sexta-feira, 25 de março de 2011

Drag Me to Hell (2009)

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Até ao Inferno de Sam Raimi tornou-se num alvo de curiosidade instantâneo de todos aqueles que admiram a obra deste realizador do fantástico que já nos prendeu com as interessantes e surreais obras como é o caso de A Noite dos Mortos Vivos onde o terror e a comédia grosseira e macabra se entrecruzam numa linha muito ténue (se é que existente).
Neste Até ao Inferno, a junção tanto do terror como da comédia macabra voltam a ser a imagem de marca que tão bem caracteriza o realizador e que igualmente bem nos deixam não só a vontade de rir como de repulsa por aquilo a que assistimos.
Com esta história "travamos" conhecimento com Christine (Alison Lohman), uma jovem e simpática funcionária de um banco que pretende conseguir aquela tão ambicionada promoção e poder garantir um nível de vida melhor.
O seu patrão indeciso entre ela e o seu colega (que a própria vai ensinando) diz-lhe que tem de ser mais dura e conseguir tomar atitudes mais determinadas para poder estar em consideração para tal posição.
Christine determinada tem pela frente a sua grande prova de fogo com Sylvia Ganush (Lorna Raver) que com uma postura muito humilde e em desespero lhe pede que reconsidere a penhora à sua casa. É com ela que Christine resolve tornar-se firme e sem tanta sensibilidade como até então aparentava e assim mostrar que é tão válida como qualquer outro para assumir aquele lugar de chefia.
Aquilo que Christine não sabia é que Sylvia tinha outros planos para ela, e que não iria desistir enquanto não a conseguisse literalmente, arrastar até ao Inferno através de uma praga que lhe iria lançar.
Aquilo que há de essencialmente muito positivo a reter deste filme são os momentos entre Sylvia Ganush e Christine que são não só assustadores devido ao extraordinário trabalho de caracterização que a actriz Lorna Raver (Ganush) tem, mas também pelo facto de a interacção entre estas duas actrizes conseguir ser em muitos momentos simplesmente... nojenta e asquerosa. E digo isto não pelo facto de estarem mal feitas mas por em diversas ocasiões me fazer lembrar muito vivamente momento em que a Linda Blair n'O Exorcista se lembrava de vomitar o próprio intestino...
Estes mesmos momentos que são, não só os mais incomodativos do filme como também aqueles que conseguem criar realmente aquele ambiente de "terror" que é tão esperado neste género.
Por outro lado temos algo muito característico em muitos dos filmes de Raimi, e que acaba por se tornar num factor que dá uma certa ligeireza ao terror, que é a comédia que surge nos momentos mais "inapropriados". Aqui temos isso bem presente na sessão espírita onde, não só já bastava ver uma cabra possuída (sim, literalmente... uma cabra), ainda tinhamos de ver um humano possuído e a dançar sapateado em pleno ar... Fred Astaire step aside...
Quanto ao final, algo esperado e que não irei revelar, acaba por ser o único aspecto do filme que me desiludiu por maior... Esperava uma qualquer reviravolta que marcasse o filme ainda mais pela positiva, ao contrário de um desfecho que antes de acontecer já nós percebemos o que se vai passar. É com o final que o filme acaba por ter um pouco a "perder" pois perde aquilo que poderia torná-lo num dos grandes filmes do género... o efeito surpresa.
Ainda assim é um óptimo exemplar do terror grotesco e do suspense que não se deve perder... E para o confirmarem encontram aqui o trailer do filme.
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7 / 10
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