El Amor no es Ciego de Raquel González é uma curta-metragem de ficção espanhola e a última aqui comentada que participou na Secção Cantábria da sexta edição do Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción que decorreu até ao passado dia 9 de Maio naquela região de Espanha.
Uma menina (África Rodrigo) escuta música contra a vontade da mãe. Dança e sente-se feliz. Quando acompanha a mãe a um bar para um encontro de amigos, ela senta-se com um menino (Unai Labrador) e comunicam através de linguagem gestual. Ela sente uma paixoneta pelo barman e o menino diz que lhe lê os lábios que falam maravilhas sobre ela. Mas será verdade?
Raquel González consegue com o seu argumento e direcção criar uma curta-metragem que ultrapassa a simpatia que a relação de amizade de duas crianças adivinha para a tornar numa encantadora história de primeiro amor. África Rodrigo e Unai Labrador desenvolvem uma simpática e misteriosa química - quais actores profissionais - e o espectador acredita desde o primeiro instante numa amizade que adivinha uma relação futura mais séria e próxima. Os dois são cúmplices na sua inocência e aos poucos percebemos que aquela relação - resulte no que resultar - será duradoura e forte.
O pequeno segmento que ocorre no bar é do mais delicioso possível e a troca da palavras - inteligente a forma como se substituem as palavras pela linguagem gestual espanhola - entre as duas crianças revela-se não só terna como cúmplice, próxima e reveladora de um enorme sentido de desapropriação de sentimentos que dessa forma se tornam íntimos e pessoais - deles e nossos. Este mesmo diálogo que inicialmente tido entre duas crianças mas que rapidamente se torna também parte da cumplicidade que ambos têm com os seus pais desarma o espectador que sente necessidade de que esta história pudesse ser prolongada ao ponto de sabermos como será o "amanhã" de ambos. Mas isso, não nos pertence... Pertence apenas ao imaginário que voa e se permite deixar levar para domínios que pertencem apenas a cada um de nós na sua imaginação.
Interessante ainda a conjugação de direcção de arte de María Rioyo e direcção de fotografia de Pedro García Argumosa que conjugadas dão espaço a um local quase imaginado e irreal pela sua perfeição mas que na prática funciona como a recriação de um espaço próximo, comum e que todos sentimos como aquele lugar onde todos nos encontramos e conhecemos.
No final percebemos... o amor não só não é cego como menos ainda impossibilitado de comunicar... quando sentido e verdadeiro não necessita de palavras bastando apenas os gestos e os sentimentos que exalam daqueles que o sentem e que estão dispostos a fazer o outro feliz independentemente da sua própria felicidade.
.Uma menina (África Rodrigo) escuta música contra a vontade da mãe. Dança e sente-se feliz. Quando acompanha a mãe a um bar para um encontro de amigos, ela senta-se com um menino (Unai Labrador) e comunicam através de linguagem gestual. Ela sente uma paixoneta pelo barman e o menino diz que lhe lê os lábios que falam maravilhas sobre ela. Mas será verdade?
Raquel González consegue com o seu argumento e direcção criar uma curta-metragem que ultrapassa a simpatia que a relação de amizade de duas crianças adivinha para a tornar numa encantadora história de primeiro amor. África Rodrigo e Unai Labrador desenvolvem uma simpática e misteriosa química - quais actores profissionais - e o espectador acredita desde o primeiro instante numa amizade que adivinha uma relação futura mais séria e próxima. Os dois são cúmplices na sua inocência e aos poucos percebemos que aquela relação - resulte no que resultar - será duradoura e forte.
O pequeno segmento que ocorre no bar é do mais delicioso possível e a troca da palavras - inteligente a forma como se substituem as palavras pela linguagem gestual espanhola - entre as duas crianças revela-se não só terna como cúmplice, próxima e reveladora de um enorme sentido de desapropriação de sentimentos que dessa forma se tornam íntimos e pessoais - deles e nossos. Este mesmo diálogo que inicialmente tido entre duas crianças mas que rapidamente se torna também parte da cumplicidade que ambos têm com os seus pais desarma o espectador que sente necessidade de que esta história pudesse ser prolongada ao ponto de sabermos como será o "amanhã" de ambos. Mas isso, não nos pertence... Pertence apenas ao imaginário que voa e se permite deixar levar para domínios que pertencem apenas a cada um de nós na sua imaginação.
Interessante ainda a conjugação de direcção de arte de María Rioyo e direcção de fotografia de Pedro García Argumosa que conjugadas dão espaço a um local quase imaginado e irreal pela sua perfeição mas que na prática funciona como a recriação de um espaço próximo, comum e que todos sentimos como aquele lugar onde todos nos encontramos e conhecemos.
No final percebemos... o amor não só não é cego como menos ainda impossibilitado de comunicar... quando sentido e verdadeiro não necessita de palavras bastando apenas os gestos e os sentimentos que exalam daqueles que o sentem e que estão dispostos a fazer o outro feliz independentemente da sua própria felicidade.
9 / 10
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