Salazar, A Vida Privada de Jorge Queiroga é a adaptação ao cinema da mini-série de dois episódios que a SIC transmitiu em Fevereiro de 2009 com uma pequena variação no nome tendo sido o de televisão A Vida Privada de Salazar.
Dito isto há que falar do filme em si... Tendo visto a mini-série que passou na televisão e depois o filme, concluo que o filme ficou a perder algo. A diferença de duração dos mesmos também existe e ultrapassa os vários minutos que faz com que algumas situações do filme tão depressa chegam como... já passaram.
A história em si está interessante pois é curioso ver uma nova abordagem à vida do ditador português, sendo que no entanto o mostra como um homem carinhoso e afectivo, o que por si só também é algo "perigosa". Aqui a interpretação de Diogo Morgado está relativamente boa, bem como a sua caracterização para os anos em que representa a idade mais avançada do ditador.
Das restantes interprtações há apenas a realçar a de Soraia Chaves que dentro de todo o leque consegue ser agradável e a quase afirmção de Filipe Vargas no papel do Cardeal Cerejeira sedo que esta em última análise ficou muito por desenvolver. As demais interpretações quase que acabam por ser meramente decorativas e sem luz própria limitando-se apenas a "estar lá".
Ainda no que diz respeito às interpretações arrisco-me a dizer que de cinema pouco têm... Em muitos momentos parece que estamos a assistir a uma peça de tele-teatro pois as falas são ritmadas ao passo de ora falas tu ora falo eu.
Aqui nas interpretações, bem como no ritmo da história, o filme perdeu um pouco na transposição de televisão para o cinema. Temos interpretações quase "telenoveleiras" e não de uma produção cinematográfica. Não é necessariamente mau pois a mini-série esteve bem conseguida mas, para cinema, o filme perde algum do seu impacto.
A banda-sonora... Digamos que poderia ter sido logo à partida repensada. Pobre.. muito pobre... e é a sonoridade apropriada se estivessemos a ver um filme passado num cabaret. Não sobre o que é.
Temos uma boa fotografia. Temos um bom cenário e guarda-roupa de época. Temos uma razoável caracterização do actor Diogo Morgado, mas o filme em si está longe de ser aquilo que poderia ter sido feito, mesmo que apenas diga respeito à vida pessoal e sentimental do ditador português. Poderia ter ido mais longe e bem mais consistente.
Quanto ao Diogo Morgado e devido ao impacto que irá ter no próximo ano por participar num filme com o Al Pacino, Jessica Lange e Peter O'Toole está quase óbvio que será um dos nomeados aos Globos de Ouro, mais que não fosse também por este filme ser uma produção da SIC e os referidos prémios serem entregues pela... SIC (apesar do suposto voto popular... o mesmo que deu a vitória ao Aquele Querido Mês de Agosto em vez de ao Amália este ano).
6 / 10
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