Assim Falou a Morte de André Viuvens é uma curta-metragem que se insere no género sobrenatural ao basear o seu argumento, também da autoria do realizador que deveria ter evitado algumas semelhanças muito óbvias com segmentos do Shining, num "encontro" entre a Morte (Viuvens) e Sibyl (Io Franco), uma jovem que aparentemente não ter aproveitado o seu maior bem, a vida, da melhor forma.
Este jogo de gato e de rato entre a Morte e Sibyl não é recente. O seu primeiro encontro data do suicídio do pai de Sibyl, altura em que a jovem começou a recear aquilo que o futuro lhe tinha para apresentar.
O que mais me fascinou neste trabalho foi, logo de imediato, o ambiente que era recriado ao longo das imagens iniciais. Intencional ou não por parte do realizador, lembrei-me de imediato de inúmeros títulos de terror dos anos 70 (principalmente os italianos), em que por muito que a "vítima" tentasse a sua fuga do "predador", nunca conseguia distanciar-se o suficiente dele para se considerar a salvo, criando por um lado uma verdadeira atmosfera de claustrofobia e por outro uma sensação de clausura com a omissão de detalhes circundantes ao espaço onde se encontra a personagem protagonista como verificamos nos momentos em que "Sibyl" tenta escapar sem sucesso.
No entanto, nem tudo é perfeito e a principal falha deste filme prende-se com a excessiva utilização de música durante a curta-metragem e principalmente uma que não contribuiu para a tensão que seria de esperar da mesma fazendo com que, pelo contrário, a acção se disperse um pouco ao longo da mesma. O segundo aspecto menos positivo deste filme é a captação de som que, directamente relacionado com o anteriormente mencionado, em nada contribuem para a dinamização da tensão que este trabalho consegue, a meio gás, recriar.
Apesar das falhas óbvias, esta curta-metragem não deixa de ser interessante não só pela temática como principalmente com a atmosfera que dela consegue recriar.
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6 / 10
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