Vampyre Nation de Todor Chapknov é uma longa-metragem norte-americana cujo argumento de Jeffrey Green e Rafael Jordan nos remete para um futuro mais ou menos distante onde a sociedade já (re)conheceu a existência de uma vida paralela... Aquela em que os vampiros cruzam a noite co-existindo pacificamente graças à utilização de sangue sintético que os alimenta.
Nesta potencialmente pacífica sociedade onde humanos e vampiros co-existem separados pelas respectivas limitações destes últimos, uma vírus infecta os seres nocturnos levando-os a uma perigosa mutação que ameaça a segurança não só de humanos - que mais não são do que uma fonte de alimento - como também de vampiros "saudáveis" que agora são também alvo das perseguições homicidas desta nova estirpe.
Poderá toda uma sociedade resistir a estas novas ameaças através de alianças improváveis ou irá o mundo tal como o conhecemos ceder a uma perigosa praga?
Resvalando em muitos lugares comuns tidos pelo género, True Bloodthirst nunca consegue assustar mas sim converter todos os seus momentos em comédia mais ou menos trágica. As interpretações - que são pouco levadas a sério - mais não são do que meras caricaturas exageradas que tentam, sem sucesso, transformar a "elite" vampírica numa sociedade decadente que tentam sobreviver respeitando as regras do século XXI mas que, para tal, precisa de se confinar a uma área degradada da cidade de Bucareste - apesar de ter sido filmado na Bulgária - perto dos humanos mas suficientemente longe para se manterem no seu próprio - e degradado - bairro.
Não é esquecida a nova e igualmente decadente encarnação de Drácula que vive nas profundezas de uma qualquer catacumba escondida por uma moderna e atraente discoteca onde a "comunidade" se diverte, True Bloodthirst perde-se pela dinâmica da conspiração política que pretende livrar-se das suas pragas devidamente aceites pelo mundo "exterior", estereotipando as suas personagens a um certo preconceito que se tem das sociedades do leste Europeu onde predomina e reina a corrupção e as intrigas políticas que impedem o país - e os seus habitantes - de manter uma vida digna e respeitável. Com o claro intuito de demonstrar que nem mesmo estes - os vampiros - se safam das intrigas palacianas e que todos sem qualquer excepção pretendem lucrar à custa dos mais fracos, True Bloodthirst ruma a um conjunto de momentos sem sentido, previsíveis e francamente risíveis mas que o espectador é incapaz de detestar... Pode parecer realmente mau - e é - mas não deixa de ser verdade que diverte assistir a um potencial banho de sangue, caracterização mal executada e interpretações perdidas e pouco credíveis mas onde se percebe que tudo é feito com gosto, vontade e convicção. A obra final pode parecer e ser má... mas não deixa de ser verdade, e indispensável reconhecê-lo, que tudo aparenta ter sido feito com a clara consciência de que se estava a criar um filme que divertisse e ajudasse a descontrair mais não fosse durante a sua hora e meia.
Simpático pelo pouco sentido que faz e até mesmo pelos seus lugares comuns já vistos e revistos em dezenas de outros filmes, True Bloodthirst vale por não se levar a sério e pelo serão bem passado no sofá onde o mundo real pouco importa.
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3 / 10
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