terça-feira, 31 de outubro de 2017

Jigsaw (2017)

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Jigsaw: O Legado de Saw de Michael Spierig e Peter Spierig é uma longa-metragem norte-americana e a mais recente entrega da saga Saw, de James Wan iniciada em 2004 e cujo título precedente fora Saw 3D: The Final Chapter (2010), de Kevin Greutert.
Dez anos depois da morte de John "Jigsaw" Kramer (Tobin Bell), vários são os corpos que começam a aparecer pela cidade com a marca do assassino e, à medida que a investigação se acentua, todas as pistas parecem indicar que Jigsaw ainda está vivo.
Pete Goldfinger e Josh Stolberg escrevem o argumento deste Jigsaw recuperando, sete anos depois, alguma da tensão sentida com as histórias do famoso assassino cinematográfico com desfechos normalmente surpreendentes e inesperados. Aqui, tudo começa como uma perseguição policial de um vulgar criminoso que, para o espectador, será o "gatilho" da o início de mais uma história repleta de reviravoltas e presunção de uma culpabilidade anunciada que, no entanto, pode nem sempre estar direccionada para o verdadeiro responsável de mais uma (esta) onda de bizarros assassinatos.
Invariavelmente semelhante aos títulos anteriores, com a devida excepção ao título original que começou toda esta saga e que se revelou uma obra referência no género pela sua originalidade e surpresa, este Jigsaw apresenta a fórmula já conhecida onde o labirinto de terror apresentado ao espectador é enriquecido com um conjunto de momentos já conhecidos do espectador onde o agressor é transformado numa improvável vítima às mãos de "Jigsaw" mas, ao mesmo tempo, reside nos seus actos a compreensão de uma culpa não assumida. "Jigsaw" está de volta e mais impiedoso que nunca.
No entanto, este argumento deixa no espectador que segue esta saga, uma dúvida constante. Se "Jigsaw" morreu dez anos antes, quem poderá estar por detrás destes assassinatos? Um fã?!... Terá ele realmente falecido?!... Estará novamente a autoridade por detrás deste revivalismo da sua obra?!... Numa rota pela penitência das suas "vítimas", Jigsaw cruza memórias passadas da saga, um ritual de bárbara tortura e, no fundo, firma este capítulo como a transição entre as obras passadas e todo um futuro incerto para o assassino "Jigsaw" ou a sua personificação por entre os seus (percebemos) inúmeros discípulos.
Assim, incerto que permanece o espectador até ao último instante onde confirma as suas certezas ou esclarece as suas dúvidas, Jigsaw é, no fundo, aquele capítulo intermédio que apresenta as personagens futuras. Uma história que não fazendo transparecer grande novidade para o espectador consegue, no entanto, cativá-lo pela essência mórbida que cruza todas estas histórias e manter-se como uma entrega fiel ao género - ainda que algo repetitiva -, potencialmente mais elaborada nos cenários recriados mas essencialmente uma repetição de uma fórmula que precisa urgentemente renovar-se para que não se mantenha num registo "mais do mesmo" ao final de tantos anos (por muito que a mesma venda junto do público...).
Alheio a qualquer registo que o marque pela diferença cumprindo, no entanto, os requisitos mínimos para se assumir como um fiel da saga... sendo um filme com algum suspense e surpresa mas, ainda assim... pouco mais vai para lá do seu imediato resultado pós visionamento na sala de cinema. Jigsaw - ou um informal Saw VIII - continua a referida temática da punição pela ausência de compreensão e responsabilização da culpa ou, mais concretamente, a punição daqueles que sabem ter cometido um crime que provocou a desgraça de outros... e continuam a viver como isentos de uma responsabilidade moral que os vincula ao crime.
"Jigsaw" não perdoa... mas Jigsaw precisa rapidamente de se inovar.
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6 / 10
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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Porto (2016)

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Porto de Gabe Klinger é uma longa-metragem portuguesa em co-produção franco-americano-polaca que através de um argumento de Larry Gross em parceria com o realizador conta uma história de amor tendo a cidade homónima como pano de fundo.
Jake (Anton Yelchin) e Mati (Lucie Lucas) são dois estrangeiros na cidade do Porto. Um olhar que se cruzou permitiu-lhes passar uma breve noite de paixão que ficaria para sempre guardada nas suas memórias.
Gross e Klinger deram corpo a uma história de amor que, cinematograficamente falando e não só, é intemporal. Quão válido - ou validado - poderá ser um amor que apenas foi consumado uma única noite tendo os seus intervenientes perdido o contacto entre si transformando-se naquilo que sempre foram... dois estranhos!
Dividido em três momentos específicos, Porto começa por apresentar ao espectador aquele breve instante em que os olhares de "Jake" e "Mati" se cruzaram. Da cumplicidade imediata para, de seguida, revelar um pouco de "Jake", Porto segue para um longo segmento sobre ele e sobre as suas memórias daquele que poderá ter sido o momento mais significativo de toda a sua vida e no qual sentiu, pela primeira vez, uma sentida ligação sentimental com outra pessoa. "Jake" vive da memória enquanto caminha pela cidade. O espectador observa-o e compreende-o como alguém acabado e que se deixou consumir pela perda. A vida - desde "Mati" - perdeu todo o significado e as memórias, que guarda com afecto e significado, mais contribuem para uma certa decadência emocional que fisicamente o transformam num rosto (e num corpo) acabado. Da rotina numa cidade estranha onde se refugiou a um quarto onde parece conter os seus poucos pertences, a vida passa por ele consumido nas recordações perdidas daquilo que poderia ter sido - em tempos - o momento perfeito de uma vida sem significado.
Da sua dependência ao afastamento consequente de "Mati", o espectador entra então pelo segundo segmento de Porto dedicado à perspectiva dela sobre os acontecimentos. Anos depois, já com uma filha de "João" (Paulo Calatré), "Mati" revela a sua insatisfação e a sua condição de um silêncio desesperante incerta sobre a possibilidade de uma vida a dois. Será ela mais ou menos válida se se mantiver indefinidamente solitária?!
Já com o conhecimento dos instantes em que se conheceram, o espectador é então apresentado ao primeiro instante em que se cruzaram na escavação arqueológica em que ela o viu. Do acaso aos vários acasos que os juntaram naquele café em que os observamos a trocarem as primeiras palavras, é então que ficamos a conhecer os seus percursos antes de um Porto como ponto de encontro. Errantes, libertos e com um intenso desejo de poder criar algum laço afectivo e sentimental digno de registo, é também essa mesma necessidade que os acaba por afastar. Enquanto "Mati" vive uma aparente recuperação emocional, "Jake" denota uma imperativa necessidade de se sentir pertença de alguém que pode, naquele momento, não corresponder aos seus desejos.
Ambos, no "fecho" destes dois segmentos iniciais, demonstram um reviver e revisitar das suas memórias. Memórias que o espectador presume serem saudosas e desejadas num tempo impossível - o presente - onde a perda se afirmou como o resultado directo das suas escolhas mais ou menos voluntárias.
É então que em "Mati e Jake" o espectador conhece todo o percurso do Ceuta Caffé até à primeira e única noite de paixão que seria (no futuro) alvo da recordação de ambos. Do sexo a uma cumplicidade aparente, do primeiro "amo-te" à sua retribuição, da convicção de um sentimento à certeza da sua duplicidade, Porto celebra portanto a simplicidade e a complexidade de um amor privado de julgamentos, mas repleto de apatia e loucura que o confirmam como certo.
Klinger filma portanto as memórias e as consequências de um tempo passado. Como um simples dias consegue caracterizar todo um futuro porvir, demonstrando no mesmo a capacidade que teve de o influenciar, desde as suas escolhas aos seus aparentes resultados. Como um caminho e uma decisão puderam, e conseguiram, alterar toda uma vida não só marcada pelo mais forte dos sentimentos algumas vez experimentados mas que, pela recusa da sua aceitação, comprometeu todo um futuro então transformado. Da saudade desse passado - sentimento tão português aqui sentido por estes dois estrangeiros que, na sua própria língua, não possuem a palavra - à compreensão do que poderia ter sido se ambos estivessem preparados para se "encontrarem" num terreno neutro que oscilava entre a menor dependência - dele - e a vontade de uma total entrega e compreender a felicidade - dela - podendo, dessa forma, construir algo que agora, na memória de ambos, não foi mais do que uma noite efémera.
O amor, simples ou complexo, encontra uma componente melancólica na direcção de fotografia de Wyatt Garfield que transforma a beleza da cidade do Porto e o par que nela vive, em três seres - eles e a cidade - incapazes de viver uma vida completa, os primeiros pela ausência de um caminho comum e a última por não se consumar como a cidade daquele amor. Aliás, não fosse a certeza da produção de Porto por Jim Jarmusch que o espectador iria obrigatoriamente recordar um já ido Only Lovers Left Alive (2013) que coloca o par protagonista como automaticamente dependente de um sentimento e de uma cidade que para lá de observadora presente da sua relação é, na mesma (relação), um seu directo participante. Mais, a fugaz mas intensa relação de "Jake" e de "Mati" em muito se assemelha àquela tida por "Adam" e "Eve" de Tom Hiddleston e Tilda Swinton que vivem numa dependência ausente necessitando da certeza da existência do "outro" mas, ao mesmo tempo, sem com ele partilhar muito do sentimento nutrido. Como que numa eterna depressão - menos longa que a de "Adam" e "Eve" - Porto celebra então a potencialidade desse amor sem que o mesmo alguma vez ganhe "vida" e a tal confirmação que seria de esperar (para o espectador).
Sem finais felizes, Porto é portanto a confirmação desse amor - ou do seu potencial - pela memória e pelas recordações de uma noite, do espaço, dos lugares comuns e partilhados mas sobretudo pela certeza de que o fim - esse pena presente - existe de facto.
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8 / 10
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sábado, 28 de outubro de 2017

DocLisboa 2017: os vencedores

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Competição Internacional
Grande Prémio Cidade de Lisboa para Melhor Filme: Milla
, de Valérie Massadian
Prémio Sociedade Portuguesa de Autores: Why is Difficult to Make Films in Kurdistan
, de Ebrû Avci
Prémio Jornal Público / MUBI para Melhor Curta-Metragem: Saule Marceau
, de Juliette Achard
Menção Honrosa: Spell Reel
, de Filipa César
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Competição Portuguesa
Prémio Revelação / Prémio Canais TVCine para Melhor Primeira Obra: Those Shocking Days
, de Selma Doborac
Prémio NOVA FCSH/ Íngreme para Melhor Filme: Vira Chudenko
, de Inês Oliveira
Prémio Kino Sound Studio: À Tarde
, de Pedro Florêncio
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Prémio do Público

Prémio RTP para Melhor Filme Português: Diálogos ou Como o Teatro e a Ópera se Encontram para Contar a Morte de 16 Carmelitas e Falar do Medo, de Catarina Neves
Prémio Escolas / Prémio ETIC para Melhor Filme: I Don't Belong Here
, de Paulo Abreu
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Competição Transversal
Prémio Fundação INATEL para Melhor Filme de Temática Associada a Práticas e Tradições Culturais e ao Património Imaterial da Humanidade: Martírio
, de Vincent Carelli
Menção
Honrosa: Medronho Todos os Dias, de Sílvia Coelho e Paulo Raposo
Prémio José Saramago - Fundação José Saramago para Melhor Filme falado maioritariamente em português, galego ou crioulo de origem portuguesa: Spell Reel
, de Filipa César
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VERDES ANOS
Prémio FAMU para Melhor Filme: Norley and Norlen
, de Flávio Ferreira
P
rémio Especial Walla Collective: Pesar, de Madalena Rebelo
Prémio Melhor Realizador:
Ana Vijdea, John 746
Prémio Walla Collective para melhor Work in Progress - Arché: Sílvia
, de María Silvia Esteve
Prémio Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas para melhor Projecto em Desenvolvimento: Follha 84
, de Catarina Mourão
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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

John Mollo

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1931 - 2017
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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Robert Guillaume

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1927 - 2017
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Fats Domino

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1928 - 2017
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European Film Awards - Melhor Filme de Animação e Melhor Comédia 2017: os nomeados

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A Academia Europeia de Cinema divulgou hoje os filmes nomeados aos European Film Awards nas categorias de Melhor Filme de Animação e Melhor Comédia.
São os nomeados:
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Melhor Filme de Animação
  • Ethel & Ernest, de Roger Mainwood (Reino Unido/Luxemburgo)
  • Louise en Hiver, de Jean-François Laguionie (França/Canadá)
  • Loving Vincent, de Dorota Kobiela e Hugh Welchman (Polónia/Reino Unido)
  • Zombillénium, de Arthur de Pins e Alexis Ducord (França/Bélgica)
Melhor Comédia
  • King of the Belgians, de Jessica Woodworth e Peter Brosens (Bélgica/Holanda/Bulgária)
  • The Square, de Ruben Östlund (Suécia/Alemanha/França/Dinamarca)
  • Vincent, de Christophe van Rompaey (Bélgica/França)
  • Willkommen bei den Hartmanns, de Simon Verhoeven (Alemanha)
Os vencedores destas e demais categorias serão anunciados no próximo dia 9 de Dezembro, numa cerimónia a realizar em Berlim, na Alemanha.
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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Athanasios Kalogiannis

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1965 - 2017
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domingo, 22 de outubro de 2017

Geostorm (2017)

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Geostorm - Ameaça Global de Dean Devlin é uma longa-metragem norte-americana e o mais recente exemplar do filme catástrofe deste ano.
Depois de inúmeras crises ambientais e cataclismos naturais devastarem o planeta Terra, os governos do mundo desenvolvem um sistema de satélites destinado a protegê-lo de uma qualquer intempérie que ameaça a estabilidade das populações. No entanto, quando se começam a registar estranhos fenómenos climatéricos num planeta que se pensa controlado, Jake Lawson (Gerard Butler) o engenheiro que construiu este sistema, fica encarregado de viajar para o espaço e descobrir, na respectiva estação espacial, o que está a provocar uma nova ameaça ao planeta Terra.
Dean Devlin - realizador e argumentista - e Paul Guyot escrevem o argumento deste Geostorm naquele que é o mais recente conto de destruição do planeta claramente inspirado nas histórias catástrofe de Roland Emmerich. A premissa é, como em todos os filmes deste género, assumidamente simples. Pega-se no tema quente do momento - as alterações climáticas e o respectivo aquecimento global -, juntam-se umas quantas catástrofes climatéricas de proporções descomunais (desde granizo gigante a degelo drástico ou até a já tradicional onda gigante), com o propósito final de uma morte em massa numa qualquer parte do mundo onde todos os elementos anteriormente mencionados nunca se registaram. Fórmula preparada para o consumo do espectador? Ainda não...
Se o tradicional filme de destruição planetária evita entrar em domínios perigosos como o são, por exemplo, as conspirações palacianas e os truques políticos - ainda que sejam sempre inocentemente abordadas -, em Geostorm os argumentistas não se esquecem de glorificar e diabolizar o Presidente dos Estados Unidos da América - ah... o sempre presente -, como um potencial perigo planetário - não esquecer - ou um improvável salvador "das pátrias unidas" sob a bandeira do ambientalismo inevitável.
Mas, não é só de intrigas palacianas que dão o mote a Geostorm. Aqui ainda temos tempo para o drama sentimental e familiar preenchido por um lado pela relação entre Jim Sturgess e Abbie Cornish como o par romântico não assumido por questões políticas e de segurança e ainda a relação de Sturgess com Butler, irmãos cuja carreira profissional colocou em dois lados opostos da barricada... um emergente na política e o outro a odiá-la como a causa directa da sua ruína. Todos estes elementos, potencialmente aliciantes no seu todo, provocam com que Geostorm seja uma daquelas longas-metragens do género que sedentas de contarem todo um conjunto de enredos em pouco mais de noventa minutos, se percam num labirinto sem fim de histórias que ou se tornam risíveis ou, por sua vez, sejam atiradas contra o grande ecrã apenas para dispersar a atenção sem nunca revelam uma clara intenção de serem devidamente contadas ou exploradas. No fundo, enquanto filme catástrofe é apenas nessa vertente que Geostorm quer ser relatado... Importa a destruição... já não necessariamente original se pensarmos em 2012 (2009) ou The Day After Tomorrow (2004), e um conjunto de efeitos especiais mais ou menos bem executados - nem sempre com a credibilidade esperada - e essencialmente temos um filme feito... O demais, desde os actores que se perdem em enredos pouco explorados ou mesmo o dinamismo e relevância da sua personagem para a história são secundários... e que o diga uma desaparecida Mare Winningham que aqui se mantém... praticamente invisível.
Da segregação populacional - afinal nem todos contam com a mesma importância ainda que o planeta esteja à beira de provocar a sua extinção - ao lugar comum tido com o improvável salvador dos dois heróis de serviço, Geostorm navega naquele grupo de filmes que, apesar do seu conteúdo apelativo - qual de nós não gosta de ver estes "filmes catástrofe"? -, não consegue ser suficientemente interessante ou inovador dentro do género para o recordarmos como os dois anteriormente mencionados. Geostorm sobrevive apenas por um certo aspecto mórbido que todos nós temos em observar a catástrofe e a sua consequente destruição pelos mais variados locais mais ou menos reconhecíveis do globo mas, mesmo esses, não são suficientemente interessantes para que o espectador os memorize como momentos "daquele filme" que se viu e recorda.
Com um conjunto de nomes sonantes em interpretações perfeitamente banais e regulares - nem Butler, nem Sturgess, nem Cornish ou tão pouco Ed Harris se destacam - Geostorm é aquele filme de Verão (que saiu em Outubro) que qualquer um de nós irá facilmente esquecer. Cumpre (ligeiramente) a sua função enquanto peça de entretenimento na qual o espectador não perde muito tempo a pensar nas suas vertentes ou nuances mas, uma vez saído da sala, torna-se facilmente num imediato fruto do esquecimento.
Mensagens ambientalistas à parte... Geostorm não consegue provocar qualquer tempestade ou consciencialização no espectador mais preocupado com as suas sequências de destruição... por cumprir.
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6 / 10
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CineEco 2017: os vencedores

