quinta-feira, 2 de julho de 2015

The Marine (2006)

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O Marine de John Bonito é uma longa-metragem norte-americana de ficção e o típico filme de sexta-feira à noite que não adiantando nada de novo ao panorama cinematográfico não deixa, no entanto, de constatar naquelas listas de filmes que não sendo obras de arte conseguem por sua vez entreter o espectador mais descrente.
John Triton (John Cena) é um Marine condecorado que regressa a casa depois da sua dispensa contra vontade vindo do último conflito no Iraque. Já nos Estados Unidos e tendo como único passado o serviço militar, John encontra-se agora na difícil situação de tentar uma vida civil normal com um trabalho possibilitando assim a construção da sua própria família.
No entanto, nem tudo é simples e quando pensa estabelecer a sua vida - e umas férias - com Kate (Kelly Carlson), a sua mulher, Rome (Robert Patrick) um criminoso com quem se cruza rapta-a obrigando John a uma persguição sem limites pelos pântanos e floresta da Carolina do Sul.
Fazer um comentário a um filmes destes faz com que qualquer crítico de cinema queira dizer mais do que aquilo que ele realmente merece, ou seja, os pontos negativos são em quantidade tão vasta que não se sabe bem por onde começar. No entanto, o mais simples é dar início referindo a pobreza do argumento de Michell Gallagher e Alan McElroy que se prendem unicamente com um conjunto de lugares comuns que cativam todo um público sulista louco e dependente de armamento para quem este filme irá com toda a certeza fazer valer o tempo que se sentaram na sala de cinema. Desde o típico herói de guerra americano que regressa a casa para encontrar um sem número de situações e momentos com os quais não se identifica sem esquecer a sua inaptidão para um novo trabalho para o qual não se encontra preparado e ainda as suas memórias do tempo e esforço que dedicou a servir o seu país a nível militar, John Cena - o actor principal - é o típico "bruto sem miolos" que afinal os tem e não vai desistir de provar - mais que não seja a si próprio - que ainda está vivo e de boa saúde.
Cena por muito empenhado que esteja na defesa da sua interpretação e da sua personagem, revela rapidamente ser um peixe fora de água no que diz respeito à credibilidade com que apresenta o seu "John Triton" mas, ainda assim, consegue ser a grande mais valia deste filme que se torna risível desde muito cedo. As piadas "sem piada" e as vítimas que não o são tornam-se por demais óbvias desde o primeiro instante revelando-se ser apenas ou "boazonas" ou "durões sem mioleira" que disparam contra tudo e todos mesmo quando o objectivo é permanecer anónimo para conseguir fugir... Seriously... who does that?!
Robert Patrick que é possivelmente o rosto mais conhecido a nível interpretativo deste filme não conseguiu, também ele, regressar ao nível do estrelato que lhe conferiu Terminator 2 -Judgment Day ou tão pouco a qualidade interpretativa presente em Copland mantendo-se apenas um escassa chama da sua gélida interpretação do filme com Schwarzenegger do qual ainda hoje é vítima da piadola também presente em The Marine. Com a qualidade a "zeros" e o intenso trabalho que efectua apenas para justificar o próximo cheque e mostrar que ainda se mantém vivo, a grande pergunta que o espectador faz é... não valia mais estar quieto e encostar-se a um canto?! Patrick está uma sombra gasta daquilo que em tempos prometeu ser, e a este ritmo... não lhe auguro boa continuação.
No final o que resta deste filme? Muito pouco... os lugares comuns e as piadas óbvias quer de cariz sexual quer de cariz macho man abundam e todos tentam provar que são melhores que o vizinho do lado - e na prática até podem ser - e os argumentistas tiveram ainda o cuidado de meter ao barulho um polícia justiceiro que afinal pode não ser tão justo assim, deixando toda a execução da dita justiça às mãos de Cena que, na prática, parece mesmo o exterminador justiceiro prestes a entrar em acção com o trunfo de resistir a tudo mesmo não sendo um ciborg de metal.
Se The Marine é mau?! Claro que é... mas é nesse mesmo factor que reside o seu maior potencial. Será que alguém vai assistir a este filme com o pensamento de que vai ter aqui o próximo sucesso a nível de qualidade? Obviamente que não - assim o espero -, mas não é menos verdade que que é o tipo de filme que funciona quando o espectador não quer pensar em absolutamente em nada - ou tão pouco emocionar-se com os acontecimentos - ficando apenas com as pipocas na mão e o sumo na outra a ver um filme que sai mais depressa da cabeça do que aquela com que lá entrou. Por outras palavras, The Marine é um filme tão oco... mas tão oco... que sem ter graça nenhuma não deixamos de nos divertir a vê-lo, remetendo-se ao mesmo tempo para aquele conjunto de filmes que todos adoramos ver mas nenhum de nós o admitirá publicamente porque fica mal na "ficha".
Se a tudo isto juntarmos um John Cena sem qualquer expressão facial, Robert Patrick que parece já ter contribuído para também deixar de as ter - Hello botox! - uma Kelly Carlson que se lembrou de inalar hélio como se fosse água e uma Abigail Bianca - what?! - que quer a todo o custo ser a vilã boazona... então temos The Marine como aquele filme que tem tudo para correr mal... que realmente correu.
Ainda assim, e por muito que custe a acreditar a qualquer um de nós... Diverte... E no final, quando nos propomos a ver tão "obra", o que interessa é se ele cumpriu o seu propósito... e cumpre... mal, mas cumpre.
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3 / 10
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