Somewhere - Algures de Sofia Coppola, e que marca a sua última prestação atrás das câmaras, e foi o filme que saiu vencedor do Leão de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Veneza, cujo argumento é também da autoria da realizadora.
Johnny Marco (Stephen Dorff) é um dos actores do momento que vive uma aparente vida de luxos e excessos num requintado hotel. Entre os seus projectos profissionais, frequenta festas onde o alcoól e as mulheres são uma constante.
Quando Cleo (Elle Fanning), a sua filha de onze anos, é deixada pela mãe no hotel em que Johnny se encontra, a vida de ambos é radicalmente alterada mostrando não só uma proximidade e cumplicidade crescente entre ambos como também a forma como a chegada de Cleo o influencia profundamente de forma a reconsiderar toda a sua vida profissional como principalmente a pessoal que tem sido, até então, livre de qualquer responsabilidade paternal.
Se considerar que este foi o filme sucessor da grande obra Marie Antoinette na filmografia de Sofia Coppola, é no mínimo justo afirmar que as expectativas para este filme estavam bastante altas e o prémio maior no Festival de Veneza apenas as vieram confirmar. Se a isto juntarmos que recupera Stephen Dorff de uma carreira que nos últimos anos se tinha vindo lentamente a apagar ou que se encontrava presa a interpretações secundárias em filmes menores escondendo assim um talento que lhe era indiscutível desde filmes como O Poder de Um Jovem, ou a presença de Elle Fanning, uma jovem actriz que tem vindo lentamente a afirmar-se como um dos novos nomes a reter no futuro, então estamos perante um daqueles filmes que "avisa" ser algo de grandioso.
No entanto, e apesar de uma sentida química e empatia entre estes dois actores protagonistas que dividem a participação no ecrã quase a tempo inteiro, o que é certo é que falta ao mesmo tempo criar alguma desta química com o público à semelhança do que acontece com Lost in Translation, outra obra emblemática da realizadora. Enquanto em Lost in Translation esperamos a cada momento poder devorar mais um dos momentos ternos e de proximidade entre o par protagonista que, não mantendo nenhuma relação física íntima partilham um mesmo espírito e pensamento, aqui percebemos de facto que a vida de "Johnny" apesar de preenchida de luxo é essencialmente vazia e desprovida de uma ligação real com alguém que represente algum tipo de elo com a realidade mas ao mesmo tempo não conseguimos com ele criar nenhum tipo de empatia. No fundo ele (de)tem tudo sem, no entanto, conseguir usufruir em benefício próprio ou estabelecer com os outros algum tipo de relação que o ligue "de facto" ao outro. É apenas a chegada da sua filha que adora mas com a qual pouco convive que vai finalmente conseguir estabelecer esse tipo de relacionamento.
Tudo isto é de facto muito bonito e, apesar de nos apercebermos deste tipo de comportamento deficitário, não deixa igualmente de ser verdade que não conseguimos ainda assim estabelecer a relação empática com a personagem para nos podermos identificar ou relacionar com a história e, principalmente, com o seu drama pessoal.
Dotado de uma banda sonora emblemática, aliás como todas as obras de Sofia Coppola, e com momentos cinematográficos esteticamente brilhantes que o poderiam tornar num filme de culto, este Somewhere faz juz ao seu nome limitando a ficar algures perdido longe daquilo que poderia ter sido...de facto.
.Johnny Marco (Stephen Dorff) é um dos actores do momento que vive uma aparente vida de luxos e excessos num requintado hotel. Entre os seus projectos profissionais, frequenta festas onde o alcoól e as mulheres são uma constante.
Quando Cleo (Elle Fanning), a sua filha de onze anos, é deixada pela mãe no hotel em que Johnny se encontra, a vida de ambos é radicalmente alterada mostrando não só uma proximidade e cumplicidade crescente entre ambos como também a forma como a chegada de Cleo o influencia profundamente de forma a reconsiderar toda a sua vida profissional como principalmente a pessoal que tem sido, até então, livre de qualquer responsabilidade paternal.
Se considerar que este foi o filme sucessor da grande obra Marie Antoinette na filmografia de Sofia Coppola, é no mínimo justo afirmar que as expectativas para este filme estavam bastante altas e o prémio maior no Festival de Veneza apenas as vieram confirmar. Se a isto juntarmos que recupera Stephen Dorff de uma carreira que nos últimos anos se tinha vindo lentamente a apagar ou que se encontrava presa a interpretações secundárias em filmes menores escondendo assim um talento que lhe era indiscutível desde filmes como O Poder de Um Jovem, ou a presença de Elle Fanning, uma jovem actriz que tem vindo lentamente a afirmar-se como um dos novos nomes a reter no futuro, então estamos perante um daqueles filmes que "avisa" ser algo de grandioso.
No entanto, e apesar de uma sentida química e empatia entre estes dois actores protagonistas que dividem a participação no ecrã quase a tempo inteiro, o que é certo é que falta ao mesmo tempo criar alguma desta química com o público à semelhança do que acontece com Lost in Translation, outra obra emblemática da realizadora. Enquanto em Lost in Translation esperamos a cada momento poder devorar mais um dos momentos ternos e de proximidade entre o par protagonista que, não mantendo nenhuma relação física íntima partilham um mesmo espírito e pensamento, aqui percebemos de facto que a vida de "Johnny" apesar de preenchida de luxo é essencialmente vazia e desprovida de uma ligação real com alguém que represente algum tipo de elo com a realidade mas ao mesmo tempo não conseguimos com ele criar nenhum tipo de empatia. No fundo ele (de)tem tudo sem, no entanto, conseguir usufruir em benefício próprio ou estabelecer com os outros algum tipo de relação que o ligue "de facto" ao outro. É apenas a chegada da sua filha que adora mas com a qual pouco convive que vai finalmente conseguir estabelecer esse tipo de relacionamento.
Tudo isto é de facto muito bonito e, apesar de nos apercebermos deste tipo de comportamento deficitário, não deixa igualmente de ser verdade que não conseguimos ainda assim estabelecer a relação empática com a personagem para nos podermos identificar ou relacionar com a história e, principalmente, com o seu drama pessoal.
Dotado de uma banda sonora emblemática, aliás como todas as obras de Sofia Coppola, e com momentos cinematográficos esteticamente brilhantes que o poderiam tornar num filme de culto, este Somewhere faz juz ao seu nome limitando a ficar algures perdido longe daquilo que poderia ter sido...de facto.
5 / 10
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