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Competição Internacional Longas-Metragens
Grande Prémio CineEco: Dusk Chorus, de Nika Saravanja e Alessandro D’Emilia (Itália)
P
rémio Antropologia Ambiental - Liberty Seguros: How to Let Go of the World and Love All The Things Climate Can’t Change?, de Josh Fox (EUA)
Prémio Educação Ambiental - Associação Mares Navegados:
Chasing Corals, de Jeff Orlowski (EUA)

Menção Honrosa:
Riverblue: Can Fashion Save the Planet?, de David McIlvride e Roger Williams (Canada)
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C
ompetição de Curtas-Metragens Internacionais, Documentários e Reportagens para Televisão
Prémio Internacional de Curtas-Metragens - Turistrela:
Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles (Brasil)

Menções Honrosas:
Blind Film, de Jae Hyung Oh (Coreia do Sul) e Clean Heart, de Dina (Rússia)
P
rémio Internacional Água - Comissariado Português para o Fórum Mundial da Água - Brasília 2018: The End of Snow, de Morgan Heim (EUA)
P
rémio  Documentários e Reportagens para Televisão - Casas do Vidoeiro: Oceans Monopoly, de Alexander Lahl e Max Mönch (Alemanha)
Menção Honrosa:
Longyearbyen, Ville Bipolaire, de Manuel Deiller (França)
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Competição de Filmes de Língua Portuguesa

Grande Prémio Lusofonia / Camacho Costa:
Baía Urbana, de Ricardo Gomes (Brasil)

Prémio Panorama Regional / Casa da Passarella:
Criados Na Serra, de Maria Inês Santos Mesquita (Portugal)

Menção Honrosa:
Nyo Vweta Nafta, de Ico Costa (Portugal)
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Prémi
o Júri da Juventude
Grande Prémio da Juventude: How to Let Go of the World and Love All The Things Climate Can’t Change?, de Josh Fox (EUA)
Menções Honrosas:
Riverblue: Can Fashion Save the Planet?, de David McIlvride e Roger Williams (Canadá),
Once Hamoun, de Mohammad Ehsani (Irão), Plantae, de Guilherme Gehr (Brasil) e
Criados Na Serra, de Maria Inês Santos Mesquita (Portugal)
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sábado, 21 de outubro de 2017

Ugo Fangareggi

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1938 - 2017
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Cupido in Love (2015)

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Cupido in Love de Roberto Pérez Toledo é uma curta-metragem espanhola de ficção em que Jesús (Pelayo Rocal) um actor desempregado tenta ganhar a vida como demonstrador de perfumes numa grande superfície. Aí reencontra Marcos (Ángel Velasco), estudante de arquitectura por quem tem uma atracção.
Poderá o Cupido ao qual Jesús dá corpo ser a sua salvação para um amor porvir?
O amor não poderia estar mais presente nesta curta-metragem de e com argumento de Pérez Toledo. Estamos na época de São Valentim... experimentam-se perfumes para oferecer às respectivas caras-metade e... temos um "Cupido" de nome "Jesús" presente. Como se todas estas coincidências não fossem já de si suficientes, então o que pensar quando "Jesús" está, também ele, apaixonado por "Marcos", um rapaz que reencontra e a quem nunca teve coragem de o confessar?!
O amor - ou falta dele -, essa constante na obra do realizador espanhol já por várias vezes aqui comentada neste espaço, é novamente o mote para uma história que tem tudo para terminar feliz. Duas almas desencontradas que no dia especial do ano se cruzam. Cruzam-se os olhares, meia dúzia de palavras mais ou menos insinuantes que fazer devir um sentimento por explorar - uma vez que ele já havia nascido num passado recente -, e que agora naquela breve passagem reencontra a tal chama que tende a despertar.
"Jesús" é um Cupido inseguro. Incerto não nos seus sentimentos que parecem (ao espectador) bastante claros, mas sim na sua confissão a quem interessa... um "Marcos" confiante e que se insinua conferindo-lhe a segurança que lhe falta. Como pode este Cupido inseguro ser o mote para espalhar o amor nesta época tão especial? Poderá o próprio deus do amor tremer quando se trata da sua própria felicidade criando o tal paradoxo ou conflito de interesses que o afastam da sua própria felicidade?
Porque o amor está por toda a parte e a todos "toca"... até um deus cuja obra se dedica a espalhar o próprio amor, Cupido in Love é uma curta-metragem sensível com uma pequena dose de confiança emocional e uma interpretação extremamente bem construída de um Pelayo Rocal como um Cupido destinado a espalhar amor por todos aqueles que se cruzam no seu caminho mas igualmente inseguro quando o tal caminho a percorrer... não será por outro que não por ele próprio.
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7 / 10
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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Federico Luppi

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1936 - 2017
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Trindade (2017)

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Trindade de Diogo Simão é uma curta-metragem portuguesa de ficção que apresenta ao espectador três misteriosas personagens sentadas numa sala a confraternizar e falar sobre o mundo tal como o conhece(ra)m.
Pedro (André Canário), Valentina (Tânia Silva) e Jesus (Pedro Monteiro) conversam - sob o olhar atento de um barman (Diogo Simão) sobre a Humanidade. O passar dos anos e as suas atitudes perante uma Humanidade cada vez mais decadente ganham proporções que o espectador cedo irá descobrir.
Adriano Ferreira, Diogo Simão e Mariana Ramos criaram uma história onde três centenários vampiros conversam sobre o mundo e o Homem como instrumentos que, ao longo da sua existência, manobraram e utilizaram para o seu próprio prazer ou conveniência. Aos poucos torna-se perceptível para o espectador que os três mais não são do que vampiros que cruzaram os séculos tentando um conjunto de acções que primeiramente os aproximava desta Humanidade decadente mas que, aos poucos, os distanciou da mesma pela perversão dos actos e das mentalidades que lentamente se auto-destruíam. A Humanidade - dizem - está longe de merecer qualquer oportunidade de sobrevivência e, como tal, quem são eles para a lamentar ou celebrar..
No entanto, a postura dos três vampiros difere entre si. Enquanto "Valentina" se mostra uma oportuna ninfomaníaca que, juntamente com "Pedro", morde e transforma aqueles com quem se cruza pela sua própria conveniência surge, no entanto, um "Jesus" - não é coincidência - que se manifesta sempre do lado dessa mesma Humanidade que, segundo ele, merece sempre a oportunidade da redenção e da plena glorificação na Terra conferido pelo "pai ancestral". Se os dois primeiros desprezam o Bem e quem o pratica é este último que o tenta instalar e propagar sendo, no entanto, também ele um membro do sistema que ora se combate... ora se defende.
É então nos pequenos detalhes que Trindade cria pequenos apontamentos críticos - e de comédia - a esta "ordem" imposta pelo dito sobrenatural, ou seja, se a Santíssima Trindade - vampírica - age assim como o "Pai, Filho e Espírito Santo" que todos comanda e que a todos pretende difundir uma lógica de lei e moral não respeitada, é também o Trindade - hotel em que se reúnem - que se transforma no epicentro de uma conspiração que transcende o Homem e a Humanidade no seu todo. Enquanto uns tentam impôr essa ordem - por conveniência, convicção ou desdém - outro(s) esperam que, na realidade, toda a Humanidade se perca de vez e confirme as suas suspeitas de que a espécie dita humana comprove finalmente a sua génese e desmistifique toda a glória nela imposta por esse já referido "pai ancestral".
Com um argumento original e uma interessante abordagem ao tema das "origens" da Humanidade, do seu comportamento, poder de decisão e do seu potencial fim, Trindade cria um conjunto de interessantes personagens que reflectem assim não só um pouco dessa (des)Humanidade e, como tal, exibindo muito do "mal-estar" sentido no mundo como também deixa em aberto a presença de um silenciosamente curioso "Barman", atento aos comportamentos e intenções dos seus clientes... poderá ele ser o tal "Deus" disfarçado e resistente à intromissão no livre arbítrio dos seus "filhos"?!
Sendo um filme curto com uma abordagem bem delineada e original, Trindade deixa, no entanto, uma certa e séria curiosidade para um maior aprofundamento das intenções, e até destinos, da tríplice aliança, detentora de um poder não controlado e, dessa forma, influenciadores directos dos destinos do Homem... fica a vontade e gosto por um pouco mais desta não tão silenciosa trindade que espelha, no fundo, um pouco desta tão desgarrada Humanidade.
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6 / 10
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Tu (2016)

