O Último Desafio de Kim Jee-woon é um dos filmes mais aguardados do momento não por um qualquer argumento entusiasmante mas sim por trazer de novo ao cinema de acção um nome que há muito havia dele desaparecido.
Arnold Schwarzenegger regressa àquilo que sempre soube fazer... bons e ritmados filmes de acção. Aqui interpreta Ray Owens, o xerife de Sommerton Junction, uma pequena povoação junto à fronteira com o México onde nada acontece além de um ocasional distúrbio proveniente de alcoól em excesso.
Quando após uma espectacular fuga ao FBI, Gabriel Cortez (Eduardo Noriega) um poderoso lider de um cartel de droga, decide cruzar a fronteira para o México a partir daquela pequena vila e escapar assim a uma longa estadia na prisão, ninguém imaginaria que um polícia deslocado do seu espaço natural e uma equipa de inexperientes polícias iria fazer-lhe frente.
De argumento este filme pouco "sumo" tem limitando-se a ser mais uma história de um criminoso que a todos assusta se evadir da prisão numa elaborada, ambiciosa e bem sucedida fuga. Mas sejamos honestos... Muito do potencial sucesso que este filme possa ter deve-se, única e exclusivamente, ao regresso de Schwarzenegger aos grandes ecrãs após a sua longa ausência enquanto foi governador da California. É certo que não perdeu o jeito e que ainda nos consegue agradar o facto de, mesmo não estando em forma como anteriormente, conseguir ainda assim impressionar-nos com a sua presença. Não tem uma participação emocionante como em outros títulos do género, nem tão pouco a sua personagem é desenvolvida ao ponto de sabermos qual o seu passado e os seus "porquês" ou tão pouco como aquelas a que nos habituou noutros tempos mas, ainda assim, é impossível ficar-lhe indiferente.
De Forest Whitaker que aqui interpreta o agente do FBI que tem como única missão capturar "Cortez" pouco de abonatório se pode dizer. Com uma interpretação apagada e que vive na sombra de todo o filme, percebemos claramente que o único intuito que teve de participar neste filme foi o ter eventualmente a hipótese de um cheque chorudo e uma oportunidade de revitalizar uma carreira que se sente apagada desde os dias do glorioso O Último Rei da Escócia. E de Eduardo Noriega que já nos presentesou com intensas intepretações em filmes como Tese e O Lobo, só se pode dizer que este foi mais um filme onde tenta alcançar um mercado norte-americano mas de onde não passará. Desprovido de qualquer intensidade dramática e remetido apenas ao habitual trato dos actores "hispano-hablantes", Noriega precisa urgentemente de voltar ao cinema espanhol onde tem entregue sólidos e bem sucedidos desempenhos.
Dos restantes actores pouco há a registar além da presença de Johnny Knoxville numa participação secundária quase "especial", e que não tendo mais dinamismo no filme acaba por ser capa de cartaz ao contrário dos demais, numa clara promoção do "filho da casa".
É um filme simpático se pensarmos nele apenas e só como um filme de acção e entretenimento feito com esse intuito e que, ao mesmo tempo, deve toda a sua existência ao regresso de um Schwarzenegger que, não estando ainda em forma absoluta (irá estar?), é a força motora de todo este trabalho que tão depressa aparece como igualmente irá desaparecer. Para os fãs incondicionais do Arnie ou para aqueles que pretendem um filme mais ritmado este é o filme ideal. Mas, desde que não se esqueçam que este é, apenas e só, um filme de entretenimento... e nada mais.
.
6 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário