segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Zombie Kiss (2016)

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Zombie Kiss de Roberto Pérez Toledo é uma curta-metragem espanhola de ficção e o mais recente trabalho do realizador canário que aqui associa ao Halloween - esta noite celebrado - ao "culto" da máscara... esse objecto que metaforicamente tantas pessoas utilizam...
Ele (Íñigo Etayo) e Ele (Álex Cerezal) amam-se de forma francamente apaixonada. A sua cumplicidade apenas encontra par com uma química sexual que é inicialmente revelada. Os dois escondem-se do e para o mundo por detrás de uma outra relação que lhes confere a sua ilusão de segurança. As máscaras que usam diariamente apenas podem ser comparadas com esta noite que agora se preparam para celebrar.
A diferença - ou aquilo que para os demais pode ser considerado como tal - é aqui explicado de forma simples como o motivo pelo qual todos utilizam máscaras... A vontade de não ser olhado como o "outro" distante e diferente explicada a necessidade sentida de encarnar um papel social que apenas pode ser ignorado quando vivido dentro de quatro paredes porque todos querem ser vistos como iguais numa sociedade - e por vezes comunidade - sempre preparada para encontrar algo que a todos distinga.
No final fica a pergunta... o que é o amor? Aquilo que cada um sente independentemente do género... ou a imagem ou ideia que os demais têm de cada um, espelhados a uma ideal social que tendencialmente tem vindo a ser quebrado?
Com uma marca que qualquer espectador - ou crítico - que acompanhe a carreira de Pérez Toledo, Zombie Kiss é um - mais um - dos sempre atentos e presentes olhares deste realizador espanhol que insiste de forma coerente e digna em filmar o amor, os sentimentos, os afectos e claro... todo o seu resultado sexual intenso e sentido.
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7 / 10
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