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Tu de Hugo Pinto é uma curta-metragem portuguesa de ficção com argumento do realizador e de Patrícia Torres que, sob a narração de Afonso Pimentel, nos revela a existência dos mundo... o d'Ele (Gonçalo Cabral) que vive numa constante noite tentando desesperadamente passar para o outro lado onde Ela (Catarina Lima) o espera.
"Ele" apresenta-se como alguém abandonado pela mãe e que nunca conheceu um amor verdadeiro - a noite -, por sua vez, "Ela" é a luz que chega e que o seduz, que lhe confere o tal calor e a proximidade para com outro alguém que lhe falta e que assume como o primeiro e talvez único contacto afectivo estabelecido até então. Ao conseguirem encontrar-se pertencendo a dois mundos tão distintos, ambos embarcam numa viagem performativa que celebra a vida, a entrega, a cumplicidade e até o amor que confessam ser mútuo estando ele, no entanto, sempre receoso de uma partilha de sentimentos que possa, em última instância, fazê-lo sentir-se perdido e, em última instância, novamente abandonado fazendo-o não só viver mas também temer este amor recentemente encontrado.
Sob uma coreografia de Cifrão, Gonçalo Cabral e Catarina Lima fazem cumprir uma óbvia cumplicidade que se torna no tema e no assunto principal desta curta-metragem. Por entre a intensidade dos seus olhares, o argumento de Hugo Pinto e Patrícia Torres ganha uma complexidade ilusória deixando claro que o único sentimento pelo qual vale a pena lutar e quebrar barreiras é o amor... Independentemente das potencialmente futuras desilusões ou da falta de concretização de um sentimento - O sentimento -, nada seria pior do que não vivê-lo... não sequer saber reconhecê-lo. Assim, e deixando claro que o próprio amor pode quebrar não só todas as barreiras como principalmente fazer sentir, viver e experimentar a tal luz que também é possível para lá de qualquer "portão", Tu - do título da curta-metragem à personificação dessa dita luz - cativa pela dança das palavras e por fazer crer que tudo é, realmente, possível.
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6 / 10
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Lar Doce Celular (2016)

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Lar Doce Celular de Alek Lean é uma curta-metragem brasileira de ficção cujo tema é não só pertinente como actual na medida em que tenta reflectir sobre as relações humanas neste século XXI no qual todos perdemos mais tempo a olhar para o ecrã de um telemóvel do que propriamente para todo o mundo que passa mesmo ao nosso lado.
Ao estilo do cinema mudo, com direcção de fotografia a preto & branco e acompanhado por música ambiente, Lar Doce Celular apresenta "Luan", um jovem homem que num passeio pela cidade esbarra com um homem que acha atraente e que persegue na esperança de que ele note. O outro, ocupado com o seu telemóvel e distante da realidade ao seu redor, só nota quando "Luan" se torna mais fisicamente presente e o puxa para o seu lado. A relação, que se torna física e aparentemente apaixonada apenas para terminar muito repentinamente não pela continuidade da história mas sim por uma questão de edição.
Aquilo que temos depois é o desenvolvimento de uma nova relação entre "Luan" e o seu novo telemóvel que comprou na rua, o qual o acompanha para todo o lado nas mais diversas actividades, incluindo em casa, esquecendo até o seu felino que passa a ser um "objecto" que ele ignora como tantos outros. Mas o que acontece quando o seu novo melhor amigo lhe é roubado? "Luan", incapaz de identificar o assaltante pois os rostos e as pessoas passaram a ser invisíveis no mundo que criou mas, no entanto, é a ausência deste telemóvel que o leva - a seu tempo - a adquirir novas competências motoras (que na prática nunca havia perdido mas sido desprezado), recordando através de pequenas pistas que afinal, sabe qual a identidade do seu assaltante.
O realizador adapta ao grande ecrã esta história de uma nova realidade social em que cada um de nós está cada vez mais dependente das novas tecnologias - dos telemóveis aos computadores portáteis - esquecendo o contacto humano, a interacção com os demais e até mesmo vermos os espaços mais ou menos interessantes pelos quais atravessamos todos os dias como se tanto espaço como a pessoa mais não fossem do que duas entidades anónimas incapazes de criar uma qualquer ligação. Saberá qualquer um de nós identificar um caminho que percorremos todos os dias ou, por sua vez, a banalidade das rotinas impede-nos de identificar o mais comum dos elementos que se encontra ao nosso lado?
Numa história que condena - a seu tempo - esta nova realidade humana bem como tenta demonstrar que o karma (por vezes) surge mesmo diante do nosso nariz, Lean utiliza alguns aspectos interessantes como conjugar esta nova realidade social mas ao "som" do cinema mudo numa dualidade entre épocas e momentos que se opõem - e opõem o espectador - a dois espaços temporais concretos da História. Interessante pela sua crítica social - ao "eu" no meio de um "nós" que nunca chegamos a observar concretamente -, falta apenas a Lar Doce Celular apenas algum trabalho na edição dos vários momentos temporais - primeiro conhecimento de "Luan" por parte do espectador, a sua relação com o seu novo apaixonado e o reencontro com a sua própria essência - dinamizando assim não só a história do protagonista mas também a sua relação com o mundo à sua volta que tanto insiste em ignorar.
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5 / 10
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Gotham Independent Film Awards 2017: os nomeados

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Arrancou oficialmente a temporada de prémios da época 2017. Foram ontem anunciados os nomeados aos Gotham Independent Film Awards atribuídos ao melhor do cinema independente  do último ano.
São os nomeados:
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Melhor Filme
Call Me By Your Name, de Luca Guadagnino
The Florida Project, de Sean Baker
Get Out, de Jordan Peele
Good Time, de Benny Safdie e Josh Safdie
I, Tonya, de Craig Gillespie
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Melhor Documentário
Ex Libris - The New York Public Library
, de Frederick Wiseman
Rat Film
, de Theo Anthony
Strong Island
, de Yance Ford
Whose Streets?
, de Sabaah Folayan e Damon Davis
The Work
, de Jairus McLeary e Gethin Aldous
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Série Revelação - formato longo

Atlanta (FX)
Better Things (FX)
Dear White People (Netflix)
Fleabag (Amazon Studios)
Search Party (TBS)
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Série Revelação - formato curto
555 (Vimeo)
Inconceivable (YouTube)
Junior (Blackpills, VICE)
Let Me Die a Nun (Vimeo)
The Strange Eyes of Dr. Myes (YouTube)
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Melhor Actor
James Franco, The Disaster Artist
Willem Dafoe, The Florida Project
Daniel Kaluuya, Get Out
Robert Pattinson, Good Time
Harry Dean Stanton, Lucky
Adam Sandler, The Meyerowitz Stories (New and Selected)
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Melhor Actriz
Haley Lu Richardson, Columbus
Melanie Lynskey, I Don't Feel At Home in This World Anymore.
Margot Robbie, I, Tonya
Saoirse Ronan, Lady Bird
Lois Smith, Marjorie Prime
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Actor Revelação
Mary J. Blige, Mudbound
Timothée Chalamet, Call Me By Your Name
Harris Dickinson, Beach Rats
Kelvin Harrison, Jr., It Comes at Night
Brooklynn Prince, The Florida Project
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Prémio do Júri para o Elenco
Mudbound, Carey Mulligan, Garrett Hedlund, Jason Clarke, Jason Mitchell, Mary J. Blige, Rob Morgan e Jonathan Banks
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Melhor Argumento
The Big Sick, Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani
Brad's Status, Mike White
Call Me By Your Name, James Ivory
Columbus, Kogonada
Get Out, Jordan Peele
Lady Bird, Greta Gerwig
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Prémio Bingham Ray - Realizador Revelação
Maggie Betts, Novitiate
Greta Gerwig, Lady Bird
Kogonada, Columbus
Jordan Peele, Get Out
Joshua Z Weinstein, Menashe
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European Film Awards - European Discovery / Prix FIPRESCI 2017: os nomeados

