quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Meia Noite (2017)

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Meia Noite de Bruno Carnide é uma curta-metragem portuguesa de ficção e o mais recente trabalho do realizador de Em Terra Frágil (2011), Calou-se. Saiu. Saltei. (2014) e Manuel (2015).
De noite. O telefone toca. Um vulto. Uma mensagem que fica por gravar.
Com um argumento da autoria do realizador, Meia Noite aparenta ser a viagem de um vulto pela noite de uma cidade onde todos já se apagarem por entre as paredes das suas casas. Em dois breves minutos o espectador percorre os silêncios e as sombras de uma cidade que dorme. A tranquilidade e os vultos que insistem em percorrer a cidade numa viagem que opõe o "ser" ao "espaço" como que um habitante já ido que revisita os lugares onde (con)viveu e que conheceu. Agora, num silêncio profundo apenas perturbado pela insistência de uma mensagem que não é gravada, Meia Noite e o seu vulto visitante anónimo é apenas confirmado pelas sombras e pelas luzes que se extinguem à medida que passa.
Da desertificação do espaço - pela ausência de e do ser - à homenagem às sombras da cidade - num registo de direcção de fotografia também da autoria do realizador - Meia Noite tanto pode uma homenagem do Homem/Mulher ao espaço através da presença do vulto que por ela vagueia, como a sua despedida a um espaço onde agora já não habita fisicamente mas que identifica como uma parte do seu ex-ser destacando essa direcção de fotografia que transforma a noite de uma cidade num espaço fantasmagórico onde a presença humana parece ter sido "agora" abandonada.
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6 / 10
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