sexta-feira, 4 de março de 2011

Mon oncle (1958)

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O Meu Tio de e com Jacques Tati no papel de Monsieur Hulot, filme vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro em 1959 transporta-nos para um mundo que se avizinhava moderno e depende de todo o tipo de maquinarias e ritmos programados para o qual nem todos estavam preparados ou interessados em pertencer.
Vindo da sua modesta casa e de visita à sua família Hulot (Tati) descobre que a sua irmã, cunhado e sobrinho vivem num paraíso ultra-moderno onde para tudo existe um interruptor ou uma qualquer funcionalidade disponível.
No entanto, aquilo que a sua família não sabe (ou não quer) é que existe muito mais para além dos seus apetrechos mecanizados, nomeadamente as relações entre humanos e especialmente entre a família que deveriam, essas sim, ser valorizadas para além de qualquer bem material.
Tendo ou não ganho um Oscar (importante à sua medida) e contra a opinião de muitos puristas que possivelmente não irão gostar desta minha observação, acho  este filme extremamente complicado de assistir e menos ainda de o apreciar.
É certo que um filme não precisa de ter grandes diálogos existencialistas para poder transmitir uma mensagem digna de captar a nossa atenção mas, no entanto, passar o filme praticamente todo apenas com música para ilustrar os momentos que vamos presenciando é, no mínimo, desgastante.
Que o filme tem a sua mensagem, como anteriormente referi, tem. Que tem os seus momentos engraçados, sem dúvida que sim. E consegue entregá-los ao espectador de uma muito simples e eficaz forma que os torna deveras deliciosos mas... ao mesmo tempo... uma boa parte do filme consegue ser difícil de digerir não só pela duração "excessiva", como também pela ausência de soms à excepção, claro está, daqueles provocados pela música e por uma ou outra acção que alguma das personagens tenha.
Não que seja um filme mau, mas não será também um filme que me deixe completamente satisfeito e alegre por assistir na medida em que muitos dos longos e longos minutos de exibição foram, para mim, algo complicados de digerir.
Mas teve os seus momentos bons e agradáveis... Aquelas sequências iniciais com os cães são deliciosas de assistir... Uma ou outra trapalhada com Hulot dão realmente vontade de sorrir. Apenas não se trata de um filme que, globalmente, me tenha deixado impressionado ou sequer com vontade de o repetir.
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6 / 10
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