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A Academia Europeia de Cinema divulgou ontem os nomeados na categoria European Discovery / Prix FIPRESCI aos European Film Awards que visa premiar a primeira longa-metragem de um realizador Europeu.
São os nomeados:
  • Bezbog, de Ralitza Petrova (Bulgária/Dinamarca/França)
  • Die Einsiedler, de Ronny Trocker (Alemanha)
  • Estiu 1993, de Carla Simón (Espanha)
  • Lady Macbeth, de William Oldroyd (Reino Unido)
  • Petit Paysan, de Hubert Charuel (França)
Os vencedores serão conhecidos numa cerimónia a realizar no próximo dia 9 de Dezembro em Berlim, na Alemanha.
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Umberto Lenzi

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1931 - 2017
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Danielle Darrieux

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1917 - 2017
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Gord Downie

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1964 - 2017
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terça-feira, 17 de outubro de 2017

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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

John Dunsworth

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1946 - 2017
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Roy Dotrice

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1923 - 2017
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domingo, 15 de outubro de 2017

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sábado, 14 de outubro de 2017

Fátima (2017)

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Fátima de João Canijo é uma longa-metragem portuguesa que junta um conjunto de onze actrizes numa peregrinação religiosa desde Vinhais em Bragança até Fátima.
Fátima (Cleia Almeida), Nanda (Vera Barreto), Ana Maria (Rita Blanco), Amparo (Ana Bustorff), Nazaré (Íris Macedo), Isabel (Teresa Madruga), Céu (Anabela Moreira), Rosário (Alexandra Rosa) e São (Teresa Tavares) vão em peregrinação a Fátima. Acompanhadas por Isaura (Márcia Breia) e Carla (Sara Norte) que lhes providenciam as condições mais básicas para a sua viagem, as nove mulheres fazem-se à estrada numa viagem de mais de quatrocentos quilómetros por percorrer até chegarem à cidade santa.
Canijo, que também é autor do argumento - deste documentário ficcionado... ou ficção documental? -, recorre uma vez mais a dois dos mais emblemáticos rostos do seu cinema - Blanco e Moreira - nesta história sobre devoção, martírio e conhecimento pessoal que o espectador acompanha ao ritmo de algum drama, humor, incerteza e até mesmo alguma violência psicológica que os vários momentos desta viagem proporcionam às suas personagens tendo quase sempre como foco principal a "Céu" de Moreira.
Numa viagem tida com a necessidade de algum rigor e tradição, forma-se um inesperado grupo de mulheres da mesma vila que decide "pagar" a sua promessa respeitando os favores divinos prestados pela Nossa Senhora. A crença e a fé tomam o lugar e todos os momentos deste grupo de mulheres - peregrinas e acompanhantes - são delineados com aquilo que o lugar comum de anos passados determina como correcto. Não há espaço para incertezas, para atalhos ou tão pouco para os escassos espíritos livres que inesperadamente tomam o lugar central desta longa caminhada onde para lá da fé, que nunca é questionada, são os propósitos e a devoção de cada uma delas que são colocadas a teste não pelo espírito divino mas sim pelas demais que insistem que ali só existe um rumo... aquele da continuidade.
Os propósitos destas mulheres não chegam a ser conhecidos na sua totalidade, afinal as promessas a pagar e o agradecimento ao divino apenas a cada uma delas diz respeito como um pacto silencioso que havia sido estabelecido com o espírito sagrado e não para ser partilhado com aquelas outras mulheres que, como manda o bom espírito católico, delas faz pecadoras arrependidas e sujeitas ao perdão divino. Não, ali conhecemos apenas as mulheres que tomaram a estrada para fazer o seu percurso sujeitando-se às maleitas físicas de uma viagem que será psicologicamente desgastante para elas que convivem com a diferença pessoal de cada uma delas e para o espectador que cria empatia ou repúdio por alguns dos comportamentos ali manifestados.
As dinâmicas de grupo estabelecidas parecem respeitar apenas uma das peregrinas... A "Ana Maria" de Rita Blanco que para lá de dinamizar o grupo se torna como uma líder nem sempre silenciosa que testa os comportamentos das demais ou até mesmo as condena pela diferença que algumas trazem ao grupo. O espectador entende-a como aquela que já faz este percurso há mais tempo, independentemente de não conhecer os seus motivos, mas vê nela uma mulher de fé, que persistentemente "paga" a sua promessa que entendemos ter sido grande e que, ligada a um forte sentido tradicional, espera e insiste no respeito, na tradição e mesmo na penitência... afinal, naquele percurso sagrado não há lugar para música, conversas despropositadas ou até mesmo um qualquer desafio ao seu mando... que é quase uma lei. Do outro lado encontramos a "Céu" de Anabela Moreira, silenciosamente - não sempre - rebelde e um espírito livre - para os bons costumes - que insiste (não assumidamente) que o percurso pertence a cada uma delas e que apenas o devem àquela por quem inicialmente se puseram a caminho... à Nossa Senhora. As tensões de grupo chegam quando estas duas mulheres começam a colidir uma com a outra colocando o demais grupo numa situação de não ingerência ou então aliadas à veterana "Ana Maria".
São estas dinâmicas que são essencialmente exploradas nesta história e que levam o espectador a observar não tanto o caminho geográfico que elas efectuam mas sim aquele psicológico e de fé que as leva a dar um passo atrás do outro rumo a Fátima onde poderão finalmente agradecer pelo bem que lhes foi feito. Neste sentido, enquanto as observamos nas suas conversas cada vez mais mordazes e, até mesmo condenatórias, face a uma "Céu" silenciosa nos seus motivos e que desafia a própria autoridade de "Ana Maria" ou de uma "Isaura" (Breia) matriarca de um grupo que pela força da sua idade quer impôr um "correcto" a um grupo que se distancia pelas suas histórias pessoais, o espectador acompanha as pequenas nuances e detalhes que são conferidas a cada uma destas mulheres cujas histórias são pontualmente abordadas - por vezes ao mesmo tempo -, possibilitando-o de escolher sobre qual quer realmente saber mais um pouco. Afinal, não são dinâmicas também as conversas de qualquer um de nós em grupo?!
A insatisfação para e com a diferença e mesmo direccionada face àquela(s) que decide(m) levar o seu próprio rumo atinge o seu clímax quando são inseridos elementos estranhos ao grupo - a única presença masculina do mesmo - fazendo-as questionar sobre os propósitos de uma "Céu" que agora tratam com desdém e que assumidamente não irá estar para ser tratada como o elemento indesejado de um grupo demasiadamente concentrado numa fé e num respeito que, essencialmente, não conferem a uma das suas. Afinal, depois de escutarmos as insinuações de grupo e até mesmo os comportamentos violentos que acabam por ter face à personagem interpretada por Moreira, até que ponto estará de facto a fé destas mulheres a "funcionar" da melhor forma? Onde está o seu espírito fraterno ou, em última análise, que vão elas pagar com a sua peregrinação quando, na realidade, demonstram um espírito tão pouco solidário e cristão?!
No entanto, é nos últimos instantes desta Fátima que o espectador compreende finalmente o espírito da missão... que compreende o remorso... que compreende que todos os pequenos grandes obstáculos que atravessaram estão, afinal, para trás. Todas chegaram àquele espaço santificado convictas das suas acções, capazes de perdoar o imperdoável e sentir que talvez através do seu sacrifício poderão os seus problemas ficar resolvidos. A devoção de todas é então compreendida pelo espectador como o resultado de uma manifestação individual e de um percurso que, ainda que tido em comum, é o resultado de toda uma experiência de crescimento individual resultante de uma história de vida... de uma equação que não é comum a nenhuma delas e capaz de transformar o breve segmento final onde se confirma o reencontro num momento emocionalmente desarmante tal a magia e o misticismo capaz de ser captado pela câmara de Canijo numa multidão de pessoas que, todas elas, partilham uma experiências cujas variáveis são (foram) infinitas.
Se Rita Blanco é uma força da natureza - não há expressão melhor para caracterizar esta brilhante actriz - aqui capaz de sair do registo mais familiar que o espectador conhece e que, eventualmente pela força da experiência e da vida da sua "Ana Maria", se transforma numa mulher que mantém a força e o espírito do grupo por vezes à custa do suposto ela mais fraco... é este, na personagem de Anabela Moreira que se destaca por aquele que é, eventualmente, o propósito mais trágico e sofrido num percurso que é essencialmente levado em silêncio e de rosto fixado na estrada que corre como que uma continuação da sua penitência. Mas esta longa-metragem está repleta de intensas interpretações como a sofrida de Teresa Tavares cujo propósito apenas conhecemos já bem perto do final, a versão mais jovem de uma "Ana Maria" na pessoa de Cleia Almeida para quem o costume tem de ser uma lei não escrita ou mesmo a "matriarca" de Márcia Breia que - provas não necessitadas - confirma uma vez mais que todas as suas personagens são dotadas de uma força interior que apenas ela é capaz de domar... concordemos ou não com os seus propósitos gerais... mas o espectador vibra com cada um dos seus breves, corrosivos e mordazes comentários que não levantam o espírito mas o condenam a uma nova sentença por ela atribuída.
Pontualmente pertinente sobre o estudo das dinâmicas de grupo mas essencialmente um intenso registo sobre a construção de personagens às quais estas brilhantes onze actrizes souberam dar uma alma - ainda que o espectador não concorde ou se coloque ao lado de todas elas -, Fátima é sobretudo um filme sobre as histórias pessoais que os vários silêncios contam. Sobre a forma como facilmente avaliamos ou julgamos o "outro" - especialmente no percurso que aqui é estabelecido e proposto - esquecendo que também ele pode ter um propósito maior tão ou mais digno que aquele que julgamos cumprir mas também um filme que analisa de forma breve, mas impactante, o poder do perdão.
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7 / 10
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terça-feira, 10 de outubro de 2017

