5:15 de Miguel Alcalde de la Fuente (Espanha) é uma curta-metragem que recupera elementos tradicionais do género do terror urbano colocando uma mulher numa situação problemática e ambígua sem que, no entanto, identifique o que está para lá daquilo que não consegue observar.
Laura regressa a casa. Numa noite escura onde enfrenta o caminho de forma solitária, são os pequenos recantos que a assustam. É quando já se encontra no seu prédio que, no entanto, chega o seu verdadeiro susto... Ao avariar o elevador em que ela segue, uma misteriosa figura masculina que não identifica com clareza oferece-lhe ajuda. Encontra-se Laura perante um inesperado salvador ou enfrenta a maior provação da sua vida ao recusar uma ajuda que poderá ser indesejada?
Aquilo que a curta-metragem de de la Fuente melhor não é necessariamente a originalidade do seu argumento pos qualquer um de nós mais atento poderá recordar uma ou duas obras em que esta temática específica já havia sido abordada mas, por sua vez, a forma como este género é recuperado e filmado com a classe de uma digna obra do género que recuperando todos os seus elementos tradicionais não esbarra no vulgar dando a cada uma destas personagens a esperada dimensão que permita ao espectador compreender que está perante um vilão e uma vítima da "velha guarda" não sem antes deixar presente a dúvida que... tudo poderá estar equivocado.
Encontramos de facto o vilão por detrás da porta? Será este realmente um vilão ou alguém certo no momento certo? Estará a vítima dentro daquela cabine? Existirá na verdade alguma vítima? Todas estas questões povoam a mente do espectador que, de forma inadvertida, altera o seu estado de mente perante as personagens - pelo menos perante uma delas -, lançando a suspeita sobre o "predador" - será? - que tão convenientemente se encontrava no local em que era necessário e que, rapidamente, poderá também ser visto como um bom samaritano - será? - prestes a ajudar a vizinha indefesa. Num mundo em que os perigos da urbe surgem mascarados com diversos disfarces, em que se pode realmente acreditar - ou a quem se pode realmente recorrer - quando a necessidade de auxílio surge num momento em que se está totalmente exposto, indefeso e vulnerável? Poderá existir auxílio depois daquela "porta" ser aberta?
E depois do espectador pensar sobre o que poderá estar a ser desenvolvido numa conversa sem aparente solução entre duas pessoas que, na realidade, não se conhecem e entre as quais não existe qualquer tipo de confiança ou de vontade em prestar e receber auxílio, surge ainda uma questão que se prende com a percepção de que o perigo - seja ele qual for - pode não terminar com o término daquele demorado e inconveniente instante.
Tenso e perspicaz... actual e envolvente... 5:15 reflecte sobre todos aqueles instantes que podem ser decisivos na vida de qualquer um de nós... Esse "nós" que nem sempre dá ouvidos à chamada "voz da consciência" que tão subtilmente nos avisa daquilo que poderá estar para lá do que é perceptível.
.Laura regressa a casa. Numa noite escura onde enfrenta o caminho de forma solitária, são os pequenos recantos que a assustam. É quando já se encontra no seu prédio que, no entanto, chega o seu verdadeiro susto... Ao avariar o elevador em que ela segue, uma misteriosa figura masculina que não identifica com clareza oferece-lhe ajuda. Encontra-se Laura perante um inesperado salvador ou enfrenta a maior provação da sua vida ao recusar uma ajuda que poderá ser indesejada?
Aquilo que a curta-metragem de de la Fuente melhor não é necessariamente a originalidade do seu argumento pos qualquer um de nós mais atento poderá recordar uma ou duas obras em que esta temática específica já havia sido abordada mas, por sua vez, a forma como este género é recuperado e filmado com a classe de uma digna obra do género que recuperando todos os seus elementos tradicionais não esbarra no vulgar dando a cada uma destas personagens a esperada dimensão que permita ao espectador compreender que está perante um vilão e uma vítima da "velha guarda" não sem antes deixar presente a dúvida que... tudo poderá estar equivocado.
Encontramos de facto o vilão por detrás da porta? Será este realmente um vilão ou alguém certo no momento certo? Estará a vítima dentro daquela cabine? Existirá na verdade alguma vítima? Todas estas questões povoam a mente do espectador que, de forma inadvertida, altera o seu estado de mente perante as personagens - pelo menos perante uma delas -, lançando a suspeita sobre o "predador" - será? - que tão convenientemente se encontrava no local em que era necessário e que, rapidamente, poderá também ser visto como um bom samaritano - será? - prestes a ajudar a vizinha indefesa. Num mundo em que os perigos da urbe surgem mascarados com diversos disfarces, em que se pode realmente acreditar - ou a quem se pode realmente recorrer - quando a necessidade de auxílio surge num momento em que se está totalmente exposto, indefeso e vulnerável? Poderá existir auxílio depois daquela "porta" ser aberta?
E depois do espectador pensar sobre o que poderá estar a ser desenvolvido numa conversa sem aparente solução entre duas pessoas que, na realidade, não se conhecem e entre as quais não existe qualquer tipo de confiança ou de vontade em prestar e receber auxílio, surge ainda uma questão que se prende com a percepção de que o perigo - seja ele qual for - pode não terminar com o término daquele demorado e inconveniente instante.
Tenso e perspicaz... actual e envolvente... 5:15 reflecte sobre todos aqueles instantes que podem ser decisivos na vida de qualquer um de nós... Esse "nós" que nem sempre dá ouvidos à chamada "voz da consciência" que tão subtilmente nos avisa daquilo que poderá estar para lá do que é perceptível.
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