Convergência Alien de Rob Pallatina (EUA) apresenta um conjunto de personagens com incapacidades físicas originadas pelos mais diversos motivos incluindo ferimentos em combate e que testam métodos revolucionários de controlar, através da mente, um avião para missões em cenários de guerra evitando, dessa forma, a perda de vidas humanas. No entanto, é durante estes ensaios que a Terra se vê na rota do que parece ser um cometa mas que, afinal, são meteoritos que transportam vida alienígena que poderá ameaçar a existência da Humanidade tal como a conhecemos.
Há qualquer coisa de mórbido em todos nós que nos leva a ter um interesse quase doentio em todas e quaisquer histórias que se assemelhem àquilo que poderá ser o fim do planeta ou da sua vida - humana e não só - e que, por mais ou menos intensas, mais ou menos bem construídas ou mais ou menos credíveis nos faz querer assistir a todos os instantes que estas histórias e obras cinematográficas - estou a ser simpático - nos proporcionam. Mas, fosse esse o mal maior desta longa-metragem ou do argumento de Marc Gottlieb...
Alien Convergence inicia com todas as pequenas arrogâncias de um conjunto de profissionais que julgam conseguir obter nomeações aos Oscars à custa de uma obra que nem perfil tem para se aproximar dos Razzies. Das incoerências de narrativa que se apresentam desde os primeiros instantes e que não conferem qualquer tipo de credibilidade a qualquer uma das personagens ou que, na pior e quase sempre comum das hipóteses as transformam em pequenas versões snobs centradas no seu pequeno grande ego passando pela óbvia vontade (ou necessidade?!) em contar uma história repleta de um pequeno - muito pequeno - conteúdo que não consegue dignificar qualquer um dos géneros em que se pretende inserir... nem terror... nem ficção científica... nem drama. Nem tão pouco comédia "corredor" onde, rapidamente, o espectador se observa a caminhar mas ao qual não consegue encontrar a mais ínfima referência apesar de compreender que algo deste género só mesmo... com muito humor e engenho (não no melhor dos sentidos).
Se desta constante apatia, à qual estas personagens conseguem com tanto empenho inserir o espectador pouco se retira, não será menos correcto afirmar que as potenciais boas intenções que residem nas fragilidades físicas das personagens incutidas pelo argumento, cedo se transformam em grandes elementos de distracção que colocam o espectador a pensar que afinal... isto parece um qualquer "vale dos desesperados" e não necessariamente pessoas que tentam encontrar a sua validade quando tudo no mundo poderia querer colocá-los naquelas temidas "margens" onde a sua importância passou à História. Mas, se os seus contributos para os aperfeiçoamentos militares são no mínimo dúbias pela sua falta de coerência, é quando essa presença extra-terrestre se aproxima que finalmente compreendemos que todos, na Terra, são de facto incapazes mentalmente... o tal elemento que tentavam trabalhar para salvar vidas humanas e que, na realidade... a todos parece faltar. Dito isto, se o planeta parece finalmente cair face à ameaça exterior... o espectador compreende que antes já caíra às mãos de tantas incoerência... ligares comuns e sobretudo uma enorme arrogância que apenas os menos inteligentes parecem ter, convencidos de que descobriram o último engenho tecnológico.
Sobre a invasão alienígena... que importa ela na realidade? Absolutamente nada. Temos meteoritos que afinal não o são... vida extra-terrestre sob a forma de insectos gigantescos com os seus próprios planos de "world domination" - e que, na realidade, revelam ter mais QI do que qualquer humano por ali "espalhado" - e um conjunto de humanos que sobrevivem graças ao acaso... apenas faltaram os lugares comuns das "condições climatéricas adversas" para justificar a salvação da espécie... e tudo isto sem nunca esquecer os tão elaborados efeitos especiais que em mais do que uma ocasião deixam escapar o helicóptero telecomandado como um real no qual os "nossos" sobreviventes voam pelas paisagens semi-destruídas de uns Estados Unidos ocupados. Resultado final... a desgraça absoluta em algo que se anunciava ruinoso desde o primeiro instante.
Pobre, absurdo e mal executado em todas as frentes, Alien Convergence pode ser o tal exemplar daquilo que "nunca se deve fazer" quando se tenta criar algo diferente... Menos pode ser mais... aqui, essa regra não se confirmou... tudo é menos, e realmente tudo esteve a mais.
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