European Film Awards - European University Film Award 2017: os nomeados

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Foram há instantes divulgados no decorrer do FilmFest Hamburg, os nomeados na categoria de European University Film Award para a trigésima edição dos European Film Awards.
São os nomeados:
  • Hjartasteinn, de Gudmundur Arnar Gudmundsson (Islândia/Dinamarca)
  • Home, de Fien Troch (Bélgica)
  • Nelyubov, de Andrey Zvyagintsev (Rússia/Bélgica/Alemanha/França)
  • Toivon Tuolla Puolen, de Aki Kaurismäki (Finlândia/Alemanha)
  • The War Show, de Andreas Dalsgaard e Obaidah Zytoon (Dinamarca/Síria/Finlândia)
Os filmes nomeados serão avaliados em vinte e uma universidades Europeias e o vencedor será anunciado no próximo dia 9 de Dezembro no decorrer da cerimónia dos European Film Awards que irá decorrer em Berlim, na Alemanha.
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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Fénix - Premio Iberoamericano de Cine 2017: os nomeados

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Foram hoje anunciados os nomeados aos Fénix - Premio Iberoamericano de Cine relativos a 2016-2017 que visam premiar as melhores obras cinematográficas da Península Ibérica e América Latina.
São os nomeados:
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Melhor Longa-Metragem de Ficção
El Ciudadano Ilustre, de Mariano Cohn e Gastón Duprat
Estiu 1993, de Carla Simón
A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho
O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
La Región Salvaje, de Amat Escalante
Una Mujer Fantástica, de Sebastián Lelio
Viejo Calavera, de Kiro Russo
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Melhor Documentário
Como Me Da la Gana II, de Ignacio Agüero
Cuatreros, de Albertina Carri
La Libertad del Diablo, de Everardo González
No Intenso Agora, de João Moreira Salles
El Pacto de Adriana, de Lissette Orozco
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Melhor Realização
Mariano Cohn e Gastón Duprat, El Ciudadano Ilustre
Carla Simón, Estiu 1993
Sebastián Lelio, Una Mujer Fantástica
João Pedro Rodrigues, O Ornitólogo
Amat Escalante, La Región Salvaje
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Melhor Interpretação Masculina
Ricardo Darín, La Cordillera
Eduard Fernández, El Hombre de las Mil Caras
Eduardo Martínez, Santa y Andrés
Oscar Martínez, El Ciudadano Ilustre
Leonardo Sbaraglia, El Otro Hermano
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Melhor Interpretação Feminina
Liliana Biamonte, Medea
Paulina García, La Novia del Desierto
Bárbara Lennie, María (y los Demás)
Daniela Vega, Una Mujer Fantástica
Antonia Zegers, Los Perros
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Melhor Argumento
Andrés Duprat, El Ciudadano Ilustre
Carla Simón, Estiu 1993
Pedro Pinho, Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha, A Fábrica de Nada
Amat Escalante e Gibrán Portela, La Región Salvaje
Raúl Arévalo e David Pulido, Tarde para la Ira
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Melhor Montagem
Didac Palou e Ana Pfaff, Estiu 1993
Cláudia Oliveira, Edgar Feldman e Luísa Homem, A Fábrica de Nada
Jaume Martí e Bernat Vilaplana, A Monster Calls
Soledad Salfate, Una Mujer Fantástica
Fernanda de la Peza e Jacob Secher Schulsinger, La Región Salvaje
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Melhor Fotografia - Ficção
Javier Juliá, La Cordillera
Ramiro Civita, El Invierno
Manuel Alberto Claro, La Región Salvaje
Benjamín Echazarreta, Una Mujer Fantástica
Pablo Paniagua, Viejo Calavera
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Melhor Fotografia - Documentário
Nicolas Van Hemelryck, Amazona
Matías Mesa, Ejercicios de Memoria
María Secco, La Libertad del Diablo
Adrián Orr, Niñato
Mario Caporali, El Teatro de la Desaparición
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Melhor Música Original
Camilo Sanabria, Amazona
Alberto Iglesias, La Cordillera
Quincas Moreira, La Libertad del Diablo
Fernando Velázquez, A Monster Calls
Rodrigo Leão, No Intenso Agora
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Melhor Som
Santiago Fumagalli e Federico Esquerro, La Cordillera
Santiago Fumagalli, Pierre-Yves Lavoué e Federico Esquerro, El Invierno
Marc Orts, Oriol Tarragó e Peter Glossop, A Monster Calls
Nuno Carvalho, O Ornitólogo
Sergio Díaz, Vincent Arnardi e Raúl Locatelli, La Región Salvaje
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Melhor Direcção Artística
Sebastián Orgambide e Micaela Saiegh, La Cordillera
Fernanda Carlucci, As Duas Irenes
Pepe Domínguez del Olmo, El Hombre de las Mil Caras
Eugenio Caballero, A Monster Calls
Estefanía Larraín, Una Mujer Fantástica
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Melhor Guarda-Roupa
Laura Donari, El Ciudadano Ilustre
Anne Cerutti, As Duas Irenes
Ana Aguila, Estiu 1993
Rô Nascimento, Joaquim
Muriel Parra, Una Mujer Fantástica
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Melhor Série - Drama
3% - Temporada 1
Las Chicas del Cable - Temporada 1
Cuatro Estaciones en La Habana - Temporada 1
Estocolmo - Temporada 1
Narcos - Temporada 2
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Melhor Série - Comédia
Club de Cuervos - Temporada 2
Feriados - Temporada 1
Nafta Súper - Temporada 1
Prata da Casa - Temporada 1
Run Coyote Run - Temporada 1
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Melhor Elenco - Série
Bala Loca - Temporada 1
Cuatro Estaciones en La Habana - Temporada 1
El Marginal - Temporada 1
Narcos - Temporada 2
Vis a Vis - Temporada 2
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A quarta edição dos Fénix - Premio Iberoamericano de Cine irá decorrer no próximo dia 6 de Dezembro no Teatro de la Ciudad Esperanza Iris, na Cidade do México.
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domingo, 8 de outubro de 2017

Jean Rochefort

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1930 - 2017
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sábado, 7 de outubro de 2017

Tour de France (2016)

