Ermo de Rafael Calisto Silva é uma curta-metragem portuguesa filmada a preto & branco que nos remete para a temática da solidão que, arrisco dizer, é abordada de forma experimental onde o poder da imaginação e da dedução são predominantes.
Ao longo dos breves minutos desta curta-metragem acompanhamos primeiro a figura esbatida de um rapaz que cava incansavelmente como se preparasse a sua última morada. A sua figura nunca é nítida como se estivesse, aos poucos, a desaparecer. Aos poucos encontramos também a figura de uma mulher que, tal como o anterior, não é perceptível e preparasse também ela o seu fim.
Divagamos entre o nada, o fim e um vislumbre de morte que acompanha estas figuras que são, a cada passo, cada vez mais ausentes, mantendo ainda a incapacidade de olhar para a câmara ou para um ambiente que os rodeie.
Com um interessante trabalho de fotografia que apenas nos permite "ver" aquilo que a nossa imaginação deduz das imagens esbatidas e desfocadas, e claro através da sugestão que o título da mesma nos proporciona, este filme merecia ainda assim, um maior desenvolvimento que nos confirmasse (ou não) esse seguimento de raciocínio.
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6 / 10
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muito obrigado!
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