As Vidas Privadas de Pippa Lee de Rebecca Miller era um filme muito aguardado devido à sua realizadora e ao elenco que reunia do qual fazem parte Robin Wright, Alan Arkin, Keanu Reeves, Winona Ryder, Monica Bellucci, Maria Bello, Julianne Moore e Blake Lively. Um elenco de luxo que tem todas e mais algumas razões para nos fazer assistir a um filme a todo o gás. Certo? Errado.
Mais uma vez admito que o que me puxou a ver este filme foi a presença da Monica Bellucci, no entanto com um elenco daquele calibre é normal que se espere muito de todos os actores e que o filme na sua globalidade seja algo de francamente positivo. No entanto, aquilo que aqui temos é quase um desfilar de caras conhecidas onde damos pela presença de todos mas de quem nos esquecemos rapidamente por quase não existirem participações que se consigam destacar quase ao estilo de como diz a música "sózinhos no meio de tanta gente".
Pippa Lee (Robin Wright) é a mulher perfeita, com o marido perfeito, com a vida perfeita e os amigos perfeitos até ao dia em que decide, por pedido do seu marido, mudar de casa para uma zona mais tranquila e aí continuarem o resto dos seus dias.
Se de início Pippa Lee não se opõe, após chegar ao destino rapidamente percebe o quão pacata irá passar a ser a sua vida como claro contraste àquilo que era durante a sua juventude onde provinha de uma família problemática.
Dito isto é fácil perceber que a sua vida aparentemente imaculada irá sofrer um constante embate de adversidades que irão colocar em causa a pacatez com que vive há anos e anos. Passa a ter um casamento desfeito, sofrer de sonambulismo, doença do marido, amigos distantes e ninguém em quem confiar até surgirChris Nadeau (Reeves) por quem irá ter uma imediata empatia.
Sou sincero quando digo que estes filmes onde há um extenso desfile de estrelas não me seduz particularmente. Estou convencido que filmes com mais do que dois ou três actores de nome firmado acabam por resultar num "choque de titãs" que em nada abona nem ao filme nem aos próprios actores que se perdem em participações quase sem conteúdo ou então um a querer brilhar mais do que o outro e como tal anulam-se na totalidade.
O argumento em si acaba por também ser mais aborrecido do que propriamente cativante onde temos todos os clichés da dona-de-casa quarentona que se vê com uma vida sem objectivos apesar de ter tudo de mão beijada e que, como tal, se relembra do seu passado tumultuoso e na volta que a sua vidinha triste acabou por dar.
Pontos positivos? Muito poucos. Sou totalmente parcial e reconheço-o, ao afirmar que são apenas dois. O primeiro (como não poderia deixar de ser) é uma sempre bonita e charmosa Monica Bellucci que consegue iluminar qualquer ecrã por onde passe. O segundo (e sim, são apenas dois) é uma Julianne Moore que, por muito pequena que seja a sua participação, consegue sempre ter um papel que fica memorável.
Disse dois, mas podem ser três. Três aspectos positivos. Seria injusto sair daqui e não destacar a participação de Blake Lively (Pippa Lee mais nova) que consegue em termos de interpretações ser uma das poucas coerentes em todo o filme.
Com tudo isto e depois de me relembrar que isto era um filme há muito aguardado (pelos Estados Unidos pois por cá passou como tantos outros "ao lado"), resta-me acrescentar que de memorável não tem nada. De bom tem muito pouco. No entanto de mediano e de cliché está francamente apetrechado tornando-se assim um filme como tantos outros que prometeu muito mais cumpriu muito pouco.
Com tudo isto e depois de me relembrar que isto era um filme há muito aguardado (pelos Estados Unidos pois por cá passou como tantos outros "ao lado"), resta-me acrescentar que de memorável não tem nada. De bom tem muito pouco. No entanto de mediano e de cliché está francamente apetrechado tornando-se assim um filme como tantos outros que prometeu muito mais cumpriu muito pouco.
4 / 10
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