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Tour de France de Rachid Djaidani é uma das longas-metragens francesas presentes na décima-oitava Festa do Cinema Francês que decorre no Cinema São Jorge, em Lisboa até ao próximo dia 15 de Outubro que nos relata a vida de Far'Hook (Sadek), um rapper de origem magrebina que se vê forçado a sair de Paris depois de um conflito com um grupo rival.
Quando o produtor Bilal decide ajudá-lo sugerindo que acompanhe o seu pai Serge (Gérard Depardieu) numa viagem por variados portos de França seguindo o caminho do pintor Joseph Vernet, Far'Hook vê aqui a oportunidade de se afastar das pressões da sua comunidade tendo pela frente, no entanto, todo um choque geracional e de culturas que opõe e aproxima duas faces de uma França numa silenciosa convulsão.
Djaidani dirige e escreve o argumento desta longa-metragem nomeada ao prémio Lumière de Melhor Actor Revelação - o jovem Sadek - numa história que apresenta uma nova realidade sócio-cultural de França colocando frente-a-frente o passado e o futuro que antes de encontrarem um rumo comum colidem pela força das suas evidentes diferenças. Socialmente dividida entre a velha e a nova França, Tour de France - cujo próprio título indica uma potencial viagem e observação do país - coloca no centro da sua acção uma nova realidade... aquele de "Far'Hook", um jovem francês de origem magrebina cujas oportunidades não lhe têm sorrido da melhor forma. Ao tentar dar cor e vida ao seu sonho enquanto rapper emergente, "Far'Hook" é, ao mesmo tempo, um francês de segunda geração tido para a grande comunidade de uma França "branca", como um potencial invasor ou terrorista fruto dos medos modernos de uma sociedade do século XXI onde as realidades políticas se impõe drásticas, persecutórias e, por vezes, até mesmo xenófobas. Dentro ainda da sua própria realidade enquanto músico, "Far'Hook" encontra ainda as quezílias sentidas com os seus pares quando, para eles, não é mais do que um a tentar vingar numa área que não lhe abre as portas e, como tal, dentro do grupo, alguém que pode fazer frente aos ideais do mesmo. Como crescer profissionalmente - ou até socialmente - quando todas as realidades ao seu redor parecem querer insistentemente fechar-lhe as portas?
Por sua vez, é no encontro preparado entre "Far'Hook" e "Serge" que o esperado conflito se verifica mais acentuadamente não pela potencialidade de uma qualquer violência entre ambos mas sim pelo confesso preconceito - social e xenófobo - que se adivinha entre ambos. Se para o jovem rapper "Serge" mais não é do que o rosto de uma já referida "França branca e xenófoba" que não compreende as suas novas realidades, para este último o jovem mais não é do que um entre muitos daqueles que destroem o modo e estilo de vida do país. Incapazes de encontrar as diferenças entre as suas (novas) realidades, ambos embarcam numa viagem que os impede primeiro de se reconhecerem e respeitarem e, finalmente, de perceberem que apesar de viverem duas realidades distintas são, de igual forma, o rosto de um novo país que lentamente se formou e se afirmou como esta França do século XXI.
No entanto, é quando o espectador pensa que esta ligação será assumidamente impossível que tanto "Far'Hook" como "Serge" encontram um ponto de potencial mútuo entendimento... a arte e a cultura. Ainda que as suas proveniências culturais sejam diferentes, ambos encontram na música de um e na pintura do outro o elo que os poderá unir ou, pelo menos, aproximar enquanto dois seres sedentes de criatividade e compreensão. Ainda que a música de um lance todo um conjunto de questões no outro ou que a pintura aqui retratada possa eventualmente nada dizer ao jovem rapper, a realidade é que ambos se acompanham e tentam compreender a presença do outro nesse mesmo espaço. Assim, não através de uma questão económica, religiosa e menos ainda política, é a arte e a cultura nas suas mais variadas expressões que abre caminho para que se instale um diálogo e um desafio no respeito e tolerância mútuos que os impede à aceitação do "outro" como uma nova realidade daquilo que ambos hoje representam enquanto cidadãos de um mesmo país.
De um solitário "Serge" a um incompreendido "Far'Hook" para quem é a cor da sua pele que inicialmente o definem - para os demais - enquanto cidadão, ambos vivem numa marginalidade social que os impede a caminhar de forma diferente... Se o rapper é o alvo constante de uma sociedade que o estigmatiza, é também o pintor o rosto de um esquecimento e afastamento social que o remetem para uma franja social que todos preferem ignorar. Afinal, pergunta o espectador durante esta viagem, qual é o tal rosto "aceitável" da França dos nossos dias? Um homem mais velho fruto de uma educação mais antiga ou, por outro lado, a terceira geração de franceses magrebinos desconectados com a cultura tida como "branca e permitida"?
A resposta a esta pergunta, ainda que vaga e de certa forma permissiva a múltiplas interpretações chega quando o abraço final é trocado, quando as discussões terminam e quando o espectador compreende que é no mútuo respeito e até aceitação da dita diferença que se permite a ideia desta multiculturalidade e perda da ideia de uma qualquer hegemonia que repudia o estrangeiro (que já não o é), e a diferença que se manifesta das mais diferentes formas... desde a origem a uma cor de pele... de um gosto musical ou até mesmo de um estilo de vida.
Tour de France é assim uma interessante abordagem - mais uma na extensa cinematografia francesa - não só à referida multiculturalidade que tão bem caracteriza o país mas também na potencial forma de redenção dessas duas - ou mais - França's deste já não tão novo século XXI e é graças à química recriada entre Sadek e Depardieu que insistentemente se tenta encontrar um rumo nos seus - de França - extremos esquecendo que é no equilíbrio e na ausência de preconceito que o mesmo sempre se irá encontrar.
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6 / 10
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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Al Berto (2017)

