquecendo que existe uma história com um propósito (esperamos) que faça desta curta-metragem não o protótipo de um filme comercial mas sim de uma obra que se espera (e quer) cinematográfica. Mas ficamos pelas expectativas. O final aguardado - e bem - confirma as suspeitas do espectador mais "desatento" e é apenas a direcção de fotografia de Daniel Seung Lee que confere um ar mais profissional a uma história que, já bem perto do final, parece querer assumir-se como um anúncio a um qualquer método contraceptivo com a típica ideia moralista de que... "bom, se tens uma relação... não andes à procura por fora". Boyfriend existe mas apenas como uma miragem do que poderia ter sido... mesmo que isso fosse apenas "mais um" filme romântico que na realidade não chega a ser.
Y Yo a Tí de Oliver Rondon (Venezuela) é uma curta-metragem que celebra o poder de uma amizade. Uma amizade intemporal e que não se prende por barreiras ou obstáculos... terrenos ou não.
Dois amigos conversam. A relação que têm é próxima e íntima. No entanto, de repente compreende-se uma distância entre ambos. Terá esta relação terminado?!
O realizador, e também um dos protagonistas Oliver Rondon, celebra com esta sua curta-metragem o poder de uma relação de amizade fraterna que o espectador pode facilmente confundir como algo sentimental e amoroso. A conversa encetada pelos dois actores revela para o espectador uma proximidade entre eles que fora temporariamente interrompida. Não sabemos nem compreendemos por ou a que motivos se deve esta separação até que o espaço envolvente se vai lentamente revelando e, como tal, denunciando as causas da mesma.
É pela simplicidade e principalmente pela cumplicidade das palavras que esta relação se denuncia, elucidando o espectador sobre os porquês de uma abrupta separação. O espectador compreende que esta será algo breve - pelo menos no espaço "temporal" em que um deles se encontra -, mas que para o outro esta será (foi) a perda mais significativa da sua vida encontrando-se, nesse momento, num impasse sobre a sua própria evolução e questionando-se sobre o que fazer "depois" daquela despedida que se anuncia. O que facilmente pode ser confundido com uma relação amorosa... é de facto... mas talvez não sob a forma como inicialmente o espectador pode ser conduzido a pensar.
Ainda que Y Yo a Tí possa parecer algo fragilizada pela sua construção aparentemente mais "amadora", é a sensibilidade depositada na mensagem desta curta-metragem que leva o espectador a ignorar pequenos detalhes da mesma e reflectir sobre o poder das palavras, dos gestos e de pequenos olhares que a transformam numa história sobre o poder da amizade e nas consequências de quando esta pode ser perdida... ainda que temporariamente.
Interessante pela sua mensagem e pela sensibilidade depositada no poder das palavras, Y Yo a Tí marca também pela interpretação sentida dos dois actores (realizador incluído) que prima pela celebração da amizade... surja ela sobre as mais diversas formas.