Um Lugar Assustador de Shelli Ryan conta-nos a história de uma família dos subúrbios que se atravessa com o imininte divórcio do casal. Pelo meio temos uma criança (DeMarco) que se refugia numa história em que tem um zombie dentro do armário que o persegue para matar.
Brilhante em termos de fotografia. Cria um calmo ambiente suburbano num tenso e claustrofóbico espaço onde a noite e as sombras quase ganham uma vida própria. Não necessita assim de grandes artifícios sobre o que pode ou não causar-nos de facto medo, fazendo com que aquilo que nos aterroriza é mais o que não vemos mas suspeitamos existir do que propriamente aquilo que lá está.
Temos então assim um filme que nos retrata o escape criado por uma criança enquanto atravessa o psicologicamente violento divórcio dos pais, ao mesmo tempo que sofre abusos e violência física por parte daqueles a quem a mãe o confia.
Com imenso potencial para se tornar um bom filme do género, este Um Lugar Assustador o que de melhor consegue é criar alguma tensão e deixar-nos na dúvida se de facto o zombie existe mesmo ou não (as referências estão todas lá), mas por sua vez falha em todos os outros aspectos.
Temos as discussões entre o casal mas nenhuma delas consegue ter suficiente credibilidade dramática. Temos o efeito de tensão (não de terror) mas que no final do filme se dissipa drasticamente criando quase uma situação não de comédia mas que achamos ser totalmente desnecessária.
Sem o revelar, mas o final também não nos adianta em nada. Temos uma semi-resolução do problema, mas na essência ele continuará lá. Assim, à excepção da interpretação de DeMarco que para a sua idade elaborou um papel francamente bem conseguido, tal como o trabalho de fotografia de Tom Hejda o filme falha em muitos aspectos ao deixar algumas personagens por se desenvolver limitando-se quase a ser meras aparições especiais. Mas também não deixa de, por momentos, criar alguns razoáveis momentos de tensão.
4 / 10
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