Os Condenados de Shawshank de Frank Darabont é simplesmente na minha opinião um dos melhores filmes de todos os tempos.
Começa logo em primeiro lugar por ter dois bons actores Tim Robbins e Morgan Freeman, este último que afirmo sem qualquer pudor ser o meu actor preferido, algo em que este mesmo filme contribuiu e muito.
A história, que a grande maioria já deve conhecer, e se não é o caso SHAME ON YOU, é do mais tocante, dramático e emocionante que se pode sequer imaginar, especialmente se considerarmos que o autor da mesma é o mestre do terror Stephen King que normalmente só escreve livros de terror onde há sempre um qualquer monstro vindo do espaço ou de qualquer outro local que seja e que vem aterrorizar as pobres mentes dos mortais. Aqui não. Aqui a história centra-se inicialmente num homem acusado de ter morto a sua mulher após descobrir que esta o traía com outro homem. Acusado não só pela suspeita como também pela falta de emotividade durante o seu julgamento.
Tim Robbins tem no decurso deste filme algumas observações que são de facto de reflectir. Que não se enganem, todo o filme serve como uma boa base de reflexão, mas há sempre um ou outro momento que nos deixam mais propícios a fazê-lo. Um deles é quando na nova biblioteca da prisão diz a Red, personagem interpretada por Freeman, que no exterior era um homem decente, e que havia sido preciso ir para a prisão para se tornar corrupto, numa breve alusão ao trabalho de contabilidade que fazia para o director do estabelecimento prisional. Esta frase serve como reflexão não só pelo seu próprio conteúdo, como também serve de ligação a inúmeros outros momentos no filme. Um deles, à sua própria humanidade que enquanto homem livre era inexistente e que agora ali preso se depara de caras com ela. Foi também na prisão que Dufresne (Robbins) encontra o primeiro verdadeiro grupo de amigos. Aqueles que estão dispostos a estar ao seu lado e aqueles em quem ele confia e que sabe ser também alvo da sua confiança, admiração e respeito.
Mas ali naquela prisão encontrou não só a sua própria humanidade, não só os seus primeiros verdadeiros amigos, mas também a temática principal do filme: a Esperança. Foi esta esperança que nunca teve, que em ninguém encontrou e que em nada tinha que conseguiu alcançar enquanto preso. Foi esta esperança que o fez conseguir ultrapassar anos numa prisão onde foi alvo de inúmeras torturas físicas e psicológicas e onde toda a sua dignidade lhe foi negada.
Outros grandes momentos passam pela memória após termos vistos este magnífico filme. A saída de Brooks (excelente James Whitmore) da prisão, as suas relexões e o seu brutal suicídio. A fuga de Dufresne da prisão é para mim uma das mais bem elaboradas de toda a história do cinema, para não arriscar dizer a melhor de sempre. Emocionante, agonizante mas com a componente principal do filme sempre presente... a esperança. Falando na fuga, não se pode diexar de falar também na descoberta da mesma.
E finalmente... o momento que é importante demais para se ver de tão perto... a sequência final em que os dois amigos se reencontram ao som de uma melancólica mas rejuvenescente música.
Música esta pertencente a uma brilhante banda sonora composta por Thomas Newman que arrisco igualmente a catalogar como uma das melhores de todos os tempos. Não sendo incorrecto dizer que contém todos os ingredientes para nos reconfortar ao longo de todo o filme servindo também como elemento perfeito para nos descrever sem palavras todas as emoções do filme.
Não sendo necessário ganhar prémios para fazer de um filme algo de grandioso, este recebeu sete nomeações aos Oscars incluindo Filme e Actor (Morgan Freeman) não tendo no entanto vencido nenhum. A minha opinião pessoal é que merecia os sete para que foi nomeado e possivelmente mais uns quantos para o colocar num pedestal ainda maior. No entanto, o filme vale por si. Fala mais alto. É um dos maiores de todos os tempos. É simplesmente grandioso.
"Andy Dufresne: ...forget that there are places in this world that aren't made of stone. That there's something inside... that they can't get to, that they can't touch. That's your's!
Red: What're you talking about?
Andy Dufresne: Hope."
10 / 10
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