Até que me Encontrou... de Helen Hunt é um simpático drama com pequenos toques de comédia que conta com a participação da actriz (e aqui também realizadora) Helen Hunt bem como de Bette Midler, Colin Firth e Matthew Broderick.
April (Hunt) é casada com Ben (Broderick) um adulto mimado e de pouco temperamento que pouco tempo após o casamento resolve dizer a April que afinal não quer a responsabilidade.
Mais um drama na vida de April que sabe ser adoptada e considera-se segunda na preferência da mãe adoptiva... Já tem uma certa idade e ainda não é mãe e como se tudo isto não bastasse a sua mãe biológica, interpretada por Bette Midler, uma vedeta da televisão, entra em contacto com ela para a conhecer.
Pelo caminho ainda se apaixona pelo pai de um dos seus alunos (Colin Firth) com quem desenvolve um romance que tem tanto de platónico como de sexual.
Helen Hunt, que aqui assume uma "tripla" ao realizar, escrever o argumento e interpretar a personagem principal do filme, está um tanto longe dos bons velhos tempos do Doido Por Ti, Melhor É Impossível e Favores em Cadeia onde nos entregou dos seus grandes (e talvez únicos) desempenhos de sempre.
Pensando bem e relembrando um Projecto X (também este filme onde partilhava o protagonismo com Broderick), Hunt conseguia ter um papel mais simpático e com quem criávamos empatia ao contrário do que se passa ultimamente com os seus trabalhos. Aqui, apesar de não ser algo totalmente detestável, Helen Hunt não consegue criar uma personagem com que nós enquanto espectadores criemos algum tipo de simpatia. Esta existe sim para com alguns dos seus problemas mas não apra com a personagem em si que acaba por passar quase o tempo todo a criar uma imagem de menina mimada que não sabe o que quer.
Igual ou talvez pior (será pior com toda a certeza) é a interpretação de Matthew Broderick que consegue criar uma personagem francamente irritante e esquizofrénica com a qual eu enquanto espectador só me deu vontade de entrar ecrã adentro e esbofeteá-lo violentamente (deixei-me levar pelos meus impulsos agora).
Colin Firth, e enamorado, tem a postura de sempre... o galã contido (até certo ponto) e apaixonado pela personagem principal do filme que à la Bridget Jones é posto a um canto até quase ao final do enredo...
Já Bette Midler, apesar de num papel secundário, consegue ser ela a que tem as cenas mais cómicas e que conseguem captar mais a atenção do espectador. Não só pela comédia presente mas também por ser uma actriz que, na minha opinião, faz lembrar bons e cómicos filmes dos idos anos 80 em que todo o ecrã era dela e fazia sucesso de bilheteira pelas suas excessivas interpretações.
De facto o filme que, não é mau, sai em muito enriquecido pelo protagonismo que Bette Midler consegue roubar às demais personagens que o compõem.
Depois de o ver podemos finalmente concluir que é um retrato sobre como a vida de uma pessoa pode mudar drasticamente de um dia para o outro, quer por escolhas e caminhos que seguimos quer pelos actos de terceiros que influenciam definitivamente o nosso rumo, e especialmente sobre a capacidade que temos de retirar conhecimentos sobre essas mesmas adversidades com que nos deparamos.
E são estas mesmas adversidades que acabam por modelar a forma como encaramos o mundo. Como nos encaramos especialmente a nós próprios e sobre como, no final, com a presença das pessoas que nos formam e nos transformam acabamos por nos completar.
Não deixa de ser um filme simpático e, para a pouca experiência que Helen Hunt tem como realizadora, não deixa de ser agradável ver uma composição bem estruturada entre o elenco que funciona bem entre si e conseguem ser criadas algumas cumplicidades que acabam por fortalecer algumas interpretações mais fraquitas.
Não deixa de ser um filme simpático e, para a pouca experiência que Helen Hunt tem como realizadora, não deixa de ser agradável ver uma composição bem estruturada entre o elenco que funciona bem entre si e conseguem ser criadas algumas cumplicidades que acabam por fortalecer algumas interpretações mais fraquitas.
7 / 10
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