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Al Berto de Vicente Alves do Ó é uma longa-metragem portuguesa e a mais recente obra do realizador de Quinze Pontos na Alma (2011), Florbela (2012) e O Amor é Lindo... Porque Sim! (2016) agora centrado num período da vida do poeta Al Berto.
Verão de 1975. Al Berto (Ricardo Teixeira) regressa a Sines depois de uma temporada em Bruxelas e ocupa o antigo palacete da família onde passa a viver em comunidade com mais jovens da vila. Numa terra que agora vive a liberdade, Al Berto conhece João Maria (José Pimentão) por quem se apaixona. Num momento em que todos experimentam essa liberdade recentemente alcançada, estará a população à sua volta receptiva a aceitar o amor?
Com argumento também escrito pelo realizador tendo como base acontecimentos da vida do seu irmão João, Al Berto é o tal filme necessário que relata a história dentro da História. Privados de um cinema que transporte o espectador para as pequenas grandes histórias daqueles que compõem um imaginário colectivo - tantas vezes perdido - sobre as figuras maiores da História Portuguesa, este Al Berto entrega ao espectador um pequeno mas intenso relato sobre o poeta regressado a um país perdido nos caminhos de uma liberdade sem rumo. Os instantes iniciais de Al Berto em que o próprio conversa com uma prostituta - numa breve mas brilhante interpretação de Rute Miranda de quem, de imediato, me confesso fã - denunciam aquilo que poderemos - em certa medida - reter da história futura. "Al Berto" (o homem) chega a uma terra que conhece, que foi sua mas que pela força de um destino que agora começa a ser escrito está longe de ser aceite na sua totalidade pela mesma. "Al Berto" experimentou o mundo, a vida, a sua sexualidade, as suas amizades, os seus conhecimentos e até mesmo esse tal futuro já vivido noutros cantos da Europa ainda distante deste Portugal então recentemente descoberto. Desta forma, "Al Berto" é assim uma luz que insiste brilhar num canto escuro, ainda oprimido e onde a liberdade chega ainda com os pequenos grandes traços da ditadura que todos castrou. Brilhar por de mais (ou menos) poderá tornar-se assim no dilema que recusa aceitar mas com o qual se depara numa sociedade que agora pode dizer tudo... sem limites... sem fronteiras... mas que impede o próximo de viver a sua vida com igual liberdade.
Mas, se é a liberdade que serve de condutor para uma história centrada em meados da década de '70 neste tal Portugal recém enamorado pela mesma é, no entanto, o amor que acaba por comandar os destinos de todas as suas personagens. Sedentos de novas experiências e de uma vida que os fizesse alcançar o mundo - ainda que a partir da sua Sines natal -, o então grupo de jovens apaixonava-se pela ideia de poder viver a sua juventude, os seus amores e um ideal de liberdade que os levava à própria concepção de experimentar o amor. Saídos de um regime em que a manifestação de sentimentos era, também ela, mal vista pela sociedade e em que os papéis sociais eram previamente definidos pelas "normas" de então, agora encontram-se num período da sua vida - e da História - que permitia o amor sem barreiras, limites ou imposições pré-concebidas. Assim, se para "Sara" (Raquel Rocha Vieira) este amor parecia ser completo com a presença de "João Maria", ou para "Clara" com a hipótese de ser alguém, existe uma "Leonor" (Gabriela Barros) para quem essa noção de amor mais não é do que uma efeméride que nunca viveu, um "Duarte" (José Leite) que vive num limbo apenas confirmado mais tarde com "Cândida" (Mia Tomé). Mas, no entanto, é sobre a relação entre "João Maria" (José Pimentão) com "Al Berto" (Ricardo Teixeira) que tudo para acontecer e confirmar que o amor vem sempre acompanhado de uma certa tragédia (pessoal) que o impede de ser pleno.
No Portugal de então saído de uma violenta ditadura que acabou por colher a vida de muitos jovens - e outros tantos que tiveram de se transformar em adultos forçados muito repentinamente - "Al Berto" chega a uma vila de certa forma tradicional e onde a ideia de vida (ou de relação) prende-se às velhas normais instituídas como "correctas". Homem encontra mulher, homem casa com mulher. Homem e mulher têm filhos. Todos acabam por, de forma inconsciente, respeitar estas regras sociais que definem o bom comportamento e a "boa família". No entanto, "Al Berto" vai encontrar um "João Maria" por quem se apaixona imediatamente. As breves mas intensas trocas de olhares confirmam não só a imediata empatia entre ambos como uma atracção que se vê consumada com os momentos apaixonados que, mais tarde, a sociedade descobre e tenta reprimir por não serem "normais" esquecendo que no amor não existe a tal normalidade que anos de repressão insistiram em impôr como norma. Surge então no espectador a questão sobre a directa relação entre um amor que se quer normalizado como directa influência de uma liberdade que poderá (?) também ela, ser normalizada ou, ainda por outras palavras, onde difere a relação entre o regime ditatorial que vigorou no país em relação ao ideal de liberdade deste pós-25 de Abril que aparenta querer ser, também ela, autoritária e pouco respeitadora da individualidade de cada um?
É neste deambular de um ideal de liberdade e amor, de experimentação e de redenção que essa esperada liberdade chega, trazendo com ele todo um conjunto de inesperadas responsabilidades, perdas, lamentos e ainda que o amor (ou a sua vivência) compreende o afastamento de uma posse ou de uma certeza de ideal enquanto "relação"... diz-se algures que nem todas as relações sobrevivem a uma guerra... que aqueles dela vindos acabam por regressar enquanto pessoas diferentes. Em Al Berto confirma-se que também a liberdade pode com ela trazer transformações nas pessoas, nos seus sentimentos face ao mundo que anteriormente conheciam e, claro está, revela no âmago de cada um, o tal despertar de algo que desconhecia ou não se sentia capaz de admitir.
Assim, e como momento central de toda esta história, o espectador assiste ao crescer de uma relação afectiva e sentimental entre "Al Berto" e "João Maria" como cresce e se torna natural o amor entre duas pessoas quando livres do preconceito pré-estabelecido pelos demais - e no qual, em boa medida, poderão ter sido educados -, deixando-se levar pelo sentimento, pela cumplicidade, pela entrega mas também pelo ciúme, pela necessidade de posse ou mesmo pela vontade de pertença ao "outro" que surge como uma extensão do "eu". "Al Berto" e "João Maria" amam-se apaixonadamente e Alves do Ó filma-o não só pela sua condição romântica e afectiva mas também carnal que, uma vez mais, se assume uma como directa extensão da outra ou não será este amor sem barreiras a imediata condição de uma liberdade assumida?
Com um dom especial em contar histórias sobre aqueles que pisaram o Portugal anos antes do seu tempo devido - afinal, tal como Al Berto não foi Florbela Espanca um vulto maior do que o país que a recebeu -, Vicente Alves do Ó dinamiza toda esta história - real - com a verve necessária para que o espectador a sinta, a viva e a compreenda como um relato de duas almas apaixonadas que apenas a fatalidade e a incompreensão do tempo e da época poderiam impedir de viver. Abrilhantado com toda uma excelência técnica - da fotografia de Rui Poças que capta a luz e as sombras que emergem o espectador numa certa libertinagem (e não o uso de forma depreciativa) dos loucos anos '70 onde tudo era novidade (a liberdade de novo), ao guarda-roupa que compõe o ambiente, sem esquecer a magnífica (uma vez mais) música de Pedro Janela que confere um certo erotismo e sensualidade aos corpos que se deixam levar pela esperada folia da época - Al Berto é de facto uma história dentro da História à qual os actores conferem a alma que tantas vezes falta às personagens (aqui reais) de uma obra cinematográfica. Aqui não nos encontramos perante personagens inventadas fruto de uma qualquer imaginação que se deixou levar por breves momentos. Aqui o espectador encontra um conjunto de actores que incorporam almas daqueles que pisaram a História - que até a escreveram nas suas respectivas áreas - e cuja memória precisa necessariamente ser preservada na sua integridade. Ricardo Teixeira é brilhante como "Al Berto", o homem para lá do poeta, vertente esta que, no entanto, é uma constante na dinamização e presença da sua história. O homem que veio para viver a sua terra mas acabou por deixar-se ele próprio viver, que tentou reatar os laços com o seu espaço e experimentar a dinâmica de uma vida comunitária onde as amizades e as cumplicidades transformam um grupo de pessoas com quem privou na inesperada família com quem tudo partilhou. Intenso, vibrante e com um olhar penetrante, Teixeira assume neste seu primeiro - de muitos futuros - desempenhos cinematográficos a dinâmica necessária para que o espectador se recorde dele.
Al Berto tem ainda um conjunto de notáveis e reconhecidos actores como Elsa Valentim ou Rita Loureiro - como mãe do próprio realizador - mas são, no entanto, os mais jovens actores que se destacam de forma imediata nesta longa-metragem. Do "Zé" de Duarte Grilo que nunca deixou a terra e que agora também a quer viver ao máximo a um trio feminino composto por Ana Vilela da Costa - cuja "Clara" sonha em conhecer o mundo -, Gabriela Barros - cuja "Leonor" sabe não ter encontrado o mundo - e Raquel Rocha Vieira - cuja "Sara" compreende ter perdido o mundo -, a José Leite com o seu "pacificador" "Duarte", sem esquecer o excêntrico "Maria Belga" de João Villas-Boas como o elemento trágico e cómico pela sua capacidade de dar alma a alguém que deixou esse mundo para chegar a uma terra onde o futuro parece insistir em não chegar e ainda uma (muito) intensa Rute Miranda que, tal como "Al Berto", cedo compreende que está numa terra e num local que são pequenos demais para toda a sua alma é, no entanto, um extraordinário e emotivo José Pimentão que com o seu "João Maria" compõe aquela que é eventualmente a alma mais atormentada desta história. De relações aparentemente cortadas com um pai - Carlos Oliveira - que viveu uma vida dupla com outra mulher - Rita Loureiro - que não a sua mãe, afastado sentimentalmente de "Sara", aquela que até então se assumia como a sua cúmplice sentimental e agora apaixonado por um "Al Berto" recentemente chegado à terra, é através dos seus olhos que o espectador conhece não só o desejo como a mágoa, o amor como também o ódio, o carnal mas igualmente o lado sentimental e finalmente a compreensão de que para lá desse sentimento seria a perda que iria comandar o seu destino deixando por concretizar aquele que - percebemos nós - seria eternamente o seu grande amor.
Fluído e inteligente, erótico mas emocional, o Al Berto de Vicente Alves do Ó é para lá da história de um momento da vida de um poeta, uma homenagem ao amor e à liberdade, à sua íntima relação e à extrema necessidade do espectador em compreender que essa liberdade - para "mim" - não começa (ou termina) com a "sua" chegada mas sim com a confirmação de uma vida vivida no total respeito dos próprios sentimentos e afastado do peso do julgamento alheio e - para o "outro" - na compreensão de que a individualidade de cada um se afirma com igual respeito que lhe é merecido, devido e, como sua lógica conclusão, conquistado.
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" (...) someday when you're lonely,
Your heart will break as mine did (...)"
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