Sari Rosa de Maria José Anrubia é um documentário em formato de curta-metragem espanhol que informa o espectador sobre a condição da mulher na Índia. Num Estado dividido em castas - a primeira reservada aos intelectuais e sacerdotes, a segunda à classe política e militar, a terceira aos comerciantes e artesãos e a quarta e última aos servos e aos intocáveis -, a mulher encontra-se num estado considerado inferior pois ao nascer é imediatamente considerada um encargo para a família do qual esta só se livrará no dia em que casar.
Desta forma Sari Rosa apresenta-nos toda uma dinâmica de Estado em que a mulher mais não é do que um objecto de pouca utilidade - na perspectiva da sociedade - cujo único propósito é casar e poder assim validar a sua posição enquanto dona de casa sendo a condição de solteira uma provocação para a comunidade e principalmente para a família e todos os sinais de classificação social estão única e exclusivamente reservados à mulher desde o anel no dedo mindinho, a argola nos tornezelos ou até mesmo o ponto vermelho na testa.
Desta forma Sari Rosa apresenta-nos toda uma dinâmica de Estado em que a mulher mais não é do que um objecto de pouca utilidade - na perspectiva da sociedade - cujo único propósito é casar e poder assim validar a sua posição enquanto dona de casa sendo a condição de solteira uma provocação para a comunidade e principalmente para a família e todos os sinais de classificação social estão única e exclusivamente reservados à mulher desde o anel no dedo mindinho, a argola nos tornezelos ou até mesmo o ponto vermelho na testa.
É então que é apresentada também ao espectador a associação do Sari Rosa (gulabi - a cor), fundada por Sampat Pal, uma cor não associada à religião - como as demais - e que identifica aquelas mulheres que se tornam emancipadas do papel que a sociedade e a comunidade lhes reserva. O Gulabi Gang - como fora chamado - tenta assim proteger todas as mulheres vítimas de maus tratos e abusos físicos ou psicológicos reivindicando os seus direitos enquanto parte integrante de uma sociedade que as ignora ou não defende.
Ao espectador chega então a perspectiva de um Estado cuja economia é das consideradas emergentes neste século XXI mas que, ao mesmo tempo, tem ainda um longo passo a dar no que diz respeito à protecção dos Direitos Humanos de uma parte significativa da sua população, ou seja, as mulheres que são na sua maioria considerados como uma categoria inferior desprovida de direitos e cuja única função "possível" encontrada no Estado é a subserviência e a servidão.
Com fundamentos humanos e uma perspectiva interessante sobre o sub-continente indiano, Sari Rosa é um documentário que o espectador interessado nesta temática facilmente gostaria de ver mais e melhor desenvolvido.
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8 / 10
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