![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2GKjPfNJLJm_eWVDjZmrOvIkRaXdegaTUSCFeLRT_n_uUDB7JXYfwMGTsBfo7u_dhQZDf2xAzDIz3CJWrD1cqJfGt04ff1qjm1CM5meo1MpQg_HUb6vbKIfUZ2CQlcuPu9vbTNX7urB4a/s400/Sarah+Winchester%252C+Op%25C3%25A9ra+Fant%25C3%25B4me.jpg)
Sarah Winchester, Opéra Fantôme de Bertrand Bonello é uma curta-metragem francesa presente na secção New Visions do DocLisboa - Festival Internacional de Cinema, este que é o mais recente trabalho do realizador de L'Apollonide (Souvenirs de la Maison Close) (2011) e Saint Laurent (2014).
Uma ópera por vir. Uma peça ainda fantasma que se avizinha. A história maldita de Sarah Winchester como tema de inspiração. Um ensaio do coro e os testes de som. Da Ópera da Bastilha à Ópera Garnier.
Bertrand Bonello que tem sido consistente na recriação de momentos históricos muito particulares como podemos testemunhar nas obras anteriormente referidas, volta a um espaço invulgar com este Sarah Winchester, Opéra Fantôme onde por entre os ensaios de uma ópera na actualidade recria (ou tenta) a trágica história de uma Sarah Winchester - mulher do fabricante de armamento - cuja família enriqueceu e se perdeu num conjunto de momentos macabros.
Da loucura à solidão, da perda labiríntica da mente e do corpo naquele que seria o seu túmulo maior - uma casa fantasmagórica - Sarah Winchester deixou-se levar da sua formosura a uma existência perdida com a morte do marido e do seu jovem bebé refugiando-se na referida demência que a acompanhou até ao último dos seus dias.
Em Sarah Winchester, Opéra Fantôme, Bonello pretende demonstrar a inexistência de um espectáculo do qual o espectador apenas escuta breves trechos musicais e corais em sumptuosas salas de espectáculo que recriam a dimensão da habitação Winchester onde persistem as inúmeras almas daqueles que já ali actuaram e assistiram a espectáculos diversos. Pelos corredores uma única alma perdida... a de uma criança anónima (ou talvez não). Nos calabouços a testar o som temos um Reda Kateb que insiste na criação de uma obra única e a dar corpo a um ensaio traumatizante uma Marie-Agnès Gillot perdida nessa mesma execução e na dor de uma concretização por vir.
Fantasmagórico, labiríntico e por vezes até mentalmente nefasto, Sarah Winchester, Opéra Fantôme é um filme documental diferente, que insere a História passada num momento actual descoordenando propositadamente o espaço e essa dimensão de tempo criando uma certa esquizofrenia de incerteza que desperta as almas daqueles que já foram.
.
7 / 10
.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgekeNtig1BwUqvCkjv-f3COycDr1AyxUDooqXafb4Xntix-kiHYKe1vdo-YHDXOmK8KKEMdvNcrzc4T5mX8at3cZKI11rMCaKRL5j4MRkACBa3ATV_QbXLNgZaMbraLgy1R6dzYn-IwsUB/s400/DocLisboa+2016.jpg)
Sem comentários:
Enviar um comentário