No Hay Fantasmas, de Nacho Solana (Espanha) é uma das curtas-metragens seleccionadas em competição na secção Cantábria da mais recente edição do Festival Internacional de Cine de Piélagos a decorrer na Cantábria até ao próximo dia 20 de Maio.
Andrea (Catalina Sopelana) é uma jovem com uma função muito especial. Ela consegue escutar o que sussurram os pequenos fenómenos paranormais dos quais os outros apenas observam breves manifestações. Mas Andrea insiste que não são fantasmas...
Num breve instante em que visita uma casa para fazer a "comunicação" entre uma mulher desesperada e cuja casa tem sido local para a manifestação de alguém que já partiu para uma outra dimensão, "Andrea" sente um conflito interno primeiro por conseguir transmitir algum sossego a esta mulher que parece não conseguir resistir ao que sente e pressente mas também, e talvez principalmente, porque este caso parece manifestar-se também nela de forma diferente do que aqueles que até então havia presenciado.
As casas, dizem, são perfeitos receptáculos daqueles que nelas habitam. É ali que se formam famílias, memórias, alegrias e tristezas que compõem lares onde toda uma história individual se manifesta com o passar dos anos. É isto que "Andrea" acaba por sentir cada vez que entra num local e tenta, à sua maneira, resolver problemas que ficaram para trás ou pequenos palavras que ficaram por dizer. Por vezes nem sempre as melhores, como aqui acabamos por assistir mas, ao mesmo tempo, são aquelas que sem prejudicar vivos ou a memória dos mortos representam o sossego, talvez eterno, para ambas as partes. A grande questão que é colocada à personagem interpretada por Catalina Sopelana é se ela será capaz de encerrar este capítulo onde perpetuá-lo sem saber as suas consequências ou futuro...
Com uma premissa interessante sobre o que está para lá da vida terrena, o argumento de Jordi Fraga parece fragilizar-se quando pretende revelar mais sobre a história de "Andrea" através daquilo que ela faz e do "serviço" que está naquele momento a realizar naquela casa. O espectador compreende que a sua história está muito para lá daquilo que nos é revelado e que seria eventualmente interessante contextualizar mais esse passado por contar - difícil claro se considerarmos que estamos perante uma curta-metragem onde tudo tem de ser contado em breve minutos -, e que no fundo deixa todo uma estrada em aberto permitindo a imaginação deambular por caminhos que, provavelmente, nem seriam aqueles disponíveis para a história da protagonista. Num limbo entre o que é e aquilo que poderia ser, a curta-metragem deixa pairar um seu próprio fantasma... aquilo que será o passado de "Andrea" e o que a levou a ser, tal como nos é apresentada, um pária num mundo indisponível para ouvir as histórias que tem por contar... a sua... e principalmente as daqueles que já partiram para um qualquer outro lugar e que deixaram os seus "ecos" para trás.
.Andrea (Catalina Sopelana) é uma jovem com uma função muito especial. Ela consegue escutar o que sussurram os pequenos fenómenos paranormais dos quais os outros apenas observam breves manifestações. Mas Andrea insiste que não são fantasmas...
Num breve instante em que visita uma casa para fazer a "comunicação" entre uma mulher desesperada e cuja casa tem sido local para a manifestação de alguém que já partiu para uma outra dimensão, "Andrea" sente um conflito interno primeiro por conseguir transmitir algum sossego a esta mulher que parece não conseguir resistir ao que sente e pressente mas também, e talvez principalmente, porque este caso parece manifestar-se também nela de forma diferente do que aqueles que até então havia presenciado.
As casas, dizem, são perfeitos receptáculos daqueles que nelas habitam. É ali que se formam famílias, memórias, alegrias e tristezas que compõem lares onde toda uma história individual se manifesta com o passar dos anos. É isto que "Andrea" acaba por sentir cada vez que entra num local e tenta, à sua maneira, resolver problemas que ficaram para trás ou pequenos palavras que ficaram por dizer. Por vezes nem sempre as melhores, como aqui acabamos por assistir mas, ao mesmo tempo, são aquelas que sem prejudicar vivos ou a memória dos mortos representam o sossego, talvez eterno, para ambas as partes. A grande questão que é colocada à personagem interpretada por Catalina Sopelana é se ela será capaz de encerrar este capítulo onde perpetuá-lo sem saber as suas consequências ou futuro...
Com uma premissa interessante sobre o que está para lá da vida terrena, o argumento de Jordi Fraga parece fragilizar-se quando pretende revelar mais sobre a história de "Andrea" através daquilo que ela faz e do "serviço" que está naquele momento a realizar naquela casa. O espectador compreende que a sua história está muito para lá daquilo que nos é revelado e que seria eventualmente interessante contextualizar mais esse passado por contar - difícil claro se considerarmos que estamos perante uma curta-metragem onde tudo tem de ser contado em breve minutos -, e que no fundo deixa todo uma estrada em aberto permitindo a imaginação deambular por caminhos que, provavelmente, nem seriam aqueles disponíveis para a história da protagonista. Num limbo entre o que é e aquilo que poderia ser, a curta-metragem deixa pairar um seu próprio fantasma... aquilo que será o passado de "Andrea" e o que a levou a ser, tal como nos é apresentada, um pária num mundo indisponível para ouvir as histórias que tem por contar... a sua... e principalmente as daqueles que já partiram para um qualquer outro lugar e que deixaram os seus "ecos" para trás.
7 / 10
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