Podia-te Acontecer de Carl Franklin conta com a participação de Meryl Streep no principal papel que lhe valeu inclusive nomeações ao Oscar, Globo de Ouro - Drama e SAG de Melhor Actriz, e noutros papéis há ainda a destacar a presença de Renée Zellweger e William Hurt.
Ellen (Zellweger) é uma jornalista que tem uma relação tremida com a mãe (Streep) e idolatra o pai (Hurt) que tem como exemplo para tudo na vida. Um dia o pai telefona-lhe dizendo que deveria voltar a casa pois devido à doença da sua mãe precisa de ajuda para tratar dela. Desagradada e contra sua vontade cede ao pedido do pai, regressa a casa e envolve-se na vida diária da mãe que tenta restabelecer uma relação consigo.
Aquilo que até então havia sido uma relação fria e distante da parte da filha para a mãe em oposição à idolatração que havia para com o pai entra numa relação inversa onde a cumplicidade entre ambas se torna cada vez maior.
Drama familiar intenso e muito bem realizado por Carl Franklin que além das próprias relações familiares normalmente conturbadas, tem também como pano de fundo um tema sempre polémico como o da eutanásia.
Não a eutanásia directamente tratada mas recorrer ao suicídio como forma de afastar a dor e o sofrimento que as doenças terminais normalmente sujeitam as pessoas. O suicídio como único e último recurso.
Este será assim o tema que se encontra subentendido neste filme com um muito bem estruturado argumento da autoria de Karen Croner e que é interpretado pela sempre magnífica Meryl Streep. É ela que é a força principal deste filme e que nos transmite todas as emoções fortes a que já nos habituou, e que tornam não só a sua alegria como o seu sofrimento muito presentes em todos os espectadores. É ela que que sempre tentou manter uma família unida, que criou os filhos e que deixou o tempo livre para o marido progredir na sua carreira académica. Foi ela que se afastou de uns sonhos dando lugar a outros e aos dos outros colocando-se em segundo plano em favor das ambições e desejos daqueles que a rodeavam. Foi assim justíssima a nomeação a Oscar, bem como aos demais prémios, que Streep teve por esta comovente e tocante interpretação.
Sensível é também a banda-sonora da autoria de Cliff Eidelman com suaves e pequenas melodias que captam na perfeição tod os momentos em particular os mais tocantes de aproximação e afastamento das personagens interpretadas.
É um filme que passou quase ao lado de toda a gente, pois muitos desconhecem-no, mas é no entanto um daqueles que merecem ser vistos e apreciados pela tocante e vibrante mensagem que transporta.
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9 / 10
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