Orfã de Jaume Collet-Serra tem alguns atractivos que, à partida, me fazem poder ter interesse po rum filme. O primeiro deles é o facto de ser um filme de terror. Por muito que suspeite da categoria "terror", o que é certo é que estes filmes despertam sempre muito interesse para os poder ver. O segundo aspecto é o facto de ser um filme de terror que conta com um pequeno naipe de actores que têm provas "mais que provadas" da sua capacidade e potencial representativo. São eles Vera Farmiga, Peter Sarsgaard e numa participação especial CCH Pounder.
Se juntar a isto todos os avisos que já me tinham feito sobre como este filme era de facto assustador não por motivos de sobrenatural, tão comuns em filmes de terror, mas sim pela componente de demência presente na actriz principal do filme "Esther", brilhantemente interpretada por Isabello Furhman, então havia um intenso interesse para descobrir o que estava por detrás deste filme do qual todos me falavam.
Resumidamente posso afirmar que estava aqui uma pequena pérola do género de terror. O ar angélico, com que nos deparamos logo de início, da pequena Isabelle Fuhrman não enganam ninguém. Mesmo que não suspeitassemos ainda do que dali viria, aqueles olhos vidrados sem qualquer expressão e reflexo de alma, faziam de imediato adivinhar que "something's wrong with her". Bem dito, bem feito.
Após o galanteio inicial onde pretende obter um lugar de "respeito" dentro da sua nova família, Esther (Fuhrman) começa a mostrar aquilo de que é realmente feita. Demência dirão uns, ruindade ou maldade dirão outros. Para mim, a imagem que a pequena actriz transparece na perfeição é um misto de ambas dando assim lugar a um brilhante papel digno de figurar na galeria dos mais famosos psicopatas do cinema.
Dito isto, assustador será pensar o que daqui a uns anitos estará esta jovem actriz a fazer se, por alguma casualidade do destino, lhe entregarem papéis que adaptados à sua idade, poderão potencializar estas "qualidades".
Novamente tenho de afirmar aquilo que muitos já me ouviram, ou leram, dizer... Querem um bom filme de terror? Se a resposta for afirmativo, é apenas uma questão de verem quem é o realizador e, no caso de ser espanhol, terão aqui a garantia de que irão ter um muito bom resultado. Jaume Collet-Serra confirma aquilo que na sua ainda curta carreira já havia dado sinais. O de ser um muito bom realizador de cinema de terror e que se junta assim a nomes de seus compatriotas como Alex de la Iglésia, Paco Plaza e Jaume Balagueró.
Ainda a destacar o magnífico trabalho de fotografia deste filme da autoria de Jeff Cutter que através de tons neutros de cinza, azul e branco que se acentuam com excessos ou faltas de luz dá a este filme uma atmosfera calma mas francamente aterradora.
Finalmente, depois de tudo isto, só me resta acrescentar aquilo que penso já ser óbvio. Para duas horas de um ambiente tenso e enervante, é só alugar ou comprar este filme e sentarmo-nos calmamente (ou não) no sofá e aproveitarmos o desafio que é ver este filme, ou pelo menos tentar, sem nos enervarmos muito.
7 / 10
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