O Pianista de Roman Polanski conta com a participação de Adrian Brody no papel de Wladyslaw Szpilman, um pianista judeu que sobreviveu na Polónia ocupada pelas tropas nazis, tendo perdido toda a sua família, e também com Thomas Kretschmann um oficial nazi que ao descobri-lo não o denunciou, evitando assim a sua morte.
Este brilhante filme nomeado para sete Oscars tendo saído vencedor do de Melhor Actor para Adrien Brody, o de Melhor Realizador para Roman Polanski e o de Melhor Argumento Adaptado para Ronald Harwood, é sem dúvida um dos grandes vencedores dos prémios cinematográficos em 2002 e 2003 e um justo merecedor dos mesmos.
Sem contar com grandes relatos de batalhas ou confrontos, O Pianista é um filme reflexivo sobre os horrores da guerra de uma forma crua, directa e que não esconde a realidade dos factos. É um relato sobre a capacidade humana de sobreviver à maior provação possível sem descer à degradação ou à decadência.
À semelhança de um A Lista de Schindler, este filme retrata um dos mais negros períodos da História do séxulo XX sem qualquer artefacto. Nem mesmo uma imponente banda-sonora que sensibilize ainda mais os momentos mais sombrios. Aqui tudo é contado com um sentido cronológico onde inicialmente tomamos conhecimento com a vida das pessoas retratadas e, com o tempo, a sua transformação psicológica e física até atingirem o limite que separa a sanidade e a dignidade da loucura e da degradação.
À semelhança de um A Lista de Schindler, este filme retrata um dos mais negros períodos da História do séxulo XX sem qualquer artefacto. Nem mesmo uma imponente banda-sonora que sensibilize ainda mais os momentos mais sombrios. Aqui tudo é contado com um sentido cronológico onde inicialmente tomamos conhecimento com a vida das pessoas retratadas e, com o tempo, a sua transformação psicológica e física até atingirem o limite que separa a sanidade e a dignidade da loucura e da degradação.
Aqui o mérito é, além de Polanski, do fantástico trabalho que Adrien Brody nos dá. Este actor que para fazer o filme se despojou de todos os seus bens e partiu rumo à Europa, tem de facto o trabalho da sua vida.
O Oscar (magnífico discurso de aceitação do prémio, um dos melhores dos últimos anos) e o Cesar entre outros prémios que venceu foram para Brody totalmente merecidos. O retrato fiel que nos dá do pianista polaco é não só real e bem elaborado como profundamente comovente e emocionante a cada segundo que assistimos aos horrores pelos quais passou. Assistimos à sua vida normal. À sua passagem pela Polónia ocupada e à repressão que a população judaica passou. As contagens. Os trabalhos forçados. Os medos. A separação da sua família. A vida passada em locais escondidos. O medo. As contagens. O contrabando. Tudo em nome de uma sobrevivência num mundo que mais parecia ter enlouquecido e onde ninguém se reconhecia. Onde ninguém reconhecia a humanidade da própria Humanidade.
Os secundários, nomeadamente Thomas Kretschmann no papel do oficial nazi que não denuncia Wladyslaw, são francamente bons. Os papéis são contidos não por falta de expressividade mas sim porque esta está a ser retratada de uma forma tão fiel que nos dá luz sobre a forma como as pessoas viviam durante aqueles duros anos.
Não sou conhecedor profundo de toda a obra de Polanski, no entanto já vi uns quantos filmes seus. Gostei de todos. São obras pesadas e sempre com algum tipo de reflexão sobre a sociedade ou sobre as pessoas.
De todos eles será impossível não afirmar que O Pianista é um filme grandioso. Muito grandioso. Um filme profundamente dramático sem recorrer a lágrimas fáceis, mas que nos deixa (ou deveria deixar) pensativos sobre os horrores da guerra e sobre a forma como o ser humano se degrada e consegue degradar os seus semelhantes em nome de ideias que não defendem ou protegem o próprio ser humano.
Um filme obrigatório de se ver como relato fiel da História. Seco, bruto, comovente que consegue deixar qualquer um pensativo.
"Wladyslaw Szpilman: I don't know how to thank you.
Captain Wilm Hosenfeld: Thank God, not me. He wants us to survive. Well, that's what we have to believe."
10 / 10
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