Lemony Snicket - Uma Série de Desgraças de Brad Silberling transporta-nos para uma dimensão algo à parte apesar de conter uma história que contém elementos que podem ser comuns a qualquer um de nós. Basta para isso pensarmos nas constantes vigarices, esquemas, trapaças, mortes e mentiras que percorrem todo o filme.
Através de um ambiente muito ao estilo de Tim Burton com elementos qb parecidos com os filmes do Harry Potter conhecemos os trágicos momentos dos três irmãos Baudelaire que após a perda dos pais se veem alvo da cobiça do Conde Olaf (brilhantemente interpretado por Jim Carrey) que pretende acima de tudo receber a fortuna deles.
De lar em lar os irmãos Baudelaire vêem-se constantemente afastados dos seus tutores à medida que estes passam pelas mais diversas mortes todas elas provocadas por Olaf.
De todos os actores, e sim aparecem uns quantos já com as suas carreiras devidamente estabelecidas, contamos com dois pesos bem pesados da indústira como o caso so já referido Jim Carrey e também de Meryl Streep aqui num papel altamente hipocondríaco, pequeno mas como sempre muito bem desempenhado.
Temos também uns quantos papéis secundários quase participações especiais como é o caso de Dustin Hoffman, Jude Law, Jennifer Coolidge, Billy Connolly ou Catherine O'Hara que não deixam de, no entanto, ser determinantes para o desenrolar do filme. Pequenos mas fundamentais desempenhos destes actores que, poderemos dizer, já pertencerem a uma "velha-guarda".
Se os desempenhos são bons, magnífico é o efeito visual que este filme nos entrega em vários aspectos. O primeiro deles é o estrondoso trabalho de fotografia da autoria de Emmanuel Lubezki que através da sua variação de luzes e cores cria uma atmosfera de uma fantasia surreal como se assistissemos, em movimento, a um quadro de Dalì.
Em segundo lugar temos um também estrondoso trabalho de guarda-roupa criado pela já Oscarizada Colleen Atwood que aqui também foi nomeada pelo seu trabalho e que confere a um filme de fantasia um look de filme de época mas com algo que o torna moderno.
Temos ainda um terceiro aspecto que destaque neste filme que é a sua banda-sonora que tanto varia de emocionante para trágica. Daqui para cómica e, sem que o esperemos, ameaçadora. Por detrás dela está um nome forte das banda-sonoras cinematográficas, ou seja, Thomas Newman que foi por dez vezes nomeado a Oscar não tendo, ainda, ganho.
Finalmente o trabalho que aqui foi de facto Oscarizado, ou seja, a caracterização que torna o próprio Jim Carrey, já por si multifacetado, numa personagem totalmente irreconhecível e bizarra na maior parte do tempo, deve-se a Bill Corso e Valli O'Reilly.
Em tons de drama e comédia negra, por vezes negra demais, temos aqui um filme que nos faz pensar sobre muitos assuntos. Para mim, o principal, é como se adequa perfeitamente através da ironia e da fantasia a um mundo real que presenciamos e vivenciamos todos os dias.
7 / 10
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