A Guerra dos Drones de Jack Perez (EUA) é o breve relato de um planeta Terra ocupado por estranhos e inesperados invasores extra-terrestres sob a forma de drones cujo propósito maior é a exploração e esgotamento dos recursos do mesmo.
Neste cenário dantesco onde não só se enfrentam os invasores como também as hordes humanas que cederam ao caos, é Elias (Corin Nemec) que se assume como um inesperado salvador do planeta e da Humanidade capaz não só de controlar o inimigo em terra como aquele que se chega do espaço.
Por muito repetidas que sejam as histórias de um qualquer fim do mundo que assola o planeta, a realidade é que qualquer um de nós acaba por perder algum do seu tempo para ver "mais uma" das referidas e deixar-se levar por aquele universo em potência criado para alertar o espectador que ou um praga terrestre ou uma invasão alienígena estão ao virar da esquina prestes a dizimar tudo e todos aqueles que ousem estar no caminho. Nesta medida, e considerando que o espectador mais distraído acaba por pactuar com estas histórias mais ou menos bem dirigidas ou com argumentos mais ou menos coerentes, qualquer universo que se assemelhe a este enredo estará, imediatamente, na mira de "todos nós".
Com este pensamento em mente - possivelmente o único capaz de salvar qualquer réstia de esperança que esta história tem por dar -, Drone Wars é um daqueles filmes que assusta não por esse imaginado universo mas sim pela falta de coerência e profissionalismo depositados em todo e qualquer elemento que o compõe. Esqueçamos a repetição de narrativa, a destruição e até mesmo o fim dos dias tal como os conhecemos... esqueçamos que já vimos e conhecemos tudo e que, eventualmente, até saberemos como esta história vai acabar... compreendendo, dessa forma, que a única coisa que nos sobra é, não só a dinâmica dos actores entre si como a evidente ligação que se espera que estes criem para com o mesmo universo que agora povoam. É neste instante que compreendemos todas as incoerências que aqui se apresentam...
Começando pela óbvia noção de que os pobres e mal executados efeitos especiais minam qualquer credibilidade de uma história já de si frágil e terminando nos lugares comuns que caracterizam as personagens de uma forma geral, Drone Wars é nulo em convencer o espectador que se tentou realmente criar uma história que se assumisse séria... mesmo com todas as suas fragilidades. Pequenos detalhes que o comprovam são os drones claramente sobrepostos sobre a dita imagem real, a sua compreensão enquanto um efeito especial típico de um jogo Spectrum dos idos anos '80 ou até um holocausto mundial que em poucas semanas e meses lançou gangues armados nas ruas sendo que, muitos dos ditos, ganharam um súbito apetite por carne humana que nos confunde se estamos num apocalipse alienígena ou numa qualquer história zombie... ou até mesmo em algo intermédio... E isto para não mencionarmos um ultra avançado humvee que... os altamente evoluídos drones (pelo menos ao ponto de nos invadirem) não conseguirem detectar e que, como tal, circula por todo o lado indetectável... impagável...
A falta de profissionalismo dos actores que se deixa levar por todos os lugares comuns do género e pelos pontos pouco (ou muito?!) explorados que os remetem para os inúmeros estereótipos a que estão sujeitos, não desculpa aquilo que aqui apresentam enquanto construção de personagem nem a paródia criada com o intuito de ser séria mas que, na realidade, não se posiciona em nenhum dos lados das máscaras de teatro... não sabemos se rir... se chorar... e claramente não emocionar pelos seus inexistentes dramas existenciais. Entre eles... Corin Nemec... outrora um ídolo de uma juventude que o seguiu afincadamente na série Parker Lewis Can't Lose (1990-1993) onde irradiava todo um jovem espírito capaz de criar empatia com o seu público - guilty as charged - e que aqui se limita a ser um daqueles actores a quem aparentemente o sucesso se esqueceu de bater à porta e que filme após filme... história após história... se limita a ser uma sombra de um passado outrora interessante. Sem carisma, graça, espírito ou mesmo empenho, o seu desempenho é tão mau quanto o próprio filme não se conseguindo destacar nada para lá da sua figura desgastada e sem brilho talvez sinónimo desse tal esperado universo deixado pelos drones extra-terrestres.
Cansativo a tocar pouco de leve no absurdo, sem inspiração ou graça que se lhe encontre... Drone Wars é, à semelhança de tantos do género, uma daquelas histórias em que rapidamente o espectador simpatiza com o vilão esperando rapidamente que esta Humanidade aqui retratada desapareça rapidamente e que finalmente chegue uma capaz de dar um melhor rumo àquilo que deles restar... Servirá pontualmente para aquelas noites frias e sem graça ou se quer apenas ver algo para o qual a massa cinzenta não vá ser muito utilizada... e mesmo nessas... é preciso cuidado por pode adormecer a um nível profundo.
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