O Relógio de Marco Berger é uma curta-metragem argentina que nos conta a história de Pablo que depois da sua habitual prática de desporto oferece a Javier boleia para sua casa onde sentimentos reprimidos serão finalmente despoletados.
Se inicialmente percebemos que a empatia entre estas duas personagens existe realmente, não deixa também de ser verdade que ela é camuflada com intenções que são, para ambos, ocultas. O desejo sentido tanto por Pablo como por Javier é mútuo e evidente para o espectador mas nunca concretizado ou assumido entre ambos, mantendo-se assim desconhecido e por concretizar aumentando a incerteza sobre o que poderia ter sido.
Os desencontros de olhares, de gestos ou de pequenos momentos de desejo não concretizado apenas culminam com um final onde se deseja que o tempo páre com um simbólico quebrar de um relógio.
Interessante e um bom exemplar sobre o desejo não concretizado e reprimido, esta curta-metragem foge ao habitual das curtas temáticas do género e consegue assim ser um filme que é sobre o desejo homossexual mas que poderia ser sobre qualquer outra temática mantendo sempre viva a mesma premissa do "e se...?", mantendo também fora o cliché da auto-descoberta e aceitação tão típica destes filmes.
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6 / 10
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