terça-feira, 19 de março de 2013

The Good Night (2007)

.
O Sonho Comanda a Vida de Jake Paltrow conta com um interessante elenco onde se destacam a sua irmã Gwyneth Paltrow, Danny DeVito, Penélope Cruz e Martin Freeman.
Gary (Freeman), foi um outrora estrela pop que agora ganha a vida a compôr músicas banais para a publicidade de televisão. Com uma vida  profissional estagnada e longe da ribalta que em tempos tivera, Gary sente-se sufocado pelos constantes amuos da sua mulher Dora (Paltrow) e a idade passa a um ritmo alucinante.
Tudo parece estar a correr-lhe mal até ao dia em que Gary conhece Anna (Cruz), uma atraente e sedutora mulher que tudo indica estar perdida de amores por ele. O único inconveniente é que Gary só a encontra quando está literalmente a dormir, o que o leva então a cruzar-se com um conjunto de personagens muito alternativas, das quais se destaca Mel (DeVito), um estudioso do mundo dos sonhos que o ajudará a encontrar a fórmula perfeita para controlar a sua mente.
O argumento deste filme, também da autoria de Jake Paltrow, consegue ser interessante do ponto de vista que aborda sobre o mundo dos sonhos e o refúgio que neles pode ser encontrado em momentos de "crise existencial" mas, no entanto, a execução da história deixa muito a desejar do ponto de vista prático, não conseguindo criar nenhum momento em concreto onde seja criada empatia da nossa parte enquanto espectadores para com as personagens em questão.
Se nos concentrarmos no facto de "Gary" se encontrar naquela fase da vida em que ela precisa de fazer um qualquer tipo de significado, representando assim a sua conquista pessoal face ao mundo em que se encontra, o terreno aqui existente por explorar é infindável e, como tal, capaz de encontrar um nicho de espectadores que por um ou outro motivo encontrem nesta história "aquela" que representa o "seu" próprio momento. No entanto, em vez de explorar este factor bem como as relações sociais e profissionais que saem daqui invariavelmente afectadas, o argumento de Paltrow deambula por um potencial mundo de sonhos onde tudo é perfeito, bem tratado e imaculado mas só até certo ponto pois, também este, começa a denotar sinais de estar afectado com as neurosas de uma vida "real".
Assim só sai vencedora a abordagem dada ao facto de "Gary" se encontrar alheado de um mundo que continua em constante movimento e transformação esquecendo-se, ou pior, nem sequer sabendo que ele existe, ao ponto de a dada altura nós próprios esquecermos, ou nem darmos conta, se aquilo a que assistimos é de facto o real para "Gary" ou aquilo que ele gostaria que esse real fosse.
As próprias interpretações que compõem este filme não conseguem ter um grande brilho. Martin Freeman, como actor principal, tem naturalmente o destaque que se espera mas, no entanto, não temos grande empatia com os seus problemas independentemente de alguns de nós já nem terem pensado... que marca deixaremos no mundo, irá alguém realmente gostar de nós ou o eterno serei bem sucedido na minha profissão, são aqui premissas que quase nos passam indiferentes não tendo a devida importância na sua interpretação.
E o mesmo se poderá dizer dos restantes actores que fazem parte dete filme... Gwyneth Paltrow tem uma interpretação apagada e muito incomodativo como a mulher de "Gary" que por tudo (e por nada) reclama e se confessa saturada. E nem mesmo DeVito um tradicional comediante que tudo e todos consegue conquistar simplesmente com a sua presença, consegue ter aqui um desempenho simplesmente mediano. A "safar-se" alguém é Penélope Cruz que numa espiral de personagens neuróticas e bem alucinadas consegue aqui dosear a sua veia latina e entregar uma composição quase sempre sofisticada e muito polida.
Interessante pela premissa este filme acaba por ser quase na sua totalidade muito apagado e sem um brilho próprio que o consiga aguentar, nem mesmo nos momentos de sonho onde a imaginação poderia ter voado para bem longe.
.
.
"Mel: Sometimes I wish that you could just hit the sack and never wake up. If your favorite song never ended, or your best book never closed, if the emotions mustered from these things would just go on and on, who wouldn't want to stay asleep? The guy who discovers that perpetual dream, he's my man."
.
5 / 10
.

Sem comentários:

Enviar um comentário