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Breath de Michael Johnson é uma curta-metragem cuja acção decorre num mundo devastado. As ruas estão desertas, as pessoas não se vêem, o ar é pesado ao ponto de ser irrespirável e as cores desapareceram por detrás de um névoa que esconde a aparente morte de toda a vida.
Na vã esperança de encontrar um porto seguro através das suas incursões pelas ruas deparamos com um indivíduo cujo rosto nunca vemos por estar protegido por uma máscara que lhe permite salvaguardar-se de um ar mortal. No entanto os perigos estão sempre presentes quando todas as infraestruturas, por falta de manutenção, começam a ruir...
Apesar da temática ser já um pouco revisitada pelas inúmeras curtas-metragens que proliferam que encontramos um pouco por toda a net, algumas conseguem ainda surpreender por pequenos (grandes) factores que apresentam ou até mesmo pela originalidade com que são tratadas. Esta é um desses exemplos.
Se da história já conhecemos todos um pouco, os detalhes com que ela é feita conseguem surpreender, nomeadamente se analisarmos a própria filmagem desta curta quando é destacado o principal interveniente ao mesmo tempo que toda a imagem circundante se encontra turva. Este pequeno detalhes dá-nos a conhecer o quão irrespirável é o ar daqueles "tempos" e a urgente necessidade tanto de se proteger como de encontrar um local onde possa finalmente respirar em segurança.
Finalmente outro aspecto interessante é todo o tratamento final da história que cada um de nós espera que termine com aqueles momentos positivos, dentro do possível, onde a cor e a vida parecem finalmente estar de volta naquele que é talvez o último reduto da paraíso mas que, afinal, mostram que este paraíso é outro desfazendo assim as nossas próprias esperanças.
Interessante, bem filmada e com uma história repleta de pequenos e inovadores detalhes que conseguem distanciar esta curta de outras não tão bem conseguidas ou pensadas.
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7 / 10
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