Meia-Luz de Giuliane Maciel é uma curta-metragem portuguesa de ficção que esteve presente na competição In My Shorts da vigésima edição do QueerLisboa - Festival Internacional de Cinema Queer que decorreu no Cinema São Jorge, em Lisboa, entre os dias 16 e 24 de Outubro últimos.
Ela (Judite Bettencourt) observa memórias passadas registadas em vídeo. Ele (Pedro Velho) faz parte de todos esses momentos mas... já não está presente.
Com argumento de Giuliane Maciel e de Judite Bettencourt, Meia-Luz é a imagem estagnada de uma prisão livre... a prisão provocada pela memória de um tempo vivido e pelas recordações que fazem daquele jovem uma refém de uma vida que já não lhe pertence. Das memórias à confirmação de um presente que ainda faz acompanhada, "Ela" é um mero fantasma que vagueia pelas ruas com uma constante presença d'"Ele" que já não se encontra. A memória, a saudade e uma sentida presença que se manifesta através de um constante silêncio, prendem-na a uma existência e não à vida que passa por ela.
Com um grande enfoque na memória de uma relação perdida - que deduzimos ser de luto pela forma como os dois protagonistas caminham num misto de silêncio e presença de par a par - Meia-Luz é um ensaio sobre a solidão, um estudo sobre a perda, sobre a memória e essencialmente sobre a quase impossibilidade de sobreviver e resistir tentando desesperadamente encontrar uma nova forma de voltar a viver que se assume como um bom princípio para uma história que poderia (deveria) ter ido muito mais além explorando o "depois" de alguém que parece querer voltar a conhecer-se como indivíduo involuntariamente sem uma relação.
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